Um banho quente e uma cama

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Pedalada do Casamento Real para Windsor

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Aventuras perto de casa

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Caminho da Fé, Dia 02: De Cravinhos para Santa Rosa de Viterbo

Neste artigo…

  1. Introdução
  2. Medidas e despesas neste dia da peregrinação
  3. Estágio 3: De Cravinos para São Simão + Video
  4. Estágio 4: De São Simão para Santa Rosa de Viterbo + Video
  5. Fotos tomadas neste dia.

Introdução

Se este é o primeiro artigo da série do caminho da fé que você está lendo, eu recomendo que você dê uma olhada no artigo sobre a introdução ao caminho da fé, publicado no dia 28 de fevereiro de 2017. Ele explica o que é o caminho da fé, as razões pelas quais eu decidi fazer ele e provém informações que podem ser úteis aqueles que decidirem fazer o caminho da fé também.

Neste artigo eu cubro minhas experiências no segundo dia dos 12 dias da peregrinação, a partir da cidade de Cravinhos até Santa Rosa de Viterbo, ambas no interior de São Paulo.

Conforme explicado no artigo de introdução, eu dividi o caminho em 21 estágios, definidos pelo mapa oficial do caminho. Cada estágio representará 1 vídeo nesta jornada e por isso este artigo contém 2 vídeos, pois cobri 2 estágios neste dia.

Você pode baixar o mapa oficial do caminho da fé a partir da website da Associação dos Amigos do Caminho da Fé , assim como também um guia de hospedagem para os diversos ramais do caminho. A maioria das hospedagens no guia são de pousadas familiares / rurais ou urbanas. Tipicamente eles cobram uma diária básica que inclui as refeições (janta e café da manhã). Alguns estabelecimentos nesta lista, entretanto, são hotéis, mas a maioria dos hotéis na lista vão te oferecer uma diária reduzida de peregrino perante a apresentação da credencial de peregrino.

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Medidas e despesas neste dia da peregrinação

  • Distâcia medida entre Cravinhos a Santa Rosa de Viterbo59,02 Km
  • Duração total desta jornada: 6h 40m
  • Tempo total em movimento: 4h 57m
  • Local de pernoite ao final do dia:
  • Total de despesas neste dia: R$ 92,50
    • Alimentação: R$ 17,50 (jantar em um restaurante local)
    • Hospedagem: R$ 75.00 (Café da Manhã incluído)
  • Ganho total de Elevação neste trecho: 658m
  • Velocidade Média: 8,9 Km/h
  • Velocidade Máxima atingida: 45,2 Km/h
  • Batimento Cardíaco Médio: 132 bpm
  • Batimento Cardíaco Máximo: 158 bpm
  • Calorias queimadas: 2.815 CAL
  • Clique aqui para ver a página do Garmin Connect para esta atividade.
Elevação x Velocidade x Batimento Cardiaco entre Cravinhos e Santa Rosa de Viterbo
Elevação x Velocidade x Batimento Cardiaco entre Cravinhos e Santa Rosa de Viterbo (Clique na imagem para expandir)

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Estágio 3: De Cravinhos para São Simão + Video

Uma boa noite de sono bastou para que eu me recuperasse da exposição ao sol, da poeira, da areia e dos erros do dia anterior. A mesa de café da manhã no hotel estava repleta de coisas importantes para sustentar-me durante o dia de pedal (entre outros, presunto, queijo, ovos mexidos, variedade de geléias e pão, frutas e cereais).

Eu tinha lavado a roupa do dia anterior no banheiro do quarto e ela estava seca. O hotel tem uma área no fundo onde eu pude também lavar a bicicleta com uma mangueira e colocar um pouco de óleo na corrente.

Peregrinos com pressa para chegar ao seu destino, talvez teriam que acordar muito mais cedo para realizar todas essas tarefas antes de sair, mas felizmente não era o meu caso. Acordei por volta das 08:00 e só sai do hotel por volta das 10:30.  Depois de deixar o hotel, o desafio era reencontrar o caminho pois não havia nenhuma seta amarela saindo do hotel. Meu plano foi então o de voltar para o centro da cidade e retomar o caminho a partir do ponto que eu tinha cometido meu erro no dia anterior, mas bem antes do centro da cidade eu passei pelo Hotel pousada Girassol, o outro hotel credenciado na lista de hospedagem. O hotel está situado poucos metros antes do posto de gasolina onde eu parei para pedir informações.

Tendo morado boa parte da minha vida fora do Brasil, sempre me surpreendo com a facilidade de fazer amizades neste País (as vezes hostil), mas tão hospitaleiro. No posto de gasolina encontrei João Candosim, ele próprio um peregrino de Aparecida, e que me apontou para a próxima seta amarela, pouco depois do posto. Dei a João um dos cartões de visita do meu blog e para minha agradável surpresa nos tornamos amigos no Facebook mais tarde.

Se você assistiu ao vídeo do estágio anterior, ao assistir o vídeo deste estágio você verá que a partir de um certo ponto as imagens são as mesmas até chegar ao posto Frango Assado a beira da Via Anhangüera (SP-330).

Quero deixar uma nota de advertência, especialmente para peregrinos em bicicletas (bicigrinos), para tomarem cuidado com os cães soltos logo na saída de Cravinhos . Quando eles me viram vieram correndo e latindo em minha direção, mas eu não tive a impressão que queriam me atacar, apenas me avisar que eu estava entrando no território deles. Eu desmontei da bicicleta e fiquei parado olhando para eles sem demonstrar medo e logo eles se acalmaram (essa estratégia pode não funcionar sempre).

Ao chegar no posto Frango Assado eu parei para reabastecer minhas garrafas d’agua e encontrei com 2 peregrinos em bicicleta que também tinham a intenção de pedalar até Aparecida. Eles tinham saído de Ribeirão Preto naquela manhã e tinham a intenção de fazer o caminho todo no asfalto apesar de estarem pedalando bicicletas mountain bike de suspensão dianteira e traseira, ideais para as estradinhas e trilhas de terra do Caminho da Fé. Não existe certo ou errado na sua peregrinação. Ela é individual.

