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Caminho de Santiago: Dia 2 - De Roncesvalles para Puente la Reina.

Se você é do tipo de pessoa que não gosta de ler, eu facilitei as coisas para você. O vídeo abaixo é uma transcrição praticamente completa deste texto, com algumas pequenas diferenças. Fique a vontade, portanto, para assistir ao video e pular o artigo se você quiser.

Então você gosta de ler? Que bom para você pois eu menti… 🙂 Inclui mais informações no texto que no video. Para complementar a leitura adicionei alguns links para paginas que achei enquanto estava fazendo uma pesquisa para este artigo.

Leaving Roncesvalles
Deixando Roncesvalles

Completamos essa etapa no dia 26 de maio de 2015 e de acordo com meu Garmin levamos 8 horas e meia para completar os 80 Km que separam Roncesvalles, de onde partimos nesse dia, até Puente la Reina onde decidimos pernoitar. Comigo estava Fernando, meu parceiro na peregrinação.

Tendo feito apenas 30 Km no dia anterior nós queríamos nos puxar um pouco neste 2o. dia para nos aproximarmos da meta média de 60 Km por dia que havíamos estabelecido. Esta meta provou ser desnecessária mais tarde, mas tínhamos que considerar algum tempo de folga para o caso de termos problemas durante a jornada. Tínhamos também a intenção de pedalar até o Cabo Finisterra caso chegássemos em Santiago com tempo para isso.

Deixamos Roncesvalles pouco antes da 8 da manhã. Não sabíamos naquele momento exatamente onde iriamos parar nesse dia. Puente la Reina era uma das opções que estamos considerando, mas não queríamos nos ater a um plano rígido. O dia começou bastante chuvoso. De acordo com o Garmin a temperatura as 8 da manhã era de 12C caindo para 5C uma hora mais tarde à medida que começamos a subir o Alto do Erro. A temperatura máx. do dia foi de 19C por volta das 2:30 da tarde. Não estava necessariamente frio, mas com o vento era necessário vestir uma blusa de pedalar.

Alto de Erro, 801m.
Alto de Erro, 801m.

Roncesvalles está ainda situada em um ponto médio da montanha (Pirineus). Depois de uma descida total de uns 200m, com algumas subidas ao longo do primeiros 17 Km, começamos uma longa subida de 3 Km para chegar no Alto do Erro que está a 801m acima do nível do mar. Nós paramos lá por alguns minutos para tirar algumas fotos.

River Arga, crossing Zubiri.
Rio Arga em Zubiri.

Eu tinha comido apenas uma banana e uma barra de cereais ao sair de Roncesvalles. Isso se tornou mais ou menos normal para mim durante toda a jornada, com uma parada para café da manhã 1 ou 2h depois ao longo caminho. Depois de sairmos do Erro pedalamos outros 7 Km e decidimos parar para comer em Zubiri, um lindo vilarejo. Este foi o local onde encontramos com o Rio Arga pela primeira vez que flui por quase 20 Km em paralelo com a estrada até Pamplona.

Tortillas de Patatas (Potato Omelet)
Tortillas de Patatas (Omelete de Batatas)

Pela quantidade de albergues e hotéis que vi para um lugar tão pequeno, aparentemente o vilarejo vive exclusivamente do turismo promovido pelos peregrinos. Meu café da manhã incluiu 2 fatias de um delicioso omelete com batatas (Tortillas de Patatas) alguns croissants e um rolo de chocolate acompanhado de café e suco de laranjas espremido na hora. Tem muitas coisas do caminho que eu sinto falta

Zubiri viewed from the Stone bridge
Zubiri visto da Ponto de Pedra

agora, mas o suco de laranja fresquinho, espremido na hora, é uma das coisas que estão no topo da lista. Na Inglaterra isso simplesmente não existe e até mesmo em lugares que oferecem sucos de laranjas naturais o sabor não chega nem perto ao das laranjas espanholas, doces e pouco acidas. De barriga cheia fizemos uma pequena caminhada até a antiga ponte sobre o rio Arga e tiramos algumas fotos. Também carimbamos nossa credencial de peregrino e continuamos seguindo em direção a Pamplona.

River Arga on the outskirts of Pamplona
Rio Arga nos suburbios de Pamplona

Seguimos ao longo da estrada N-135, ou “carretera” como dizem em espanhol, até próximo a Pamplona onde pegamos uma ciclo faixa ao longo do rio. O Arga também cruza uma parte de Pamplona. Ao chegarmos próximos a Pamplona paramos por um minuto para contemplar as cenas serenas que o rio proporcionava e tirar algumas fotos.

Bull running Monument (Encierro)
Monumento à corrida de Touros (Encierro)

Nossa passagem por Pamplona foi muito rápida. Pamplona é a cidade onde a famosa corrida de touros ocorre, também chamada de Encierro. Em Pamplona nós apenas paramos por alguns minutos no centro para tirar fotos junto ao monumento da corrida de touros e no escritório do peregrino para carimbar nossas credenciais. Neste ponto da nossa jornada nós estávamos com um pouco de pressa e não queríamos nos ater a um lugar por muito tempo. Nós também sabíamos que iriamos voltar a Pamplona pois era lá que iriamos ter que devolver o carro de aluguel que havíamos reservado para o retorno de Santiago.

