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Caminho de Santiago, dia 16 (17, 18 e 19): De Santiago de Compostela para Fisterra / Finisterre

Bem-vindo de volta a minha série sobre a nossa peregrinação de bicicleta pelo caminho de Santiago. Este será o mais longo da séria, mas será tambem o último.

Menu: Neste Post…

  1. Introdução
  2. Dia 16: De Santiago de Compostela para Fisterra / Finisterre
    1. Dia 16: Album de fotos
  3. Dia 17: Retorno de ônibus de Fisterra para Santiago e passeio pela cidade + a missa do Botafumeiro
    1. Dia 17: Album de fotos
  4. Dia 18: Viagem de carro de volta a Saint Jean Pied de Port e Pamplona
    1. Dia 18: Album de fotos
  5. Dia 19: Viagem de carro de Pamplona para Bracknell, UK
    1. Dia 19: Album de fotos

Introdução

A maioria dos peregrinos que chega em Santiago de Compostela, terminam suas peregrinações ali, mas um número substancial de peregrinos continua suas peregrinações, a pé ou de bicicleta, até Fisterra, como conhecida em Galego, ou Finisterre, seu nome em Espanhol. Fisterra é a cidade mais próximo do Cabo Fisterra, o ponto mais ao Oeste da Europa, que os antigos Romanos acreditavam ser o fim do mundo conhecido, por isso seu nome.

Se você leu meu último post a respeito da nossa chegada em Santiago, você sabe que o dia seguinte permanecemos em Santiago para conhecer a cidade um pouco melhor e que no dia 9 de junho eu decidi continuar o pedal de Santiago até Fisterra. Este foi efetivamente o 16o. dia  de peregrinação e fiz esta etapa de 94,45 Km de Santiago a Fisterra em 8h e 43 min, dos quais 5h e 53 foram em movimento.

Neste post vou escrever não apenas sobre este dia, mas sobre os 3 dias seguintes também. No dia 10 de Junho retornei a Santiago e passeie um pouco mais na cidade e nos dias 11 e 12 de Junho retornamos para Saint Jean / Pamplona e para a Inglaterra respectivamente.

Dia 16: De Santiago de Compostela para Fisterra / Finisterre de bicicleta

Albergue Fin del Camino, Santiago de Compostela
Albergue Fin del Camino, Santiago de Compostela

Como eu estava indo para Fisterra por apenas 1 dia, eu usei apenas 1 dos alforjes para levar comigo apenas o essencial. Isso incluiu o saco de dormir, uma muda de roupa, havaianas, itens de higiene pessoal e a parafernália eletrônica para gravar e tirar as fotos. Foi muito útil ter a minha disposição o grande armário de metal no albergue e como Fernando havia decidido ficar em Santiago ele podia dar uma olhada nos poucos itens que não couberam no armário.

Se você decidir estender sua peregrinação de bicicleta até Fisterra essa é uma ótima opção, mas se você estiver caminhando a caminhada provavelmente vai durar 3 dias e não sei se é uma boa ideia deixar suas coisas no Albergue. Se você estiver caminhando você provavelmente vai precisar levar tudo consigo de qualquer maneira, pois estará em caminho por mais tempo.

Deixei o albergue pouco depois das 8 da manhã e cruzei pelo centro de Santiago para tentar capturar mais umas fotos da catedral. Me perdi um pouco, pois apesar de ter caminhado bastante pelo centro no dia anterior, ainda tinha sido o suficiente para me familiarizar com as pequenas ruas do centro que as vezes parecem ser muito parecidas umas com as outras.

Novamente eu usei Google Maps para me guiar até Fisterra e como já mencionei antes, essa tecnologia não é 100% garantida, especialmente pelo fato que na Espanha as rotas ciclísticas ainda não estão disponíveis no Google Maps, por isso eu usei as rotas dos andarilhos. Não quis usar a rota sugerida para automóveis com receio que o Google Maps me guiaria para uma autoestrada ou uma estrada muito movimentada.

Achar o caminho para sair de Santiago foi fácil, apesar de existirem bem menos indicações do que para se chegar em Santiago. Pouco antes de entrar na AC-453, que era a principal estrada para sair da cidade, eu parei em um Café para tomar café da manhã, pois não havia comido nada ao deixar o albergue. Depois do café pedalei uns 4 Km na AC-453 até chegar em uma rotatória cerca de 1 Km depois de Roxos, onde eu virei a direta no sentido de Portela de Villestro e Ventosa. Um fato estranho que percebo ao olhar o percurso agora é que na rotatória a estrada se dividia, mas ambos lados continuarem sendo chamados AC-453. Não entendo bem o sistema de nomeação de estradas na Espanha.