Depois do posto de gasolina eu continuei pedalando até chegar ao pequeno monumento a Nossa Senhora, um local bonito e bem conservado e que pareceu ser o momento ideal para um pouco de descanso, agua e oração. Foi neste momento que troquei as baterias do gimbal e para meu azar acabei deixando as baterias reserva lá naquele local. Elas foram encontradas por outros peregrinos mais tarde, mas retorna-las para mim provou não ser viável devido ao custo.

Eu planejava trocar as baterias do gimbal e da câmera a cada 90 minutos, colocando as baterias usadas para carregar a partir de um power bank de 22.000 mAh dentro da bolsa de guidão. Tendo perdido as baterias reservas do gimbal significou que pelo resto do caminho eu não poderia usá-lo enquanto as únicas baterias que restavam estavam carregando (o tempo de recarga variava entre 45 min a 1h). Eu continuei gravando o caminho, mas sem usar o gimbal enquanto suas baterias estavam recarregando, o que infelizmente aumentou muito a trepidação da imagem.

Uma boa parte desse trecho foi ao longo da Via Anhangüera e proporcionou interessantes paisagens ao longo do caminho, incluindo uma visão de campos queimados que deve ser uma ocorrência comum nessa época do ano devido ao clima muito quente e seco e, talvez, outras razões menos naturais.

Até o ponto onde cruzei por baixo da Via Anhangüera o terreno foi bem menos arenoso e poeirento que do dia anterior (mais firme), mas a partir daquele ponto voltou a ter muita areia e poeira ao ponto que, se você estiver pedalando, você provavelmente terá que desmontar e empurrar a bicicleta com frequência.

Neste estágio você também terá que caminhar ou pedalar no acostamento da SP-253 por alguns quilômetros, até que você volte a uma trilha de terra e areia ao lado da estrada. Eu me senti relativamente seguro pedalando na estrada pois o acostamento é plano e largo e a maioria dos motoristas abriam boa distância ao me ultrapassar.

Pouco antes de chegar em São Simão você também terá que cruzar por cima dos trilhos de uma estrada de ferro e no meu caso eu demorei muito tirando fotos do local o que me obrigou a ter que esperar até o trem de carga passasse e foi um trem bem comprido e que demorou vários minutos para passar.

A cidade de São Simão é pequena e as setas amarelas são bem frequentes o que impede o risco de você se perder. Antes de chegar ao Hotel São Simão, a única opção de hospedagem na lista oficial da Associação dos amigos do caminho, eu parei junto a uma revenda de veículos usados e perguntei a dois senhores que estavam lavando os carros se eu poderia jogar uma agua na bicicleta para tirar o pó. Eles me perguntaram de onde eu estava vindo e para onde eu estava indo. Eles sabiam do caminho da fé, mas não sabiam que eram as setas amarelas que indicavam o caminho para Aparecida aos peregrinos. Agora eles sabem 🙂

O pessoal do Hotel São Simão foi muito gentil. Carimbaram minha credencial de peregrino e me ofereceram agua e frutas.

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Estágio 4: De São Simão para Santa Rosa de Viterbo + Video

Ao deixar o Hotel São Simão eu fiz um pequeno desvio para visitar a avó de outro peregrino que eu conheci através do grupo de Facebook da Associação dos Amigos do Caminho da Fé. Ao chegar lá, expliquei quem eu era e porque estava ali e para minha surpresa Dona Vera Burin e sua filha Angélica me receberam quase como se eu fosse um membro da família.

Este é um dos mais positivos aspectos da cultura Brasileira. A habilidade de confiar em desconhecidos e recebe-los bem.

Parecido com os Irlandeses que tem um ditado que diz “Um desconhecido é apenas um amigo que você nunca viu antes“.

A grande diferença entre o Brasil e a Irlanda, entretanto, são os óbvios perigos do Brasil devido aos altos índices de criminalidade, principalmente em grandes cidades. Mesmo assim, os brasileiros ainda conseguem confiar e ajudar uns aos outros. Gostaria de deixar aqui meu sincero muito obrigado, não apenas a Dona Vera e sua filha Angélica, mas também ao André que se comunicou comigo e pediu para que eu passasse lá e dissesse um “Oi”.

Infelizmente eu estava com um pouco de pressa e tive que declinar o convite para um café, mas foi ótimo tê-las conhecido.

Como peregrino, entretanto, fui agraciado com vários gestos de generosidade durante minhas peregrinações e cada vez que isso acontecia reforçava minha crença que a maioria das pessoas na terra são boas e que o bem supera em muito o mal. Talvez seja por causa disso que existe a dificuldade em se eliminar o mal das nossas sociedades.

Como as baterias do Gimbal ainda estavam carregando dentro da bolsa de guidão, eu decidi colocar a câmera dentro da caixinha a prova d’agua e instala-la no suporte de guidão, o que causou um grande aumento na trepidação da imagem. Em dias subsequentes ao invés de colocar a câmera no guidão eu experimentei colocando-a no suporte de capacete na esperança que isso diminuiria um pouco a trepidação, mas a melhoria foi praticamente insignificante. Como eu só tinha um jogo de baterias para o gimbal sobrando eu tentei preserva-las o máximo para usar o gimbal em terrenos mais acidentados, como estradas de terra, por isso quando eu pedalava em asfalto eu com frequência parava de usar o gimbal para recarregar as baterias.

Ao sair da cidade de São Simão você vai caminhar ou pedalar por aproximadamente 3 Km na SP-253. Esta estrada tem acostamento, mas ele me pareceu mais estreito que antes de São Simão. A maioria dos motoristas respeitavam minha presença e mantiveram uma boa distância quando passavam por mim, mas é bom ter cuidado.

Depois de 3 Km você vai cruzar a estrada e virar à esquerda para pegar uma estrada de terra e de novo, muita poeira e areia. Nesse ponto as baterias do gimbal já estavam 100% carregadas e pude instalar a câmera de volta no suporte de peito.

Em alguns pontos destas estradas de terra elas ficam bem estreitas e pareciam ter um trafego mais intenso que outras estradas de terra que eu havia pego antes. Quando carros e caminhões passavam por mim eles levantavam uma grande quantidade de pó o que tornava difícil para mim respirar devido a minha asma. Tossi muito em alguns pedaços nestas estradas (se você assistir ao vídeo você vai ver). Também foi necessário empurrar a bicicleta em muitos trechos, pois a areia era tão profunda que se tornou inútil tentar pedalar (nenhuma tração nas rodas).