The Citadel in Pamplona
A Cidadela de Pamplona

Nós cruzamos a cidade e nos perdemos um pouco no parque onde fica a Cidadela, mas isso nos permitiu tirar algumas fotos deste impressionante e antigo complexo militar. Ao deixarmos a cidade para cenas mais rurais nós encontramos com um ciclista local que nos aconselhou a não subir o “Alto del Perdón” (Morro do Perdão) pelo caminho dos andarilhos. O Alto del perdon é um grande marco ao longo do caminho de Santiago. A companhia

Alto del Perdón
Alto del Perdón

que opera as turbinas de vento nesta montanha instalou uma séria de esculturas em bronze homenageando os peregrinos que por lá passam. A rota pela estrada é uns 4 Km mais longa que pelo caminho dos andarilhos. Apesar de eu entender perfeitamente porque Fernando estava relutante em pegar o caminho dos andarilhos eu confesso que fiquei um pouco desapontado. Eu só entendi o tamanho da dificuldade ao chegar no topo e ver outros peregrinos empurrando suas bicicletas. Para chegar ao Perdon pegamos a NA-6004, dobramos a esquerda na NA-1110, na direção de Astrain, que é paralela a autoestrada N-12 . A subida foi longa mais perfeitamente pedalavel, até mesmo quando você deixa a NA-1110 para pegar a NA-6056 que é a estradinha que sobe o morro ao longo das turbinas de vento.

Panoramic View from Alto del Perdón
Visão panorâmica do Alto del Perdón

Eu acredito que a chegada ao topo do Perdão provem ao peregrino a primeira grande sensação de realização. A altitude registrada pelo Garmin foi de 683m o que de longe não é a mais alta montanha do caminho, mesmo assim, talvez por ser tão famoso ou pela longa subida, algo nesse local causou uma grande impressão em mim e em ambas os lados da vista.

Alto del Perdón
Alto del Perdón

De um lado vê-se a cidade de Pamplona ao longe e do outro tem se uma maravilhosa vista do vale onde Puente la Reina está situada. As vistas são magnificas, mas eu acho que as imagens valem mais que mil palavras. Ah, e se por sinal você estiver se perguntando porque existem tantas turbinas de vento na Espanha o barulho que você vai escutar em um momento deve ajudar a explicar porque. Como diz o ditado, tudo que sobe desce, não é uma surpresa que depois do Perdão você encara uma longa descida. A estradinha pela qual subimos ao longo das turbinas é meio esburacada e requer cuidados, as depois que você chega a perfeita pista de rodagem da estrada principal dá para soltar a bicicleta com confiança. De fato, foi neste trecho que registrei a velocidade mais alta em uma bicicleta de todo o caminho e provavelmente de toda minha vida: 74.8 Km/h de acordo com meu Garmin. Uma grande adrenalina.

Arriving in Puente la Reina
Chegada em Puente la Reina

A distância entre o Alto del Perdón e Puente la Reina é de aprox. 10 Km e é na sua maioria descida por isso chega-se a Puente la Reina relativamente rápido. Que graciosa esta pequena cidade é… e seu marco principal: A ponte românica sobre o rio Arga (sim, o mesmo que cruza Pamplona). A ponte foi construída por ordem da rainha Mayor (por isso o nome “Puente la Reina” ou Ponte da Rainha) para permitir que os peregrinos cruzassem o rio em segurança.

Puente la Reina (The Queen´s Bridge)
Puente la Reina (Ponte da Rainha)

Nos pernoitamos no “Albergue de peregrinos de los padres reparadores” que custou apenas €5. O albergue é bem simples e se você foi do tipo chato você pode ter problemas com os banheiros/chuveiros e com o fato que existem pouco tomadas nos quartos o que causa um pouco de conflito entre aqueles que querem carregar seus celulares e outras engenhocas. Um peregrino deixou seu telefone carregando no banheiro úmido ficou lá por quase 1h enquanto o telefone carregava, algo que eu nunca faria.

Puente la Reina
Puente la Reina

No dia seguinte, ao deixarmos o albergue, encontramos com a Paula pela primeira vez. A Paula é de São Paulo e também estava fazendo o caminho de bicicleta com a diferença que ela havia partido da catedral de Notre Dame em Paris. Bom, por hora é isso. Tentarei produzir um artigo por semana. Apesar de eu estar me beneficiando do exercicio de escrever tudo em tres idiomas não tem sido fácil encontrar tempo de fazer isso. Eu vou completar esse série sobre o Caminho nos 3 idiomas que me propus escrever, mas no futuro talvez venha me concentrar a escrever apenas em Inglês.

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Caminho de Santiago: Dia 0 e 1 - Bracknell para Saint Jean Pied de Port e Roncesvalles

 

Este é o primeiro post referente a minha peregrinação do Caminho de Santiago. Eu pretendo escrever pelo menos 1 para cada dia da peregrinação. Decidi incluir neste post algumas informações sobre o “Dia Zero” do caminho. Estou chamando de dia zero o dia que viajamos de carro da Inglaterra para a França. Talvez outras pessoas na Inglaterra possam se beneficiar desta experiência também (mas se não, eu simplesmente perdi meu tempo então). Sinta se a vontade para rolar o texto para baixo e começar direto do dia 1 se quiser. Também estou tentando algo novo para mim: Narração em voz durante o vídeo. Isto, definitivamente, está me tirando da minha zona de conforto, portanto pega leve.

Dia 0, Domingo, 24 de maio de 2015

Partimos de Bracknell por volta das 5:30 da manhã pois tínhamos que embarcar no trem das 7:30 para fazer a travessia pelo Eurotúnel. Todos os detalhes estão no vídeo abaixo:

Levou o dia inteiro para chegarmos a Saint Jean. Chegamos em Biarritz por volta das 20:00 h e em Saint Jean por volta das 21:00h. Uma jornada de mais de 15h dirigindo. Apesar que na maioria do tempo foi o Fernando que dirigiu, eu estava exausto. Dirigir não é mais para mim uma atividade tão prazerosa, como costumava ser no passado. Saint Jean Pied de Port foi onde demos início ao que é conhecido como Caminho Frances de Santiago, o qual se tornou popular nas ultimas centenas de anos por causa dos conflitos no norte da Espanha. O caminho pelo Norte hoje é conhecido como Caminho Primitivo. O caminho Frances tem algo como 820Km de extensão, dependendo da rote que você pega (caminho dos andarilhos ou estradas) e não levando em consideração possíveis distancias a mais que tenhas que percorrer se você se perder. Nós ficamos hospedados no albergue Gite Ultreia. O albergue é simples, mas cordial. Bernard, nosso hospedeiro fez nos sentirmos em casa. As camas eram confortáveis, tinham lençóis limpos e o albergue oferecia um cobertor de lã (a maioria não oferece, por isso é imprescindível levar seu próprio saco de dormir, mesmo que não venhas a acampar). O preço do pernoite foi 22€ inc. café da manhã, com reserva feita a partir da Inglaterra. Com exceção do albergue que nos hospedamos no primeiro dia que chegamos em Santiago esse foi o mais caro que pagamos. O albergue fechava as 22:00h (como a maioria), desta forma deixamos nossas bicicletas e bagagens lá e fomos procurar algo para comer. Felizmente havia um bar bem em frente, mas a cozinha deles já havia fechado. Tudo que tinham para oferecer era um sanduiche de presunto Bayonne (um tipo de presunto Ibérico), que honestamente não estava muito bom, pois tinha um monte de pedaços de ossos no meio, mas foi o suficiente para acalmar a fome. No nosso quarto haviam 4 camas e nós compartilhamos o espaço com uma senhora Brasileira do Rio e um senhor da Austrália. De barriga cheia fomos direto para cama, com o alarme programado para 6 da manhã do dia seguinte.

Dia 1, Segunda, 25 de maio de 2015

Se você chegou a ler um de meus artigos anteriores, você saberá que eu normalmente deixo a câmera rolando, tirando fotos a cada 5 segundos, para produzir um curto vídeo da pedalada depois. Essa também era minha intenção durante a peregrinação e consegui fazer isso todos os dias, exceto no primeiro dia. Na verdade, a câmera fotografou o 1o. dia da jornada, mas por uma bobeira perdi todas as fotos da câmera neste dia 🙁

O vídeo abaixo é uma compilação das fotos que fiz durante o dia com outra câmera e com meu telefone, assim como trechos gravados pela GoPRO na bicicleta do Fernando.

No dia seguinte o café da manhã incluiu além de café, vários tipos de pão, geleias e alguns bolinhos. Esteja você andando ou pedalando eu recomendo muito que leves contigo algo para comer no caminho, especialmente se você estiver fazendo a rota dos andarilhos.

Parking sorted
Estacionamento resolvido. Quando retornarmos o carro estava exatamente como gaviamos deixado.

Como iriamos deixar o carro estacionado em Saint Jean por 3 semanas, o Bernard recomendou que não o deixasse estacionado no centro da cidade. Ele nos falou sobre uma rua residencial bem tranquila e segura e que não teria problema deixar o carro estacionado lá. Ele estava certo! Ao retornarmos 3 semanas depois o carro estava exatamente como o havíamos deixado (com exceção das muitas folhas sobre o capo, pois eu havia estacionado em baixo de uma arvore – talvez algo que devesse ser evitado, mas estava pensando em proteção contra o sol).

The ancient stone wall that protected the town in medieval times.
O antigo muro medieval que protegia a cidade.

Depois de café tomado, estacionamento resolvido e os alforjes prontos e carregados na bicicleta o que era para ser cedo acabou se tornando 10 da manhã, entretanto ainda tínhamos que ir à oficina do peregrino para pegar nossas credenciais. Como tinha um pouco de fila 10 da manhã viraram 11 da manhã, incluindo uma rápida entrada na igreja para alguns minutos de orações.

Town Gate
Antigo portico da cidade

Achar o caminho para sair de Saint Jean foi fácil. A cidade é pequena e bem sinalizada. Pegamos algumas pequenas subidas no começo, mas a maioria dos primeiros 5 Km foram relativamente planos. Tendo visto comentários de pessoas que fizeram o caminho dos andarilhos de bicicletas, nós estávamos cientes que tínhamos que evitar e ir pela estrada. O caminho para quem vai a pé é cheio de pedras,

Old bridge over the river Nive
Antiga ponte sobre o rio Nive.

areia e obstáculos que dificultariam a subida mesmo para quem o fizesse com uma bicicleta vazia, quem diria para quem está com uma carregada. Talvez profissionais do ciclismo conseguissem subi-la com facilidade, mas não é o nosso caso. O vídeo abaixo é algo que encontrei no YouTube produzido por uma pessoa que subiu o caminho a pé e dá uma ideia da dificuldade (vídeo usado com permissão).

Desta forma resolvemos ir pela estrada, que presumivelmente é mais fácil comparado a alternativa, mas isso não significa que foi

Pushing my bike up the Mountain
Empurrando a bicicleta montanha acima.

fácil. Depois dos 5 Km iniciais a estrada é praticamente apenas subida com inclinações que podem variar de 5 a 15% em alguns lugares. Eu estimo que fomos capazes de pedalar (devagar) uns 80% do caminho e 20% tivemos que empurrar. Nós nos encontramos muitos peregrinos de bicicleta naquele dia, pois era feriado nacional na França o que foi vantajoso pois havia pouco trafego na estrada. O dia foi essencialmente nublado e parcialmente chuvoso. Encontramos com um grupo de ciclistas em bicicletas “speed” e sem alforjes (eles contrataram um taxi para levar as malas de cidade a cidade). Em uma dessas subidas encontramos com o Michael, que já vinha pedalando desde a Alemanha, e cujo destino também era Santiago e Finstere. Nós jantamos todos juntos naquela noite e cruzamos com o Michael várias vezes depois, durante o caminho.

Summit of Pass Ibañeta
Topo do Passo Ibañeta

De acordo com o GPS levamos pouco menos de 5h para pedalar 30 Km o que parece ser bem típico para quem está cruzando os Pirineus. Confesso que quando estava planejando eu esperava pedalar mais que 30 Km no primeiro dia, mas as subidas são muito difíceis e no momento que você chega a Roncesvalles você já está bem cansado.