Se você decidir pegar a mesma rota que eu, uns 2 Km depois de Ventosa, prepare-se para algumas subidas que com uma bicicleta carregada podem ser meio desafiantes. Como eu estava consideravelmente mais leve, eu consegui subir sem precisar empurrar, se bem que bem devagar.

Rio Tambre
Rio Tambre
Vista do rio Tambre a partir da ponte.
Vista do rio Tambre a partir da ponte.

Depois de Augapesada você vai cruzar por uns trechos de florestas em ambos os lados da estrada. O Google Maps sequer mostra o nome dessas estradinhas, mas apesar de serem pequenas e um pouco estreitas o asfalto é bom. A próxima pequena cidade no caminho é Negreira, mas antes de chegar lá você vai cruzar por pequenas vilas como Castiñeiro do Lobo, Carballo e vai cruzar também sobre o rio Tambre em uma bonita ponte de pedra que te fornecera algumas oportunidades de tirar umas fotos legais. Pouco antes da ponte havia um restaurante que eu gostaria de ter parado por uns instantes, mas ele estava fechado quando eu cheguei. Depois de cruzar o rio você também vai passar na vila de Barca antes de chegar a Negreira.

Eu parei apenas por alguns minutos em Negreira para pedir informações e para conversar com um grupo de ciclistas portugueses que também estavam pedalando para Fisterra. A cidade parece ter uma boa infraestrutura e talvez seja uma boa opção se você está caminhando para Fisterra e consegue fazer em 1 dia os 24 Km do albergue em Santiago até lá.

Muralhas da cidade de Negreira.
Muralhas da cidade de Negreira.

Depois de Negreira a densidade populacional parece diminuir e a distância entre os vilarejos parece aumentar, mas isso pode ter sido apenas impressão minha. O Google me guiou para a DP-5603 na direção de Zas. Depois de uns 10 Km na DP-5603, uns 3 Km depois da vila de A Pena, o Google me instruiu a deixar a estrada e pegar umas estradinhas vicinais, que apesar de bem estreitas tinham um bom asfalto. Admito que fiquei meio com o pé atrás de sair da estrada principal, mas eu segui as instruções do Google Maps mesmo assim, até uns 3 Km depois quando perdi o sinal de celular. Felizmente o Google havia armazenado informações suficientes no telefone que me permitiram ter uma ida sobre a direção a tomar, mas olhando para o mapa agora, enquanto escrevo estas linhas, observo que havia um caminho um pouco mais curto, através do vilarejo de Vilaserio, para se chegar ao vilarejo de Pesadoira. O caminho que eu tomei tinha bastante subida e muitas curvas.

As letras são formadas de plantas vivas (grama, eu acho)
As letras são formadas de plantas vivas (grama, eu acho)

Pouco antes de chegar em Pesadoira consegui algumas informações de dois fazendeiros e segui adiante para Cuíña, San Fins de Eirón e Corveira antes de retornar a uma estrada principal, a AC-400. Com apenas 1 Km na AC-400 o Google já me mandava sair da estrada novamente, mas por sorte consegui pegar informações com um amável fazendeiro que estava em cima do seu trator. Ele desligou o motor, desceu do trator e veio conversar comigo. Batemos um bom papo de quase 5 min e ele me aconselhou a não seguir as sugestões do Google e continuar na AC-400 até Pino do Val. Eu opto por informações de nativos na maioria das vezes, mas nem sempre. Neste caso a recomendação estava correta, pois apesar do caminho na AC-400 ser bem mais longo, ele era plano e evitava subir uns morros bem altos. Foi a opção mais rápida e menos cansativa, apesar da distância maior. Em Pino do Val dobrei a direita na rotatória e peguei a DP-3404 na direção de A Picota e Mazaricos, na qual eu fiquei até pouco depois do vilarejo de Hospital. Antes de chegar a Hospital eu parei por uns 25 min no vilarejo de Olveiroa para tomar um suco de laranja feito na hora e comer uma banana. Olveiroa tem um albergue legal e parece ser um bom local para dormir se você está caminhando para Fisterra.

Depois de Hospital virei à esquerda e peguei a DP-2302 que me levou até a cidade de Cee. Existem várias pequenas vilas no caminho e alguns bons lugares para dar uma descansada se você quiser, como restaurantes de beira de estrada, etc.

Cidadde de Cee. Encontro com o mar.
Cidadde de Cee. Encontro com o mar.

Cee é a próxima cidade e onde você vai encontrar o mar pela primeira vez. Ela é bem colada em Corcubión e eu não sei onde uma cidade termina e a outra começa.