P1090289Apesar disso tudo também existem lindos trechos por onde você vai pedalar ou caminhar entre florestas de pinhos que oferecem além de uma linda paisagem também muita sombra para o proteger do sol.

Ao se aproximar de Santa Rosa de Viterbo, você vai voltar para a SP-253 novamente, o que me leva a notar que para aqueles que desejarem evitar as estradas de terra, o caminho pela rodovia será bem mais curto e rápido, mas possivelmente mais perigoso também. Você terá que tomar essa decisão várias vezes durante o Caminho da Fé. O conforto mais perigoso do asfalto ou os desafios físicos de pedalar “off-road”.

Ao chegar nos arredores de Santa Rosa de Viterbo você ficará feliz em encontrar uma ciclovia de aprox. 1,5 Km, totalmente segregada do transito automotor, o que torna o pedal para a cidade muito mais seguro.

O Hotel Malim é, no momento que escrevo este artigo, o único na lista de hospedagem na cidade. A lista indica que existem 2 opções de acomodação, uma custando R$ 60,00 e outra R$ 85,00. Ao chegar lá constatei que a lista talvez está desatualizada devido a inflação ou aumento nos preços, por isso é sempre bom você verificar antes, se não quiser ter uma surpresa ao chegar no local. Eu paguei R$ 75,00 por um quarto com banheiro privativo, mas sem TV, nem ar-condicionado. Havia também a opção de quartos com TV e ar por R$ 90,00.

Encontrar o hotel é bem fácil. Simplesmente siga em frente na rua principal da cidade e o hotel fica do lado esquerdo.

O hotel tem um paraciclo na parte de trás onde você pode prender sua bike, o que eu aconselho você fazer, pois os funcionários / hotel não se responsabilizam por ela. Me pareceu ser um local bem seguro, mesmo assim eu prendi a bike e tirei tudo de valor dela. Na parte de trás também tem um espaço onde você pode dar um banho de mangueira na bike para tirar a poeira.

Depois de um bom banho e uns 30 min de descanso, sai do hotel a pé para encontrar um restaurante que foi recomendado pelo recepcionista do hotel, o restaurante Issagawa Neto & Cia. Não parecia haver muita opção onde comer na cidade e neste restaurante você tem, entre outros no menu, opções de uma refeição com entrada, prato principal e um refrigerante por R$ 17,50. A comida é boa e por esse preço, até mesmo os bons de prato vão sair do restaurante bem fartos.

Depois da janta voltei para o hotel, fui dar uma olhada nos meus e-mails e navegar na internet um pouco antes de dormir. O hotel tem WiFi gratuito e o sinal no meu quarto era bom.

Apesar de existir no quarto alguns mosquitos, consegui dormir muito bem. Aconselho você levar consigo uma latinha de repelente de insetos sem cheiro. Em alguns lugares você vai precisar, especialmente nas noites quentes de verão e em áreas rurais. Foi assim que meu segundo dia de Caminho da Fé terminou.

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Fotos tomadas neste dia.

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Celebrando os 3 anos de EyeCycled.com

Neste vídeo eu celebro os 3 anos de existência do EyeCycled.com.

O domínio foi registrado no dia 18 de março de 2015, mas o primeiro artigo no Blogue só foi publicado no começo de abril. Se você olhar nos arquivos do blogue, você encontrará artigos anteriores a esta data, mas isso ocorre porque eu os publiquei com a data retroativa em que os eventos que eu descrevia nos artigos aconteceram e não a data da publicação em si.

O que me fez criar EyeCycled.com foi uma peregrinação: O Caminho de Santiago de Compostela. Para mim ele representou um evento de mudança de vida significativo. Ele foi, naquele momento, o pedal mais longo que eu havia feito na vida. A experiência foi tão marcante que eu não parei mais.

Eu não sei o que vai acontecer com o EyeCycled.com no futuro. Não fiz nenhum plano sério para ele e isso de maneira intencional. Eu gostaria que ele crescesse, não apenas ao ponto de me manter 100% ocupado, mas de me sustentar também. Eu tento limitar minhas expectativas e deixar o crescimento acontecer organicamente. Pode ser que eu não encontre tanto tempo quanto eu gostaria para escrever no blog e editar videos, mas eu farei o possível para que EyeCycled.com esteja aqui para ficar.

Àqueles que me ajudaram e suportam meu trabalho meu sincero muito obrigado.

Também a todos àqueles com quem tive o prazer de pedalar ou ter conhecido através destas oportunidades, muito obrigado.

Independente da sua crença, ou mesmo se você crê em Deus ou não, eu desejo a todos tudo de bom e que vocês possam receber as bênçãos de Deus e tenha uma vida longa, prospera, saudável e muito feliz.


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Caminho da Fé, Dia 01: De Sertãozinho para Cravinhos

Neste artigo…

  1. Introdução
  2. Medidas e despesas neste dia da peregrinação
  3. Estágio 1: De Sertãozinho a Dumont + Video
  4. Estágio 2: De Dumont para Cravinhos + Video
  5. Fotos tomadas neste dia.

Introdução

Se este é o primeiro artigo da série do caminho da fé que você está lendo, eu recomendo que você dê uma olhada no artigo sobre a introdução ao caminho da fé, publicado no dia 28 de fevereiro de 2017. Aquele artigo explica o que é o caminho da fé, as razões pelas quais eu decide fazer ele e provém informações que podem ser úteis aqueles que decidirem fazer o caminho da fé também.

Neste artigo eu cubro minhas experiências no primeiro dia dos 12 dias da peregrinação, a partir da pequena cidade de Sertãozinho até Cravinhos, ambos no interior de São Paulo.

Conforme explicado no artigo de introdução, eu dividi o caminho em 21 estágios, definidos pelo mapa oficial do caminho. Cada estágio representará 1 vídeo nesta jornada e por isso este artigo sobre o primeiro dia contém 2 vídeos, pois cobri 2 estágios neste dia. O primeiro estágio foi entre Sertãozinho e Dumont e o segundo entre Dumont e Cravinhos.