Hostel in Roncesvalles (Albergue)
Albergue em Roncesvalles

O albergue em Roncesvalles é uma experiência que você não deve perder. É na verdade um magnifico prédio do século 12 com grandes Halls comprido com 120 camas, distribuídas em “alcovas” alcovas com 2 beliches cada, onde 4 peregrinos dormem. Cada peregrino tem a disposição um armário com chave (requer uma moeda de 1€), mas existem apenas 2 tomadas por

Hostel in Roncesvalles. Large halls with 120 beds (60 bunk beds)
Albergue em Roncesvalles. Grandes corredores com 120 camas (60 beliches)

alcova. Foi provavelmente o maior albergue que ficamos durante todo o caminho. O prédio foi recentemente renovado. A equipe de voluntários que estava trabalhando quando chegamos era composta de Holandeses. De tempos em tempos os grupos de voluntários trocam por isso você pode pegar equipes diferentes dependendo da época do ano.

Bunk bed in the hostel. 2 bunk beds by alcove or cubicle.
Beliche no albergue. São 2 beliches por “alcova” ou cubiculo.

Ao final do hall existem banheiros masculinos e femininos. No banheiro masculino I consegui ver apenas 3 toaletes a esquerda, um conjunto de 4 lavabos (pias) no meio e 3 chuveiros fechados a direita. Apesar de parecer pouco para 120 pessoas, eu não tive que esperar para usar estas dependências naquele dia. Apesar de não ter usado, estou ciente que o albergue também tem uma cozinha totalmente equipada e uma sala de jantar bem grande. Uma coisa que foi meio chata, não para mim, pois dormi a noite inteira, mas para o Fernando, meu companheiro de peregrinação, foi que de 1 em 1 hora um dos voluntários holandeses caminhava ida e volta a distância toda do Hall. Provavelmente queria se assegurar que todo mundo estava se comportando de maneira apropriada. O barulho dos seus passos acordou o Fernando várias vezes durante a noite e sono é algo muito importante para aqueles que vão caminhar ou pedalar o dia inteiro no dia seguinte.

20150525_173321
Janta no Restaurante do Peregrino. O menu do peregrino é 10€. É um cardapio de 3 opções (prato inicial, principal e sobremesa) e incl. vinho.

Nós jantamos no restaurante do peregrino ao lado do albergue e o menu do peregrino custou 10€. Tive pasta como entrada e o prato principal foi de peixe e batatas com um iogurte de sobremesa. Tudo servido com agua e vinho. Estava delicioso. Normalmente o menu do peregrino tem 3 opções a escolher de combinações entre entrada, prato principal e sobremesa. Roncesvalles é uma pequena vila e não existem muitas opções, mas existem mais alguns locais onde se pode fazer uma refeição.

Catholic Mass in the Roncesvalles Chappel.
Missa Católica na capela de Roncesvalles.

Depois do jantar fomos a capela assistir à missa que é celebrada em vários idiomas diferentes. O albergue também fecha as 10 e por volta das 11 praticamente todo mundo na está dormindo.

 

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Pedalada da Estação de Trem de Bracknell para o Windsor Chocolate Theater Café Bar

Sábado 18 de Julho de 2015

Estatisticas:

  • Distancia: 19.01 Km
  • Tempo: 51 min 16 Seg (49 min and 29 Seg em movimento)
  • Velocidade Média: 22.2 Km/h (23 Km/h em movimento)
  • Velocidade Max: 49.3 Km/h
  • Ganho de elevação: 107 m
  • Calorias: 674 C
  • Bike: Specialized Crosstrail Disc, convertida para touring.
  • Temperatura: 22.1C

Mais saudável, mais barato, praticamente tão rápido quanto o ônibus e muito mais divertido…

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(Sticky) Pedal para e ao redor da Ilha de Wight

Na semana antes da Pascoa em 2015 eu pedalei da minha casa para ilha de Wight e passei mais 2 dias pedalando entorna da Ilha. Foram aprox. 220 Km em 3 dias. Estes são os post que escrevi para cada um deles:

  1. 30/Mar/2015: Pedal da minha casa para Ryde (Ride to Ryde)
  2. 01/Apr/2015: Pedal de Ryde para Ventnor passado pelo parque de Needles (com an antigas baterias de artilharia)
  3. 02/Apr/2015: Pedal de Ventnor de volta para Ryde and travessia de volta para Portsmouth com o Hovercratf.

Ainda estou aprendendo como usar o WordPress. Eu acho que esta é a melhor maneira de consolidar os 3 dias dessa experiência. Se alguem tiver sugestões sobre como melhorar, por favor, entre em contato.

Espero que seja útil para alguem. Obrigado pela sua visita!

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Pedalando ao redor de Bracknell em uma bicicleta reclinada.

Pois então… criei este video por causa de um pedido de um membro da familia que, depois de ver meu video anterior (onde a camera estava montada na bike) me pediu para produzir um onde eu aparecesse pedalando a bike.

Tenha em mente que somos todos amadores aqui, portanto não esperem uma produção Hollywoodiana, OK. Mesmo assim, eu acho que meu amigo Gyuszi fez um excelente trabalho de camera considerando as condições. Obrigado Gyuszi!

Aqui vai Rafa!

Alguns comentários após ter visto a mim próprio pedalando a bike. Eu pareço estar todo “apertado” e desconfortavel nela. Acredite, não é essa a sensação que tenho quando estou sentado pedalando. Mesmo assim notei que tem algumas coisas que eu provavelmente posso fazer para aumentar o conforto, como diminuir o tamanho da barra de guidão e tentar subir o assento um pouco mais para pedalar em uma posição mais vertical. Não sei se isto será possivel nesta bike, mas apenas aumentando a pressão de ar da suspensão traseira consegui ganhar uns 3 cm de altura.

Espero que seja útil para outros tambem. Obrigado por assistir!

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Camino de Santiago: Não desistam... tá vindo.

Camino de Santiago
Camino de Santiago Imagem do Evento

Oi Pessoal,

eu sei que já tem um tempo que não escrevo nada aqui. Infelizmente ainda vai levar um tempo até que eu consiga me dedicar de maneira integral a escrever sombre minhas experiencias no Camino.

