Category Archives: Passeios / Viagens de Bicicleta

Account of some of my bike rides and cycle-touring experiences.

Canterbury para Dover, Rota Ciclistica Nacional 16

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Devon Costa a Costa, Dia 1 de 3: De Ilfracombe para Okehampton

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EyeCycled Bike Vlog: Pedalada para Windsor, sem vontade de falar...

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Via Francigena... Novidades!

 
Oi Pessoal!
Desculpe pelo meu “desaparecimento”.
Estive (e estou) muito ocupado, tanto na minha vida profissional quanto pessoal, desta forma não tenho tido muito tempo para me dedicar ao EyeCycled.com nas últimas 2 semanas.
Eu ainda estou trabalhando nos “posts” e videos da pedalada de Páscoa em Devon (Devon de Costa a Costa).
 
Tenho, entretanto, boas noticias para compartilhar… O projeto “Via Francigena” esta confirmado.
 
Meu pedido de um longo periodo de férias foi finalmente aprovado pela companhia em que trabalho e esta semana estou comprando a passagem de volta de Roma para o Reino Unido.
Pelo plano atual, deixo o Reino Unido no Sábado, dia 30 de Julho, a partir da Catedral de Canterbury (Catedral de Cantuária) a caminho de Roma, onde preciso chegar no máximo dia 8 de Setembro para embarcar de volta no dia 9.
 
Para mim isto é muito excitante, pois será a viagem de bicicleta mais longa da minha vida. Terei que fazer uma média de 54 Km por dia de bicicleta para cubrir os quase 2.200 Km entre Canterbury e Roma a tempo de pegar o avião de volta, mas eu acho que consigo e estou muito entusiasmado com esta aventura.
 
Obrigado pelo teu apoio e fique ligado para mais detalhes em breve.
 
O site official da Via Francigena é este: http://www.viefrancigene.org/en/
 
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Caminho de Santiago, Dia 14 (e 15): De Palas de Rei para Santiago de Compostela

Download file: Camino de Santiago, Day 14, Palas de Rei to Santiago de Compostela.gpx

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Hostel in Palas de Rei


Bem-vindo ao post sobre o 14º e último dia da nossa peregrinação de bicicleta pelo caminho de Santiago no dia 7 de junho de 2015. Completamos esta etapa de 70,75 Km de Palas de Rei para Santiago de Compostela em 8h e 22m, das quais 4h 42m foram em movimento.

A medida que eu ia escrevendo sobre este dia, decidi voltar aqui para o começo do texto para contar sobre a avalanche de emoções que é escrever sobre este dia. Não apensa a emoção de ter concluído a peregrinação do caminho de Santiago, que foi de fato a mais longa pedalada da minha vida até hoje, mas também pelo incidente que presenciamos a apenas 19 Km de Santiago.

Vou entrar em mais detalhes no texto abaixo, mas por hora quero voltar a descrição subjetiva do dia.

Partimos do albergue em Palas de Rei pouco depois das 8 da manhã e quando pedalávamos pela rua central saindo da cidade, resolvemos parar em um bar para tomar um café da manhã. Isso deu a Guy, o médico Australiano que havia pedalado conosco no dia anterior, tempo de nos alcançar e novamente pedalar um bom pedaço do dia conosco. Guy não pretendia pedalar até Santiago neste dia, pois estava seguindo um plano fornecido pela empresa de turismo que vendeu o pacote para ele e o plano indicava que ele deveria parar em Arzúa e completar a peregrinação no dia seguinte.

O dia estava lindo e ensolarado e pedalamos 15 Km por mais ou menos 1h e 45 min, passando por pequenos vilarejos como Carballal (perto de Palas de Rei), San Pedro e muitos outros (esta região do norte da Espanha parece ter uma alta densidade populacional) até chegarmos na pequena cidade de Melide, que tinha um interessante mercado de Domingo na praça em frente ao bar onde paramos para tomar um café e descansar. A pausa em Melide durou algo como 20 ou 30 min e retornamos a estrada, a N-547, que foi a única estrada que pegamos o dia inteiro e que nos levou diretamente até Santiago.