Você pode baixar o mapa oficial do caminho da fé a partir da website da Associação dos Amigos do Caminho da Fé , assim como também um guia de hospedagem para os diversos ramais do caminho. A maioria das hospedagens no guia são de pousadas familiares rurais ou urbanas. Tipicamente eles cobram uma diária básica que inclui as refeições (janta e café da manhã). Alguns estabelecimentos nesta lista, entretanto, são hotéis, mas a maioria dos hotéis na lista vão te oferecer uma diária reduzida de peregrino perante a apresentação da credencial de peregrino.

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Medidas e despesas neste dia da peregrinação

  • Distâcia medida entre Sertãozinho a Cravinhos71,54 Km
    • Por favor leia o item 4 neste artigo, pois esta distância inclui erros de navegação da minha parte.
  • Duração total desta jornada: 8h 25m
  • Local de pernoite ao final do dia:
  • Total de despesas neste dia: R$ 120.90
    • Alimentação: R$ 58.90 (tele-entrega de pizza no hotel, só consegui comer metade)
    • Hospedagem: R$ 62.00 (Café da Manhã incluido)
  • Ganho total de Elevação neste trecho: 1,178m
  • Velocidade Média: 8.5 Km/h
  • Velocidade Máxima atingida: 46.5 Km/h
  • Batimento Cardíaco Médio: 146 bpm
  • Batimento Cardíaco Máximo: 180 bpm
  • Calorias queimadas: 4,286 CAL
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Primeiro dia no Caminho da fé
Primeiro dia no Caminho da fé

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Estágio 1: De Sertãozinho a Dumont + Video


Sendo entrevistado pela rede Globo de TV no estacionamento do HotelConforme planejado na noite anterior, acordei cedo e desci para a sala do café para tomar café da manhã junto com a equipe da rede Globo. Eles tiraram muitas fotos dos jornalistas tomando café da manhã e também me ajudaram a tirar algumas fotos de mim. Antes de partir nós gravamos a entrevista no estacionamento do hotel, sendo que muitos “takes” foram necessários devido ao barulho da rua e outros erros básicos. Por exemplo, durante a entrevista eu mencionei que iria gravar o caminho todo em “time-Lapse” com uma GoPRO 4 e a mera menção da marca da câmera invalidou a gravação devido ao marketing indireto.

De tudo que foi gravado naquela manhã apenas uma pequena fração foi ao ar. Nos meus 3 segundos de fama em cadeia nacional eu apareço dizendo que o caminho é, em sua maioria, em estradas ou trilhas de terra, o que o torna muito difícil. À primeira vista isto é meio obvio, mas o que está faltando no contexto daquela sentença foi o fato de que estávamos conversando sobre minhas peregrinações anteriores para Santiago de Compostela na Espanha e Roma na Itália (Via Francigena)e que nestas peregrinações a maioria do percurso foi em estradas pavimentadas, o que me fazia acreditar que o caminho da fé seria um desafio mais difícil apenas da distância ser mais curta. Mas tudo bem. Estou feliz de ter tido a oportunidade que tive.


P1090200Depois da entrevista o operador do drone me seguiu de carro e fez algumas gravações aéreas, me instruindo a tomar certas atitudes que do contrário não seriam da minha natureza fazer, como levantar meus braços aos céus na frente da estátua de Nossa Senhora na saída de Sertãozinho . Devido a todas estas atividades eu deixei Sertãozinho bem tarde, por volta das 10:30 da manhã. Mais ou menos 1 Km depois da estátua de Nossa Senhora, eu cruzei por baixo da autoestrada, entrando pouco metros depois em uma estrada de chão dentre a plantações de cana de açúcar.

Uma pessoa em uma moto parou e me acompanhou por alguns metros fazendo perguntas como, para onde eu estava indo e se estava sozinho, que eu honestamente estava muito relutante em responder. Acho que era uma pessoa de bem, mas é assim que muitos assaltos acontecem. O resto do meu pedal até a pequena cidade de Dumont foi tranquilo, apesar de muita poeira e areia.

Praticamente o caminho inteiro é entre plantações de cana de açúcar, por isso a paisagem não é muito excitante, mesmo assim você vai encontrar lugares que merecem algumas fotos.

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Estágio 2: De Dumont para Cravinhos + Video

Plantação de café a esquerda e a pequena cidade de Dumont ao fundo
Plantação de café a esquerda e a pequena cidade de Dumont ao fundo

Ao chegar em Dumont eu parei para tirar algumas fotos e determinar onde eu poderia carimbar minha credencial de peregrino. Quando descobri que a pousada Veronezi, na lista de acomodações da associação dos amigos do caminho, ficava fora da cidade, eu continuei o pedal até chegar lá.

Ao chegar na fazenda dos Veronezi, eu virei à esquerda e fui em direção a Casa Veronezi, a loja de carnes da fazenda e acabei levando um tombo nas pedras soltas do estacionamento. Foi um tombo bem ridículo devido ao fato da roda da frente derrapar nas pedras e meu pé direito ficar preso no firma-pé do pedal. Acabei rasgando meu “pernito” (protetor de pernas) da Castelli que é uma peça de vestuário que eu gostava muito 🙁

Na case de carnes conheci o Alvaro (que toma conta da loja) e ele me indicou o caminho até a Dona Helena Veronezi, Mãe dele e que cuida da pousada. Eles são pessoas muito boas. Dona Helena carimbou minha credencial e me ofereceu água e frutas. Ao deixar a pousada Dona Helena me falou que logo adiante, próximo ao lago do pesque e pague havia uma porteira trancada e que eu deveria dar um pulo no bar do pesque e pague e pedir a chave do cadeado.

Bar do Zé Goleiro
Bar do Zé Goleiro

Depois da porteira continuei por dentre plantações de cana até chegar ao bar do Zé Goleiro que é um estabelecimento literalmente no meio de nada e que já existe desde de 1937, mas que, com a morte do Zé Goleiro em 2009, vem sendo administrado pelo seu filho. É um lugar muito interessante com um monte de “trecos” pendurados no teto.