Cidadde de Cee. Encontro com o mar.
Lindas vistas para o mar ao longo do caminho.

Depois de Corcubión prepare-se para 3 Km de subida até alcançar a praia de Sardiñeiro de Abaixo. Pouco antes de Sardiñeiro existe uma área de camping que também pode ser uma boa opção para dormir e ela fica bem em frente à praia de Estorde, onde você também encontrará restaurantes para jantar. Depois de Sardiñeiro você vai basicamente seguir pela linha costeira e vai ter ótimas oportunidades de tirar boas fotos do mar.

Chegada em Fisterra
Chegada em Fisterra

O Google Maps indica que pouco antes de Fisterra existe um vilarejo chamado Escaselas, mas como ele parece ser colado com Fisterra eu achei que já havia chegado aos subúrbios da cidade.

Ao chegar em Fisterra dei um giro pela área do porto. A rua que você vai chegar em Fisterra termina bem em frente ao albergue municipal, mas de alguma forma eu não vi a placa. Depois de pegar informações com pessoas locais foi fácil achar o albergue. Fiz o “check-in” e recebi meu certificado de ter completado o caminho Jacobeo ao longo da assim chamada costa da morte.

Albergue Municipal em Fisterra
Albergue Municipal em Fisterra


Assim como muitos outros antes, o Albergue em Fisterra é simples, mas mais que suficiente. Não havia sinal de Wi-Fi no quarto onde fiquei, no andar superior do prédio. O quarto tinha algo como 5 ou 6 beliches. O Albergue municipal custou €6 e tem 36 camas. Ele conta com uma cozinha e lavanderia.

Pequena praia na cidade de Fisterra. o Castelo de San Carlos castle ao fundo, hoje um museu da pesca.
Pequena praia na cidade de Fisterra. o Castelo de San Carlos castle ao fundo, hoje um museu da pesca.

Tomei um banho e dei uma saída a pé para encontrar um local para jantar. Depois da janta caminhei um pouco pela cidade e voltei para o Albergue. Decidi não caminhar (ou pedalar) até o farol do cabo Fisterra, uns 3 Km da cidade, pois honestamente as variações climáticas do dia me enfraqueceram. Conforme a tradição, muitos peregrinos vão para o farol ao cair da tarde  para queimar uma peça de roupa ou um artigo que trouxeram consigo de sua origem para simbolizar a queima das preocupações deixadas para trás e o recomeço de uma nova vida.

Assim termina aqui a narrativa desse dia de pedal para Fisterra. Fui cedo para cama pois queria pegar o primeiro ônibus (por volta das 8:00h) de volta para Santiago para ter tempo de passear por lá um pouco e talvez assistir à missa do Botafumeiro.

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Album de fotos do dia 16 (Flicker)

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Dia 17: Retorno de Fisterra para Santiago de Ônibus, passeio pela cidade e a missa da Botafumeiro.

Parque Alameda em Santiago
Parque Alameda em Santiago


Eu consegui pegar o primeiro ônibus de volta para Santiago e consegui também colocar minha bike no bagageiro do Ônibus sem precisar desmonta-la, apesar que, depois descobri que os outros passageiros simplesmente jogaram suas bagagens em cima da bike, o que não foi legal. Para ser correto, entretanto, devo admitir que a bike tomou um monte de espaço no bagageiro, por isso não posso reclamar. Felizmente não houve estrago nenhum na bike.

Não, elas não são reais...
Não, elas não são reais…

Como eu consegui pegar o “direto”, que para em menos lugares, cheguei em Santiago antes das 10:00h o que me deu a oportunidade de pedalar um pouco pela cidade e ver algumas áreas que eu tinha visto apenas de longe nos dias anteriores, como o Parque Alameda no centro, cheio de oportunidades fotográficas para serem clicadas.

Uma vez que o Albergue Fin del Camino não abre até as 11:00h programei meu passeio de maneira a chegar no albergue por volta do horário de abertura.

A famosa missa do Botafumeiro na catedral de Santiago de Compostela."
A famosa missa do Botafumeiro na catedral de Santiago de Compostela.”

Ao chegar, tomei um banho, troquei de roupa e voltei caminhando ao centro da cidade para assistir à missa. Fernando havia feito alguns novos amigos no albergue e havia decidido ir com eles de Ônibus para Muxia. Quando cheguei na catedral a missa já havia iniciado, mas ainda em tempo de assistir ao Botafumeiro.