Só para dar uma idéia eu coletei mais de 90.000 (é sim, 90 mil) fotos durante as 3 semanas da peregrinação (a camera simplesmente ficou ligada o tempo todo tirando fotos a cada 5 segundos) e tambem várias horas de video gravadas entre mim e meu parceiro de peregrinação.

Apenas para separar o excepcional do trivial vai levar algum tempo. Depois disso vem os trabalhos de “storyboarding”, edição e criação de vídeo (inclindo os “time-lapse” videos), carregar tudo no YouTube e escrever os textos (que eu espero limitar a apenas algumas linhas).

Caso voce ainda não saiba, este blog, assim como minhas atividades ciclisticas são apenas o meu hobby. Eu não ganho nada para fazer isso (de fato, me custa até uma quantia substancial de dinheiro e tempo manter o blog). Esse trabalho não paga as contas, por isso quando eu retornei tive que me dedicar ao trabalho chato que paga.

Se isso não fosse tudo, eu sai para a peregrinação com vários artigos a serem publicados pela metade e alguns deles eu quero terminar antes que eu me dedique inteiramente a escrever sobre o Camino. Desculpas, desculpas e mais desculpas… (mas todas muito boas).

No momento eu estou terminando o “post” sobre o 3o. e último dia da viagem de bicicleta que fiz a Ilha de Wight, que eu havia começado antes de sair para a peregrinação. Eu tambem vou postar um video mostrando a mim (é assim que escreve?) pedalando na minha bicicleta reclinada, pois foi um pedido de um membro da familia que esta interessado neste tipo de bicicleta (e talvez seja interessabte para outras pessoas tambem, não sei). Estas são as coisas que estão vindo antes dos artigos sobre o Camino.

Nesse meio tempo, se voce estiver interessado, a Cacá Strina, outra peregrina que fez o caminho de bicicleta, postou uma séria de videos bem humoradas sobre a experiência dela.

O blog dela pode ser acessado aqui: http://www.cacastrina.com/?cat=38  (sugiro que voce se dirija ao “fundo” da pagina e comece pelo episódio 1. O episódio 6 esta no topo).

Bom, de qualquer maneira espero que este “post” explique que estou trabalhando nos artigos sobre o Camino, mas que vai levar ainda algum tempo até que o primeiro e demais sejão produzidos.

Não desistam! Eles virão….

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Pedal de Ventnor para Ryde, Ilha de Wight.

O 3o. e último dia da minha curta viagem de bicicleta na Ilha de Wight começou chuvoso e cinzento como você pode ver nas imagens do vídeo abaixo.

Eu sabia que o dia seria assim e estava mesmo esperando bem pior. Cerca de 1,5h depois que parti a chuva parou e a pesar de nublado pelo menos não choveu mais.

O suporte a prova d’água da câmera estava no meu capacete e infelizmente não notei que estava fora de alinhamento por isso as imagens estão desalinhadas para esquerda (ou talvez foi meu capacete que não estava bem preso e escorregou para o lado).

Uma vez que a chuva parou eu transferi a câmera para o suporte que não é a prova d´agua no guidão, o qual permite também a câmera ser conectada a uma bateria externa enquanto grava as imagens.

O pedal começou tendo que subir morro logo de cara. Ventnor é localizada na parte mais montanhosa da ilha e quando eu fiz o planejamento da rota usando Google Maps a rota sugerida pelo Google foi uma mais distante da costa, parte da Rota ciclística regional número 67. Por causa disso eu não consegui ver muito da vila, mas eu já havia pedalado através de Ventnor in agosto de 2014 como você pode ver no vídeo abaixo.

A rota da costa é mais bonita, mas é bem mais montanhosa com subidas que podem chegar a 12% de inclinação em alguns trechos. Não foi fácil subir com uma bicicleta “vazia” em agosto, imagine com uma bicicleta carregada.

Lots of flowers along the way
Muitas flores ao longo do caminho (clique para aumentar)

A rota traçada pelo Google Maps me levou através de Wroxall, Newchurch e quando eu cheguei a um local chamado “Garlic Farm” (fazenda de alho) notei que o Google estava me levando em uma rota direta para Ryde, o que não era meu objetivo. Nessa fazenda de alho, por sinal, você pode visitar e aprender tudo sobre o cultivo do alho (um tipo de museu do alho).

Cycle way, National Cycling Route 23
Ciclovia da rota Nacional 23 (clique para aumentar)

Minha intenção inicial era simplesmente contornar os morros em Ventnor e retornar para a rota costeira, portanto na fazendo de alho dei meia volta e retornei para Newchurch onde entrei na ciclovia nacional número 23, também conhecida como “trilha do esquilo vermelho”. Eu recomendo a todos um passeio por esta ciclovia que começa bem antes e atravessa a ilha de leste a oeste. É uma ciclovia pavimentada que acompanha o rio Yar. Ela é compartilhada com pedestres, mas pelo menos cavalos não são permitidos. É um passeio bem legal e em um dia de sol você encontrará muitos ciclistas pedalando nela, inclusive famílias com crianças.

Eu encontrei um simpático casal de bicicleta tirando fotos e passei alguns minutos conversando com eles. O homem era nativo da ilha, mas ambos moravam na Califórnia e estavam na ilha para visitar a família dele.

View of Sandown Pier
Vista do Pier de Sandown

O novo destino era Sandown e eu me perdi um pouco depois que a ciclovia terminou, na parte urbana da cidade, por isso o mapa mostra um pouco de idas e voltas nessa região até que eu achei o caminho para a praia.

Sandown Beach on a nice day in August 2014
Praia de Sandown em um dia de sol em Agosto de 2014 (clique para aumentar)

Sandown é um balneário bem legal na ilha, com praias de areia e um “pier” (uma estrutura sobre a agua do mar parecida com um cais de embarcação) com vários tipos de entretenimento, como maquinas de jogar, restaurantes, um pequeno parque de diversões, etc. Se voce vier com crianças elas com certeza vão gostar.