O mapa do caminho indica que a distância entre Dumont e Cravinhos é 37 Km, mas não deixa claro onde em Cravinhos esses 37 Km terminam. Os dois estabelecimentos na lista de hospedagens são um pouco afastados do centro da cidade, especialmente o que eu decidi pernoitar, o Cravinhos Park Hotel, que também parecia ser o melhor dos dois. Eles aceitam cartão de crédito, apesar de não estar indicado na lista.

Ao chegar em Cravinhos eu cometi o erro de assumir que as setas amarelas iriam me indicar o caminho para estes estabelecimentos. A menos que eu tenha deixado de ver uma seta em algum lugar, elas na verdade indicam o caminho para fora da cidade. Eu honestamente só vi setas amarelas apontando na direção que eu fui.

A linha vermelha representa a rota que eu fiz. A linha azul a rota que eu deveria ter feito.
A linha vermelha representa a rota que eu fiz. A linha azul a rota que eu deveria ter feito.


Infelizmente, teimoso como sou, eu continuei seguindo as setas amarelas para fora da cidade, só parando no posto Frango assado uns 7 a 8 Km fora da cidade para pedir informações. Para ser honesto, uma vez que sai da cidade não apareceu ninguém para pedir informações, mas eu deveria ter feito isso antes.

Quando os frentistas do posto me indicaram que eu estava bem longe e teria que voltar uns 10 Km, fui confrontado com a decisão de voltar ou seguir adiante. Decidi voltar porque já estava anoitecendo e de acordo com o mapa, a cidade seguinte ficava a 31 Km de distância, talvez um pouco menos pois eu já tinha pedalado uns 7 Km para fora de Cravinhos.

Este erro obrigou-me a pedalar 18,69 Km a mais, ou seja, eu pedalei 55,69 Km no total entre Cravinhos e Dumont neste dia. Por isso fica aqui a dica para que você preste atenção ao chegar em Cravinhos e não cometa o mesmo erro que eu. Quando eu cheguei no hotel já estava bem escuro, o que não foi legal, mas tudo faz parte da aventura. Em uma peregrinação você sempre deve esperar o inesperado.

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Fotos tomadas neste dia.

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Via Francigena, Dia 6/29: De Reims para Châlons-en-Champagne

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O Caminho da Fé: Introdução e dia Zero

Introdução ao Caminho da Fé e o dia “zero” da minha peregrinação

Neste artigo…

  1. Introdução
  2. Entrevista com o Sr Almiro Grings, principal idealizador do Caminho da Fé
  3. Estatísticas, despesas e meu diario de bordo do Caminho da Fé (download de arquivo Excel)
  4. O dia ZERO da minha peregrinação: Minha viagem de onibus de Jataí  (GO) a Sertãozinho (SP)
  5. Fotos do dia ZERO.

Introdução

Antes de dar início à minha própria introdução ao Caminho da Fé, convido você a assistir o vídeo institucional produzido pela Associação dos Amigos do Caminho da Fé (AACF).

Espero que o vídeo acima tenha fornecido um “gostinho” do que é Caminho da Fé, vamos portanto a minha própria introdução sobre o Caminho. Eu narro a maior parte dessa introdução (mas não tudo) no video abaixo, portanto, se voce não gosta de ler, fique a vontade para assistir o vídeo e pular o texto.

Decidi publicar esta introdução principalmente para aqueles que nunca ouviram falar do Caminho da Fé, mas também para aqueles que já o conhecem, mas que não o fizeram ainda.

Minha rota ao longo do Caminho da Fé
Minha rota ao longo do Caminho da Fé

O Caminho da Fé é uma rota de peregrinação idealizada por 3 peregrinos que fizeram a pé o famoso Caminho de Santiago de Compostela na Espanha e decidiram criar no Brasil uma rota de peregrinação, nos mesmos moldes de Compostela, a partir de Águas da Prata em SP até o Santuário Nacional de Aparecida do Norte.

Para aqueles que nunca ouviram falar do Caminho da Fé, recomendo uma visita ao site da Associação dos amigos do Caminho da Fé: www.caminhodafe.com.br ou uma rápida procura no Google, pois a disponibilidade de informações sobre ele na internet é muito grande.

Existem também grupos no Facebook e outras redes sociais que reúnem peregrinos passados, presentes e futuros e facilitam a troca de informações.

O proposito deste artigo, no entanto, é explicar a minha história, as razões pelas quais eu decidi fazer o caminho, porque decidi iniciar em Sertãozinho e o que eu pretendo publicar no meu blogue e canal do YouTube sobre esta experiência. Meu objetivo é ajudar, principalmente aqueles que nunca fizeram o caminho (ou qualquer outra peregrinação), a melhor se prepararem, mostrando a eles o que eles devem esperar em cada trecho, pelo menos se fizerem o caminho na mesma época e condições que eu fiz.

Para aqueles que já fizeram o Caminho, minha intenção é divulgar o caminho no Brasil e no exterior com as ferramentas que estão ao meu alcance. Espero que em diversos momentos, os vídeos e as matérias que publicarei vão trazer de volta boas lembranças e neste caso fiquem a vontade de compartilhar a experiência de vocês através de comentários, “Likes” e compartilhamentos.

Juntamente com este artigo eu também vou publicar a entrevista que gravei com o Sr Almiro Grings, o principal idealizador do Caminho da Fé. Esta entrevista foi gravada na sede da Associação dos Amigos do Caminho da Fé em Águas da Prata quando eu passei por lá. Tenho certeza que nas palavras do Sr Almiro o caminho da fé será muito melhor explicado.

Bem, primeiramente gostaria de dizer que o Caminho da Fé é a terceira peregrinação de longa distância que fiz de bicicleta até agora. Em 2015 fiz o caminho de Santiago de Compostela em bicicleta a partir da cidade Francesa de Saint Jean Pied de Port (o assim conhecido Caminho Frances) e em 2016 percorri os mais de 2000 Km que separam a cidade de Canterbury na Inglaterra até a cidade do Vaticano na Itália em uma rota de peregrinação conhecida como Via Francigena.

É difícil explicar em detalhes todas as razões pelas quais venho fazendo isso nos últimos 3 anos, mas uma resposta simples, e que provavelmente resumiria tudo, é: Eu gosto do desafio físico e mental e gosto também das oportunidades de introspeção que longos períodos pedalando proporcionam, que, por sinal, é uma experiência muitos semelhante àqueles que fazem a pé, mas requer menos tempo para complete-la.