Depois da missa fui novamente caminhar pelo centro e fazer umas comprinhas (lembranças para família e amigos). Fiquei 3h caminhando e voltei para o Albergue no final da tarde. No dia seguinte tinha que acordar cedo para ir ao aeroporto pegar o carro de aluguel que havíamos reservado a partir da Inglaterra, por isso as 22:00h eu já estava na cama. Foi um dia de pouco pedal, mas de muita caminhada, por isso eu estava bem cansado.

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Album de fotos do dia 17 (Flickr)

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Dia 18: Retorno a Saint Jean Pied de Port e Pamplona.

Aeroporto Internacional de Santiago de Compostela.
Aeroporto Internacional de Santiago de Compostela.

No dia seguinte levantei da cama por volta das 7:00h, pois tinha que estar no Aeroporto as 9:00h para pegar o carro de aluguel na Hertz Rental. Existe um ônibus que passa na avenida N-634 (a avenida a 2 quadras do albergue, ao lado do shopping center) que vai direto ao aeroporto e o ponto de ônibus é bem em frente à igreja de San Lazaro, menos de 10 min caminhando a partir do Albergue. A viagem de ônibus até o aeroporto dura por volta volta de 25 min. Para aqueles que deixam Santiago de avião esta também é uma boa dica.

Ao chegar no aeroporto havia já uma pequena fila no balcão da Hertz, mas fiquei muito feliz em receber um “upgrade” grátis para um carro maior (um Renault Megane), o que significou que foi mais fácil carregar as bikes no carro e que tínhamos mais espaço para as pernas também. Estou ciente que muitos peregrinos, assim como nós, precisam voltar para Santiago. Alugar um carro não é a opção mais barata se você está fazendo a peregrinação sozinho, mas se você estiver em um grupo de no mínimo 2 pessoas os custos já começam a se equipar com os custos das passagens de trens e ônibus.

Antes de sair da Inglaterra, minha pesquisa pela internet indicou que o preço da passagem de trem de Santiago para Pamplona seria de aprox. €40 para cada um (€80 para nós dois), não levando em consideração possíveis adicionais por causa das bicicletas. A viagem de trem dura, aparentemente, 9h e teríamos que pegar no dia seguinte um ônibus de Pamplona para Saint Jean cujo tíquete, segundo minha pesquisa, custa por volta de €20 para cada um, sem contar possíveis adicionais pelas bicicletas. Portanto, eu calculei que o custo estimado para nós dois retornarmos de trem e ônibus para Saint Jean seria por volta de €130. Como nós pagamos £80 pelo aluguel do carro e mais €45 de combustível o custo total do retorno de carro foi por volta de €150. Na minha humilde opinião, o conforto de poder partir quando quiséssemos e pegar a rota que quiséssemos, agregado a maravilhosa vista do litoral norte da Espanha, valeu os estimados €20 de diferença.

Pontes altas ao longo do caminho.
Pontes altas ao longo do caminho.

Ao retornar de carro para o albergue, carregamos as bikes e a bagagem e antes de pegarmos a estrada paramos em um café perto do albergue para tomar café da manhã. Decidimos pegar a rota do Norte e dirigimos na autoestrada AP-9, também conhecida como Autopista del Atlántico, até A Coruña e continuamos pelo norte na direção de O Ferrol seguindo a rota da costa em estradas e autoestradas pelas cidades de Oviedo, Santander e Bilbao.

Se você gosta de dirigir, eu recomendo muito esse roteiro. As grandes pontes sobre vales, as vistas do mar e os inúmeros tuneis fazem desta rota uma atração em si própria. Existem alguns pedágios no caminho (consigo lembrar de pelo menos 1 junto a entrada de um túnel em Bilbao), mas os preços não são nada parecidos com os ridículos valores praticados na França (algo por volta de €1,30 ou €2). Antes mesmo de sair da Inglaterra, eu estava bastante entusiasmado para dirigir por essa rota no norte da Espanha e não fiquei desapontado.


20150611_140046A viagem de volta a Saint Jean durou por volta de 8h a ao chegarmos em Saint Jean meu carro estava exatamente como o havíamos deixado 3 semanas antes. Transferimos as bikes e bagagens do carro de aluguel para meu carro e enquanto eu dirigi o carro de aluguel, Fernando dirigiu meu carro para Pamplona, pois era no Aeroporto de Pamplona que tínhamos que retornar o carro de aluguel.

Passe Roncevaux (Ibañeta) a 1057m. 6h de bicicleta, 20 min de carro.
Passe Roncevaux (Ibañeta) a 1057m. 6h de bicicleta, 20 min de carro.