Sandown Pier
Sandown Pier mais de perto, Aug 2014 (Clique para aumentar)

Pedalar ao longo da “promenada” na praia de Sandown é bem legal, mas em dias de sol vocês irão encontrar muita gente e terão que ser cuidadosos.

Depois de Sandown me dirigi a Bembridge onde fica a nova estação de barco salva-vidas.

Bembridge Lifeboat Station
Estação de lançamento de barcos Salva-Vidas em Bembridge, ao final da ponte (clique para aumentar)

A um custo de 7 milhões de libras esterlinas, esta moderna estrutura é capaz de lançar barcos salva-vidas de grande porte através de uma rampa em questão de alguns minutos.

Depois de Bembridge cruzei Saint Helens e a área do hotel e campo de golfe da Bahia de Priory na direção da cidade de Seaview. Em Seaview você tem uma clara visão da cidade de Portsmouth do outro lado do canal.

View of Portsmouth from Seaview.
Zoom de 10x da com vista de Portsmouth a partir de Seaview (clique para aumentar)

A partir de Seaview, a distância até Ryde é pequena e em sua maioria ao longo da praia.

Tendo feito esse passeio pela ilha no sentido contrário do relógio eu recomendaria que quem fosse fazer o mesmo o fizesse no sentido do relógio, ou seja, de Ryde para Seaview, Bembridge, Sandown, Shaklin, Ventnor e assim por diante. Eu acho que seria um percurso mais bonito.

Este é o ultimo post da série sobre minha curta viagem de bicicleta de a ao redor da Ilha de Wight. Se voce tiver qualquer pergunta, não se acanhe. Obrigado pela visita!

Adicionei abaixo mais algumas fotos, das muitas que fiz ao longo do percuso.

Appley Beach and Appley Tower
Praia de Appley com a torre de Appley Tower ao fundo. Fica entre Seaview e Ryde (clique para aumentar).
An interesting picture in every village I rode through.
A cada vilarejo que eu passava sempre tinha algo de interessane para ver e fotografar (clique para aumentar)
Along the Cycling Route 23
Ao longo da ciclovia na Rota Nacional 23 (clique para aumentar)
Bicycle tunnel
Tunel para bicicletas (clique para aumentar)

O video abaixo was tomado quando eu estava prestes a embarcar no Hovercraft para retornar a Portsmouth.

Bicicletas e Hovercrafts são de fato veiculos muito interessantes…

Bicicletas são transportadas sem custo e não é necessario desmonta-las, apenas retirar os alforges e quaisquer outros itens soltos (apesar de que eu deixei as garrafas de agua na bicicleta e elas chegaram sem problemas). No caminho de volta infelizmente o meu espelho quebrou. Observe que o bagageiro do veiculo tem capacidade de carregar apenas 2 bicicletas, mas durante o verão a frequencia do transporte é de 15 em 15 minutos.

O próximo video foi gravada já dentro do veiculo, “voando” baixo sobre as aguas em direção a Portsmouth.

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Pedal de Ryde a Ventnor via o parque de Needles (Ilha de Wight)

(Clique nas fotos para aumentar)

Esta foi minha segunda vez na Ilha de Wight. Minha família e eu fomos para a ilha ano passado de carro e permanecemos lá por 3 dias. No último dia dirigimos para o Parque de Needles, mas nao conseguimos ir visitar o topo do penhasco onde ficam os canhões da segunda guerra mundial pois não permitem a entrada de carros. É uma caminhada bem grande morro acima e meu filhinho de 5 anos já estava cansado. Eu sabia que iria ter que carregar ele até lá.

Por isso, ao decidir pedalar até a ilha também decidi ir visitar essa área

Full English Breakfast
Café da manhã Inglês completo no Kasbah

Deixei a pensão em Ryde por volta das 11 da manhã depois de um belo café da manhã Inglês. Fiquei em uma pensão chamada Kasbah que recomendo muito. Está mais para hotel que pensão pois os quartos são suítes com banheiro, TV, etc, e a entrada é totalmente independente para os hospedes que podem ir e vir a hora que quiserem (tem um pub no andar de baixo, mas não se escuta dos quartos).

Durante o café da manhã liguei para um número de pensões no vilarejo de Freshwater que é próximo ao parque de Needles. Não consegui achar nenhum com quartos disponíveis. Camping também não era uma opção (a pesar de eu ter levado todo equipamento) pois estava muito frio e chuvoso a noite. Até mesmo se eu me sujeitasse a acampar descobri que a maioria dos campings ainda estavam fechados.

Desta maneira decide ligar para hostels no meu próximo destino que era Ventnor, uma cidadezinha aprox. 32 Km do parque. Com uma reserva assegurada para a noite, comecei a pedalada do dia e deixei o Google me guiar.

River Medina Marina in Newport, Isle of Wight
Marina do rio Medina em Newport.

Eu já estava familiarizado com a primeira parte da pedalada, que é de Ryde a Newport (a maior cidade da ilha), pois ano passado eu ja havia pedalado 62 Km dos quais neste trecho também

Marina do rio Medina em Newport.

A maioria é feito em ruas e estradas, mas existem vários pedaços em que se pedala em ciclovias compartilhadas com pedestres. A rota segue a Rota Ciclística Nacional numero 22 que começa no continente e continua na ilha.

Horse riders on the B3401
Duas “Amazonas” na B3401

Para minha surprese encontrei até com pessoas em lombo de cavalo na estrada, o que deve ter realmente aborrecido os motoristas que vinham atrás deles 🙂

Se eu tivesse achado acomodação em Freshwater, minha intenção era pegar a rota nacional 23 e ir até Cowes e Yarmouth para depois ir ao Parque de Needles (se eu não chegasse muito tarde lá) ou ficar em Freshwater.

Como, entretanto, reservei um quarto em Ventnor optei por uma rota mais direta para o parque.

Narrow stretch of the B3401 (Calbourne Road) with intense traffic
Parte bem estreita e em subida na B3401 (Calbourne Road) e com trafego intenso.