Escolhi fazer o Caminho da Fé a partir de Sertãozinho por duas razões principais: A primeira é por uma certa facilidade logística a partir da cidade onde me encontrava vivendo no Brasil neste período. Havia a partir dessa cidade um ônibus direto para Ribeirão Preto no estado de SP, que fica a apenas 20 Km de Sertãozinho, e facilitava não ter que trocar de ônibus e ter longas esperas de conexão em rodoviárias, levando em consideração que eu estava levando toda bagagem de peregrino mais a bicicleta. A segunda razão é por ser o ramal Sertãozinho o mais longo de todos, pelo menos no período em que eu fiz o caminho. Eu queria passar mais tempo na estrada.

Mapa do Caminho da Fé
Mapa do Caminho da Fé

Se vocês estudarem o mapa do caminho da fé, disponível para download no site da associação dos amigos do caminho, vocês verão que existem várias outras opções de rotas, ou ramais como são conhecidos, por onde dar início a sua peregrinação, mas todas passam por Águas da Prata.

O caminho de Santiago de Compostela já foi inteiramente publicado no blog EyeCycled.com e eu ainda estou trabalhando nos artigos e vídeos da Via Francigena.

Neste artigo dou início aos trabalhos e publicações sobre o Caminho da Fé. Os artigos no blog e os vídeos que pretendo publicar no canal do YouTube seguirão o mesmo princípio aplicado as peregrinações anteriores. Tem o objetivo de mostrar aos outros graficamente como foram minhas experiências.

Eu ligo a câmera pela manhã, quando estou prestes a dar início ao trecho do dia e a desligo apenas quando chego ao meu destino ou a um lugar onde decido parar neste dia. Desta forma o objetivo é documentar em vídeo o caminho inteiro que eu tomei para que futuros peregrinos possam ter uma ideia do eu irão encontrar e talvez decidir por fazer um caminho diferente do que eu fiz. Como ninguém assistiria a uma gravação de 7, 8 horas ou mais eu faço uso de um tipo de vídeo chamado “Time- Lapse” que está sendo exibido no canto direito da tela. Neste modo de gravação a câmera tira uma foto de alta definição a cada 0.5 segundo e faz uma montagem acelerada de todas as fotos no final.

Cada 10 min no caminho representam algo como 10 segundos no vídeo, portanto um dia inteiro no caminho pode ser assistido em poucos minutos, sem que nem um metro sequer seja perdido. As desvantagens desse tipo de gravação são, obviamente a velocidade da imagem e a trepidação da câmera, como podem ver.

Esta trepidação pode ser minimizada com um dispositivo chamado “Gimbal“, cuja função e operação já expliquei em um artigo no Blog e um vídeo no canal. Esta foi a primeira vez que utilizei este dispositivo de maneira constante numa viagem de bicicleta, apesar de já no segundo dia ter perdido as baterias extras que eu estava levando. Mesmo assim o “Gimbal” tem limites e não consegue remover por completo as trepidações provenientes de buracos, pedras e outros obstáculos no caminho. A estratégia para o Caminho da Fé no blog é publicar um artigo e os respectivos vídeos no canal a cada 2 semanas, mas eu já sei que existirão semanas em que esta estratégia não vai funcionar por causa da rotina de intenso trabalho e viagens programadas para este ano.

No blogue, tenho a intenção de publicar 1 artigo para cada dia de viagem, mas se vocês olharem para o mapa do Caminho da Fé vão notar que a partir de Sertãozinho existem 21 trechos principais ao longo do caminho. A intenção é publicar no mínimo 21 vídeos mostrando estes trechos em detalhes, com as gravações em vídeo “Time-Lapse” conforme expliquei antes e algumas das muitas fotos que tirei ao longo do caminho.

Como pretendo que tudo seja bilíngue na verdade estamos falando de 42 vídeos no mínimo, não contando os vídeos de introdução e outros menores que fiz ao longo do caminho. Adicionando ao trabalho de editar os vídeos eu também tenho que escrever os artigos no blog em Português e Inglês, por isso eu não determinei um prazo para terminar este trabalho. Ele verdadeiramente vai terminar quando Deus quiser 🙂

Não é a toa que se chama Caminho da Fé… Eu tenho Fé que vou conseguir e conto com seu apoio.

Eu não faço este trabalho visando lucro algum, mas eu tenho várias despesas para manter o blog e obviamente este trabalho demanda muito tempo da minha parte. Na verdade, gasto muito mais tempo escrevendo e editando os vídeos do que todo o período da peregrinação em si, portanto se vocês estiverem se sentindo generosos, visitem minha página no Apoia.Se, através da qual vocês podem doar pequenos valores para ajudar na manutenção e no café para me manter acordado a noite.

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Video Interview with Mr Almiro Grings, the creator of the Faith’s Way

Esta entrevista foi gravada na sede da Associação dos Amigos do Caminho da Fé em Águas da Prata em Setembro de 2017.

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Estatísticas, despesas e meu diario de bordo do Caminho da Fé

O arquivo Excel abaixo contém as estatiticas da viagem (conforme registradas pelo meu Garmin Edge 810), tais como distâncias, Elevação, velocidades, batimento cardiaco médio, etc, assim como as despesas ao logo da viagem, a acomodação e as anotações que gravei ao longo do caminho.

Elevação x Velocidade ao longo da rota do Caminho da Fé.
Elevação x Velocidade ao longo da rota do Caminho da Fé.

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Dia ZERO: Minha viagem de onibus de Jataí to Sertãozinho

Route from Jataí to Ribeirão PretoEu decidi escrever um pouco sobre minha viagem de onibus de Jataí, no interior de Góias, para Sertãozinho não considerando que isso venha a ajudar outras pessoas, além daquelas que porventura queiram fazer esse caminho e que morem em Jataí, mas para ilustrar o quão dificil a parte logistica de uma peregrinação pode ser. Dependendo de onde você mora no Brasil (ou exterior) as conexões para Sertãozinho podem se tornar mais fáceis ou dificeis. Tentei em vão encontrar algum parceiro(a) que tivesse um veiculo próprio e estvisse a fim de vir comigo nesta aventura, mas isso é muito dificil devido a disposição das pessoas em se submeter a tal esforço fisico e, mais importante, ao tempo necessário, que é bastante significativo, longe do trabalho, da familia, etc.