A pequena viagem de Saint Jean para Pamplona foi muito interessante também, pois fizemos de carro praticamente o mesmo caminho que havíamos feito de bike 3 semanas antes. Levou apenas uns poucos minutos para chegarmos no Passe Roncevaux (Ibañeta) a 1057m acima do nível do mar, enquanto que 3 semanas antes levamos mais de 6h para chegar lá de bike. Isso me fez pensar como é fácil se deixar corromper pelos confortos da vida moderna.

Uma vez que eu havia programado meu TomTom para nos guiar para o aeroporto em Pamplona, depois de Roncesvalles ele nos fez sair da estrada principal e pegar estradas secundarias e eu tenho a impressão que o caminho pelo qual ele nos levou não foi o mais rápido. Acredite se quiser, só precisei abastecer o carro de aluguel a menos de 15 Km de Pamplona, o que significa que ele fez mais de 900 Km com um tanque apenas, o que eu achei uma média muito boa.

Chegarmos ao aeroporto em Pamplona por volta das 20:00h e já não havia mais ninguém no guichê da Hertz. Joguei a chave na caixa de “out-of-hours” e partimos para o centro da cidade para encontrar o local onde iriamos pernoitar nessa noite e que já havíamos reservado de Santiago. Não foi difícil encontrar.

Muralhas da Citadela, Pamplona (fotos de celular).
Muralhas da Citadela, Pamplona (fotos de celular).

Não sei se foi a excitação de um dia inteiro no volante, mas ao contrário do Fernando eu estava super acordado e sem sono nenhum. Tomei um banho e sai para caminhar pela cidade e procurar algo para comer. Não deu para ver muito de Pamplona nas 2h que passei caminhando, mas o que vi gostei muito. Pamplona,  fundada pelos Romanos entre 75-74 BC, parece ser uma cidade que conseguiu encontrar uma perfeita harmonia entre sua antiga história, através da sua era de cidade fortaleza, cujo principal exemplo é sua cidadela, até sua modernização. Gostei muito de suas largas avenidas e das áreas verdes que passei a caminho do centro da cidade. Definitivamente um lugar que eu gostaria de voltar com mais tempo se eu tiver uma oportunidade futura.

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Album de fotos do dia 18 (Flickr)

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Dia 19: Retorno de Pamplona para Bracknell, Reino Unido.

Ao deixar Pamplona.
Ao deixar Pamplona.

A viagem neste dia não foi tão interessante quanto no dia anterior. De fato, foi bem chata, por isso não vou me prolongar na descrição desse dia. Nós tentamos evitar as autoestradas na França, devido ao alto custo dos pedágios, mas as estradas vicinais estavam nos atrasando tanto (estradas estreitas, trafego intenso) que passamos a ficar preocupados em não chegar em Calais a tempo de pegar o Eurotúnel de volta para Inglaterra. Depois de já dirigir por várias horas havíamos coberto apenas aprox. 20% da distância, por isso desistimos do nosso plano e resolvemos voltar para as autoestradas e para os pedágios.

O interior da França também é lindo, mas estavamos cansados de tanto dirigir.
O interior da França também é lindo, mas estavamos cansados de tanto dirigir.

Sem dúvida, haviam lindas cenas rurais para serem apreciadas ao longo do caminho que tomamos na França, mas eu acho que já estávamos meio cansados com toda a viagem e queríamos apenas chegar em casa. Tivemos sorte ao chegar em Calais e sermos alocados para embarcar no próximo trem através do túnel, pois a nossa reserva era para um trem 3h depois. Isto significou que por volta das 23:00h já estávamos novamente em solo Inglês e adivinhem só? Uns 20 min depois de desembarcarmos começou a chover torrencialmente. Um típico clima de boas-vindas a Inglaterra.

Por volta da meia noite chegamos na minha casa. Fernando deixou sua bicicleta aqui, transferiu apenas a bagagem para seu carro e foi para casa.

Isto completa os relatos de nossa peregrinação, do momento que deixamos Bracknell, na Inglaterra até o momento que retornamos.

Estou considerando estender a série com um post adicional, para resumir em uma única página toda a experiência dessas 3 semanas e também publicar uma série de entrevistas com pessoas que encontramos durante a peregrinação, assim como peregrinos que fizeram o Caminho de Santiago antes e depois de nós. Não conte com isso, entretanto, pois meu tempo anda muito limitado, mas vou fazer o possível.

Obrigado por nos acompanhar nos relatos dessa jornada. Eu estou bastante entusiasmado com a próxima aventura na Via Francigena que inicia no dia 30 de julho de 2016.

Se você nunca fez uma peregrinação antes, o que você está esperando? Se você está prestes a fazer a sua peregrinação, resumo meus sentimentos em 2 palavras que você vai escutar muito durante ela: “Buen Camino!”.

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Album de fotos do 19 (Flickr)

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