Existem trechos onde o trafego de veículos é muito intenso. Um dos pontos que considero serem mais perigosos fica na B3401 onde a estrada fica bem estreita e é uma subida. Acho que foi o único momento onde fiquei preocupado com minha segurança. O restante foi relativamente tranquilo e sem maiores problemas, com campos verdes e fazendas em ambos os lados das estradas.

ZigZag climb to the top of the cliff
Subindo em zigue zague até ao topo do penhasco.

Ao chegar no parque de Needles, já eram 3 da tarde, por isso fui direto em direção ao penhasco onde ficam os canhões. Eu tive que empurrar minha bicicleta por um trecho pois o aclive é acentuado e o vento estava muito forte.

Bus coming down from the top of the cliff
Teria sido uma maneira bem mais fácil de se ir ao penhasco.

É possível caminhar ao redor do complexo novo (também desativado), mas além das belas vistas do oceano, não a muito que ver.

 

https://www.youtube.com/watch?v=sQhI2PeCtCw
(Me disseram que na época da guerra fria haviam misseis balisticos na Ilha, mas nao vi evidencia nenhuma disso... bom, eles teriam escondido eles de qualquer maneira, nao?)
The Needles Rock formation
Formação rochosa de Needles.

Para entrar no complexo antigo, que é mantido pela English Heritage, tem que se pagar uma taxa de entrada de £6.00, que, devido ao fato que já era tarde, eu resolvi não ir.

The Needles Rock formation on the background
Selfie com a formaçao rochosa de Needles ao fundo.

Tendo passado algo como 30 minutos apreciando as vistas do mar, decidi descer ao parque e tomar um café antes de começar o pedal em direção a Ventnor. Enquanto estava tomando café notei que está sem sinal no celular e tive que adivinhar o caminho (levem sempre um mapa em papel), mas depois de uns 2 Km o sinal voltei e notei que estava ligeiramente errado.

House being transported by a truck
Casa sendo transportada em caminhão.

Eu queria pedalar ao longo da costa na estrada A3055, também conhecida como estrada militar.

Aproximadamente na metade do caminho, o Google me indicou que deveria sair da A3055 e fazer um desvio, pois daquele ponto em diante o trafego de veículos aumenta bastante nessa estrada e tem uns morros bem grandes para subir.

Freshwater Bay Beach
Praia de Freshwater Bay.

Eu já conhecia este trecho pois havia pedalado por ele no ano passado também. Com uma bicicleta “vazia” o aclive é OK, mas com uma bicicleta carregada seria realmente um desafio se manter na A3055.

Ao chegar na pensão em Ventnor descobri que aceitar a sugestão do Google foi bom em outro sentido também. Havia acontecido um deslizamento de terra e uma parte da estrada estava interditado. Se eu tivesse continuado na A3055 teria que ter voltado tudo para pegar o desvio. Obrigado Google.

Yellow flowers on both sides and the sea in front.
Trecho particularmente bonito na A3055. Flores amarelas em ambos os lados e o mar a frente.

Com o desvio eu perdi a vista para o mar, mas ele me levou através de pequenos vilarejos e casas de fazendas por estradinhas de fazenda de uma pista. Havia alguns morros para subir, mas eles eram bem menos desafiantes do que aqueles na A3055.

Cheguei em Ventnor as 6:30 d tarde. O sol já estava se pondo o que fez a temperatura descer para por volta de 5C.

Se o tempo estivesse mais convidativo eu provavelmente teria feito uma rota bem diferente, mas quando você viaja de bicicleta a ordem do dia é improvisar.

Naquela noite choveu a noite inteira e a previsão era de chuva o dia todo no dia seguinte. Felizmente a previsão estava errada. O tempo estava bem nublado, mas não choveu. Por esta razão resolvi encurtar meu “Tour de Ilha de Wight” e retornar para casa no dia seguinte.

O vídeo abaixo é uma compilação de mais de 8h de pedal em menos de 8 minutos (intervalo entre as fotos de 5 segundos).

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Pedal para Ryde (Ilha de Wight)

Ready to ride
Pronto para partir

Dia 31 de Março eu pedalei da minha casa em Bracknell, distrito de Berlshire até Ryde na Ilha de Wight.

Eu já tinha planos de passar uns dias pedalando na Ilha de Wight por algum tempo. Inicialmente o plano era pegar uns dias de férias e pedir para alguém me levar a cidade portuária de Porthsmouth para não precisar deixar o carro estacionado por um longo tempo. Peguei a semana antes da Pascoa de férias porque eu sabia que na semana da Pascoa, com o recesso escolar, os preços na ilha iriam aumentar muito. Planejava sair no Domingo anterior a pascoa, mas o clima mudou para pior naquela semana, com muito vento, frio e chuva. Eu adoro pedalar, mas eu o faço por prazer em primeiro lugar e pelo desafio em segundo, por isso quando o tempo está ruim eu simplesmente não me submeto a ele (se ficar ruim durante o pedal, tudo bem).

Nice day for a ride.
Perto da minha casa… Belo dia para pedalar.

Por sorte a previsão era que o tempo ia melhorar na Segunda ou Terça daquela semana. Com esse tempo livre consegui pensar um pouco mais sobre esse pedal e confesso que comecei a me sentir meio hipócrita por ir de carro até o litoral uma vez que ele está perfeitamente ao alcance de um dia de pedal (por volta de 90 Km). Em Inglês o verbo pedalar significa “to ride” e o nome da cidadezinha na ilha para qual eu iria me dirigir é “Ryde”. De alguma forma a expressão “Ride to Ryde” apelou para meus sentidos. Parecia fazer completo sentido pedalar até a ilha também.