Nosso onibus foi parado no posto da policia rodoviaria federal em Uberaba, MG.
Nosso onibus foi parado no posto da policia rodoviaria federal em Uberaba, MG.

Como não consegui encontrar ninguem comecei a pesquisar as alternativas. Jataí é uma cidade pequena que não dispõe de um aeroporto com linhas domésticas regulares, assim como Sertãozinho. Sertãozinho no entanto fica bem perto de Ribeirão Preto que tem um aeroporto regional com voos domesticos para varios destinos, incluindo Goiânia e São Paulo. O problema é que Jatai fica a 320 Km de Goiania e dessa forma eu teria que viajar várias horas de onibus de qualquer jeito. Decidi, portanto, pegar o onibus de Jataí diretamente para Ribeirão Preto, uma viagem longa e desconfortavel, mas tambem de um custo menor. Paguei R$ 135,00 na passagem de Jataí para Ribeirão Preto. A distância de Jataí para Ribeirão é de aprox. 715 Km, mas uma viagem que estava planejada durar 12h acabou atrasando por mais de 2h devido a uma parada obrigatória no posto da Policia Rodoviaria Federal em Uberaba, MG. A policia, aparentemente, havia recebido uma denuncia anônima de que alguém estaria traficando drogas para São Paulo neste onibus, que havia originalmente partido no Mato Grosso. A denuncia estava de fato correta, pois a policia encontrou o traficante, juntamente com 10 Kg de pasta base de Cocaína. Espere o inesperado!

Onibus urbano (coletivo) de Ribeirão Preto para Sertãozinho.
Onibus urbano (coletivo) de Ribeirão Preto para Sertãozinho.
Eu, no onibus para Sertãozinho, sentado no assento reservdo a cadeirantes e segurando a bicicleta em pé.
Eu, no onibus para Sertãozinho, sentado no assento reservdo a cadeirantes e segurando a bicicleta em pé.

Ao chegar em Ribeirão eu tinha a possibilidade de montar a bicicleta e pedalar até Sertãozinho, o que me recomendaram não fazer pois a rota passa por areas de alta incidência de crime, ou pegar o onibus coletivo. Ao chegar na Rodoviaria, fui me informar com funcionarios do local que me indicaram a plataforma de onde saia o onibus para Sertãozinho. Tive que descer de elevador, caminhar uns metros para a esquerda e subir de elevador novamente para chegar a plataforma. Ao chegar lá, o nibus para Sertãozinho já estava parado na plataforma e estava mais ou menos 3/4 cheio. Conversei com o motorista que me informou que o onibus tinha apenas um pequeno bagageiro, não grande suficiente para a bicicleta, mas que eu poderia sentar no assento reservado aos cadeirantes e segurar a bicicleta na vertical. A viagem para Sertãozinho foi rapido, cerca de 30 min e ao chegar na estação rodoviaria de Sertãozinho eu ontei a bicicleta e fui pedalando até o hotel (aprox. 1,5 Km de distância). Fiz o check-in no Hotel Agapito, que é o único hotel de Sertãozinho na lista de oficial de hospedagem da Associação dos amigos do Caminho da Fé,  e peguei minha credencial de peregrino. A noite encontrei com a equipe da rede Globo de TV que iria fazer uma reportagem sobre o Caminho da Fé em celebração aos 300 anos de Aparecida.. Eu sabia que eles iriam estar la pois dias antes quando fiz minha reserva, o recepcionista do hotel havia me contado que eles estariam iniciando a peregrinação deles no mesmo dia. Saimos juntos a noite para jantar e conversamos sobre várias coisas como minhas peregrinações anteriores, e combinamos de nos encontrar para o café da manhã no dia seguinte e gravar uma entrevista para a reportagem deles.

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Fotos do dia ZERO.

Clique em qualquer uma das fotos para ampliar

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Via Francigena, Dia 5/29: De Tergnier (e Albergue de Villequier) para Reims

Não está disponível em PortuguêsInfelizmente este “post” não está disponível em Português. Meu tempo é muito limitado e a tradução, preparação e publicação de um post deste genero necessita várias horas de trabalho.

Se você entende Inglês e esta disposto a me ajudar traduzindo o post para o Português, eu ficaria muito agradecido. Eu prometo revisar e publicar a tradução quanto antes possivel, creditando seu nome como tradutor.

Voce pode copiar o texto em Inglês, colar em programas como Microsoft Word, traduzir e enviar-lo de volta para o endereço Paulo@EyeCycled.com

Obrigado.

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O Caminho da Fé

Logo Caminho da Fé
Logo Caminho da Fé

Olá pessoal,

é com imenso prazer que anuncio que semana que vem darei inicio a minha 3a peregrinação religiosa, desta vez no Caminho da Fé. Para quem ainda nunca ouviu falar, essa rota de peregrinação é agora considerada como o equivalente Brasileiro ao Caminho de Santiago que eu percori em 2015.

As versões em Inglês e Português deste “post” diferem significativamente pois encontrei muito poucas informações sobre o Caminho em Inglês, enquanto que em Português existem extensas fontes de informação na Internet o que vai me permitir apenas “linkar” para elas. Nunca tive a intenção de reinventar a roda 🙂

Então, para que voce não perca tempo, se tudo o que voce esta interessado é em informações sobre o Caminho da Fé, eu recomendo pular direto para o site da AACF ou Associação dos Amigos do Caminho da Fé, que é completo e excelente. Por não ter feito o caminho ainda, eu nao posso avaliar que ele tem todas as informações que um peregrino do Caminho da Fé precisa, mas é um bom começo.

O Antonio Olinto, um dos mais reconhecidos ciclo-ativistas Brasileiros, tambem tem a venda um excelente guia para o Caminho da Fé. Vale a pena dar uma olhada nas publicações e conteúdo (videos) no site dele tambem.

Bom, se voce ainda esta por aqui e já ouviu falar da Basilica de Aparecida do Norte no estado de São Paulo, voce deve saber que ela tem sido o destino de peregrinos a várias gerações, muitos dos quais as realizam  por razões religiosas, como pagamento de promessas, etc. Se voce em um tempinho, vale a pena ler sobre a história da Basilica, que é o segundo maior templo católico do mundo (só perde para a Basilica de São Pedro no Vaticano), no site da Wikipedia.

Mapa do Caminho da Fé (clique para abrir. Fonte AACF)
Mapa do Caminho da Fé (clique para abrir. Fonte AACF)

O Caminho da Fé foi criado em 2003 por um grupo de 3 amigos que fizeram o Caminho de Santiago de Compostela juntos algumas vezes. A rota original partia de Aguas da Prata no estado de Sâo Paulo e terminava, obviamente, na Basilica, em Aparecida do Norte, a 318 Km de distância (na rota original estabelecida para andarilhos ou caminhantes).

Atualmente o Caminho da Fé se expandiu para ter como ponto de partida outras cidades no Estado de São Paulo. A estas rotas alternativas foi dado o nome de “Ramais” e você pode obter informações sobre este ramais nesta página da AACF.

Pessoalmente, eu escolhi fazer o ramal mais longo (571 Km), a partir da cidade de Sertãozinho no estado de São Paulo, não apenas porque eu gosto muito de pedalar, mas por uma questão de facilidade logistica para mim. De Jataí, GO, onde me encontro no momento, existe um onibûs direto para Ribeirão Preto, que fica a apenas uns 20 Km de Sertãozinho. Dessa forma eu preciso fazer apenas 1 viagem de onibus (de 12 h entretanto) para dar inicio a minha peregrinação em biccleta.

Desta forma, contando com minha viagem de onibus, minha jornada começa na madrugada de Domingo, 18 de Setembro. Ao chegar em Ribeirão eu vou decidir como ir para Sertãozinho. Para quem vai pedalar quase 600 Km, os 20 Km entre Ribeirão Preto e Sertãozinho não são nada, mas eu fui desacomselhado a pedalar essa rota pela frequente ocorrência de assaltos nela, pois ela passa por áreas de alta incidência de crimes entre as duas cidades. Como mencionei, essa é minha 3a peregrinação de longa distância, e em cada uma das anteriores eu tinha meus medos e receios. Aprendi com elas a minimizar meus medos de muitas outras coisas, mas crime, entretanto, não era um fator que assustava muito em Paises da União Européia. Ter esse medo aqui, me deixa muito triste com relação ao Brasil. Não é que não existam crimes no Caminho de Santiago, onde uma peregrina Americana foi assassinada em 2015, mas a probablidade de ser vítima de crime aqui é muito maior que lá, infelizmente.

Então, ao chegar em Ribeirão Preto vou decidir se me sinto corajoso suficiente para ir para Sertãozinho de bike  ou se pego outro onibus que sai da rodoviaria de Ribeirão para Sertãozinho a cada 30 min. Seria uma pequena tragédia se a peregrinação terminasse antes mesmo de começar.

Em Sertãozinho vou pernoitar no Hotel Agapito, um dos locais ao longo do  Caminho onde é possivel comprar a credencial de peregrino, que, assim como no Caminho de Santiago, o peregrino vai carimbando ao longo do caminho para receber o certificado de conclusão ao chegar na Basilica de Aparecida.

Típica credencial de peregrino do Caminho da Fé (lnk externo. Clique para abrir no site de origem)
Típica credencial de peregrino do Caminho da Fé (lnk externo. Clique para abrir no site de origem)

A partir de Sertãozinho vou deixar a Fé guiar o meu caminho. Eu ia comprar o guia do Olinto, que mencionei acima, mas acabei não fazendo, por isso vou deixar as setas amarelas (outra coisa copiada do Caminho de Santiago) indicarem o caminho, que, pelo que ouvi dizer, é muito bem sinalizado. Algumas pessoas chegaram até a mencionar que é impossivel se perder, mas como minhas habilidades de navegação são notórias eu já consigo me imaginar tendo que pedalar alguns quilometros extras 🙂

A boa noticia que tive hoje é que, ao contrario do que estava pensando, eu aparentemente não vou ter que fazer o caminho sozinho. Ao fazer a reserva no Hotel Agapito o recepcionista falou que haviam mais peregrinos partindo do hotel no mesmo dia que eu e me perguntou se eu me importaria se ele passasse o meu numero para eles. Eu respondi, já feliz, “claro que não!” 🙂

Ocorre que estas tais pessoas sao membros de uma equipe da TV Globo que vão fazer uma matéria sobre o Caminho da Fé para o Fantastico. Pelo que eu entendi, o reporter tambem vai fazer o caminho da fé em bicicleta, provavelmente com a equipe atrás. Eu que estava um pouco preocupado com minha segurança por fazer o caminho sozinho, aparentemente vou ter as cameras de TV como companhia durante o caminho todo (se eu conseguir manter o ritmo do reporter, claro)
Perfeito, nao eh mesmo? Alem de companhia, tenho agora a perspectiva de me tornar uma celebridade na telinha. Próximo desafio, atuar na Novela das 8? Acho que não, mas por via das dúvidas preciso descobrir como perder minha barriga em 2 dias 🙂

Como de hábito em jornadas anteriores, durante o caminho eu provavelmente vou postar com mais frequência na página do EyeCycled no Facebook do que no blog, portanto se você deseja acompanhar minha pequena aventura se certifique que você “curtiu” (like) a página.

Se voce tem acompanhado os posts aqui no Blog, você vai estar ciente que recentemente perdi um companheiro “não-humano”. O meu notebook Dell XPS 15 estragou e era ele que eu usava para editar os videos no canal do YouTube e criar outros conteúdos para o Blog. Eu tenho toda intenção de, conforme nas peregrinações anteriores, gravar o caminho completo em video do tipo “time-lapse” (aquele bem acelerado), mas sem um computador mais “potente” isso vai demorar um pouco, mas por favor, não desistam de mim… Assim como o Arnold Schwarzenegger, “I’ll be back!”

Buen Camino! ou no caso do Caminho da Fé, Bom Caminho!

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Seeing the world one pedal stroke at a time