Na Segunda deixei tudo pronto para sair na terça de manhã bem cedo, mas sabe como são essas coisas… bem cedo acabou virando 11 da manhã. Eu ja tinha deixado meus alforjes prontos e tudo embalado na Segunda a noite e na Terça acordei habitualmente cedo como se fosse para trabalhar, mas um número de pequenas coisas me atrapalharam  a começar o pedal mais cedo. Eu também comecei a pensar em coisas que eu poderia sentir falta caso o tempo mudasse e resolvi reorganizar o conteúdo nos alforjes (foi um erro) que ja estavam cheios (depois que terminei não consegui nem achar espaço para meu sanduiche de presunto e queijo que queria comer no caminho). Eu novamente exagerei, mas as razoes que justificaram o exagero pareciam fazer sentido antes de eu sair. A primeira parte da pedalada eu ja tinha bastante familiaridade, passando pela vila de Crowthorne, depois pela pequena cidade de Sandhurst (onde fica a famosa escola militar) em direção a Farnborough (onde acontece todos os anos a famosa feira de aviação) pela ciclovia ao longo do rio Blackwater (Blackwater Valley Path). Eu recomendo essa parte do pedal para todo mundo pois é um pedal tranquilo ao longo do pequeno rio com muita vegetação e lagos dos  dois lados. Muito apropriado para um pedal em família. Deve se apenas observar que a ciclovia é de chão batido por isso, por isso pode ficar meio barrenta depois de uma chuva forte.

Picture of the bicycle, half way there
Metade do caminho…

Ao me aproximar de Farnham, o rio Blackwater corre para o norte e meu destino era sul, por isso tive que deixar a ciclovia e pegar a estrada, que inicialmente tinha bem pouco trafego de veículos, mas depois de Farnham Google Maps indicou que eu devia entrar na A325 onde o trafego era bastante intenso, não apenas de veículos de passeio, como também de caminhões. Se você for pedalar nesta estrada vicinal, seja muito cuidadoso e certifique-se que sua bike tenha espelhos retrovisores de maneira que estejas ciente dos veículos que estão vindo atrás.

A A325 não é uma estrada principal de forma que não existe muito espaço de acostamento e na maioria do tempo terás que pedalar no pavimento de rodagem e muitos veículos as vezes vem em alta velocidade. Definitivamente não é um lugar para pedalar com as crianças. O trafego se mantive intenso até o ponto onde cheguei próximo da A3, que a pesar de ser uma rodovia maior tem em parte ciclovias as suas margens.

Ao entrar na A3 eu notei que a camera estava desligada. Esqueci de ligar ela ao sair de casa e meu planejamento de criar um video mostrando o pedal inteiro foi por agua abaixo.

O video abaixo é desse ponto em diante até a chegada no Hover Port. Sao umas 3 horas e meia de pedal comprimidas em 5 minutos (fotos tiradas a cada 5 segundos).

Depois de alguns quilômetros beirando a A3, o Google Maps me instruiu a atravessar e pegar umas ruazinhas rurais bem estreitas por onde passam apenas 1 veículo por vez, mas de baixo trafego. Um dos problemas que se encontra quando se confia exclusivamente em tecnologia para navegar o caminho é a dependência de sinal de celular e acesso a internet e a menos que os map tenha sido armazenado na memória do celular (cached) você também perde a navegação. Foi exatamente isso que aconteceu nessas estradinhas rurais, quando reparei que o Google Maps não estava mais indicando o caminho e eu não sabia qual direção pegar na próxima encruzilhada.

Obviamente, como de acordo com a lei de Murphy, eu peguei a errada, mas por sorte nao demorou muito para que eu notasse que estava indo na direção errada e o sinal voltou pouco depois no topo de um morro. Se você fizer um “zoom” no mapa acima você perceberá o pequeno “calombo” de aprox. 2 Km depois de cruzar a A3.

Muddy Path
Pé na lama

Para corrigir este erro o Google indicou que eu devia pegar o que na Inglaterra é conhecido como “Bridal Path”, que são caminhos usados por pedestres, cavaleiros e ciclistas apenas, que com frequência por causa dessa mistura de usuários se transformam em grandes lamaçais o que não é legal se você está pedalando em uma bicicleta com 20 Kg de carga no bagageiro. Por sorte apenas alguns metros eram ruins com muita lama o resto estava seco e ciclavel.

Sunset
Por do sol em Portsmouth

A medida que me aproximava de Porthsmouth, em uma região chamada Cosham, o sol começou a ser por e justamente onde existe uma bela ciclovia ao longo dos canais de entrada da baia. Foi um trecho muito legal, a pesar do forte vento frio. O resto do pedal no sentido a porto do Hovercraft cruzou praticamente pelo centro de Porthsmouth, mas em sua maioria existiam ciclovias seguras, com apenas alguns trechos a serem pedalados em ruas.

Cycleways around Portsmouth
Varias ciclovias em Portsmouth

Nesse momento a noite já estava caindo e por sorte escapei da hora do “rush” de Porthsmouth. O serviço de translado por Hovercraft para ilha é bem frequente. A cada 15 ou 30 minutos sai uma embarcação, por isso nao precisei esperar muito. Foi o tempo necessário para retirar os alforjes e bolsas da bicicleta que foi carregada na embarcação pelas funcionários da empresa e chegou do outro lado sem problema algum. Levei um tempinho para encontrar o “B&B” onde iria ficar hospedado, mesmo estando bem próximo ao porto em Ryde, pois ao programar o endereço no Google Maps sem querer foi selecionado o trajeto por carro e o B&B ficava em uma rua de mão única, contraria a minha direção, fazendo com o que Google Maps me indicasse uma grande volta para chegar até lá Foi um bom desafio para mim, por causa das condições não ideais do tempo. Ventou muito forte, chuva e até chuva de granizo enquanto eu pedalava, mas foi legal mesmo assim.

Eu não recomendo esse pedal para iniciantes.

Obrigado por ler meu post. Abaixo mais algumas fotos do dia de pedal.

Light at the end of the Tunnel
Sempre ha uma luz no fim do tunel.
Hovercraft
Embarcando no Hovercraft a sentido de Ryde

Translado para Ryde a bordo do Hovercraf.

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