Depois de deixar Melide pedalamos outros 15 Km até chegarmos a um posto de gasolina pouco antes de Arzúa (Mãe natureza estava chamando) onde descansamos um pouco, tomamos agua e comemos umas bananas.

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Figura feita de folhas coloridas

Algumas centenas de metros depois do posto, já no centro da pequena cidade de Arzúa paramos novamente atraídos por uma celebração religiosa. Eu acredito que era Corpus Christi, pois havia uma enorme figura feita de folhas coloridas no chão próximo a igreja. Havia também um pequeno mercado com de artigos religiosas a venda e uma banda tocando. Estava uma ótima atmosfera. Como Guy ficou em Arzúa esta foi a última vez que o vimos. Deixamos Arzúa cheios de energia com toda aquela felicidade em volta e com o claro objetivo de chegar em Santiago neste dia.

Mal sabíamos que um momento triste esperava por nós mais adiante.

Depois de Arzúa nós pedalamos praticamente sem parar por 21 Km, até Pedrouzo. Os vilarejos pelos quais passamos nesse caminho foram tantos que não vale nem a pena tentar listar. A estrada é relativamente plana por isso conseguimos pedalar esses 21 Km em pouco mais de 1h e 45 min.

Pouco antes da pequena cidade de Pedrouzo, alguns metros depois de uma placa que indicava que Santiago estava a 19 Km, presenciamos algo que não estávamos esperando encontrar: A Morte!

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Corpo de uma peregrina de 67 anos atropelado por um carro ao tentar atravessar a estrada.

Existem muitas estatísticas a respeito de mortes durante a peregrinação pelo Caminho de Santiago. Além dessa senhora de 67 anos que foi atropelada por um automóvel, estava consciente de uma Americana de 41 anos que havia desaparecido desde abril (2015) até a polícia espanhola achou seu corpo próximo a cidade de Astorga. Ela havia sido assassinada por um homem ao se perder e bater em sua porta pedindo informações sobre o caminho (a polícia suspeita que esse homem estava pintando setas amarelas falsas na direção de sua casa).

Não escrevo isso para amedrontar vocês, pois estatisticamente falando o Caminho de Santiago é muito seguro e o número de mortes é muito, muito pequeno (por volta de 15 a 20 para quase 250.000 peregrinos por ano, ou 0,0006%). Tenham em mente também que a maioria das mortes ocorrem por causas naturais (ataques cardíacos, condições médicas pré-existentes, como câncer, etc.). Eu acredito que existam peregrinos que sabem que suas vidas estão se aproximando do fim e a última coisa que desejam fazer é completar a peregrinação de Santiago, mas muitos não conseguem terminar. É, de certa forma, relativamente poético morrer desta maneira.

Assim sendo, gostaria de solicitar por estas linhas uma oração, não apenas pelas 2 senhoras que morreram, conforme descrevi acima, mas por todos aqueles peregrinos que perderam suas vidas no caminho.

Por favor, não adie qualquer plano ou desejo que possas vir a ter de fazer a peregrinação por causa dos incidentes que descrevi acima. Se você deseja fazer o Caminho de Santiago e pé ou de bicicleta, tenha em mente que ele NÃO é menos seguro dos que os riscos normais do dia a dia (como atravessar uma rua movimentada, etc.), mas por causa da demanda física no corpo necessária para caminhar ou pedalar tão grande distância, carregando consigo tudo o que você vai precisar, por favor, se prepare antes. Esteja o mais saudável possível e com o corpo razoavelmente em dia (ninguém precisa penar na musculação para fazer a peregrinação). Tome cuidado consigo mesmo e durante o caminho cuide também daqueles que você suspeita possam estar tendo dificuldades durante a peregrinação.

Também se certifique que você não precisa depender somente das setas amarelas para direções. Em geral elas são muito boas e precisas e são mantidas por uma legião de voluntários cujo único interesse é ajudar aos peregrinos, entretanto relatos de setas falsas são relativamente comuns e na sua grande maioria pintadas com interesses comerciais em mente, por proprietários de restaurantes ou pousadas que desejam atrair peregrinos para seus estabelecimentos.

Depois de passado o choque inicial, houve aqueles que não desejavam mais seguir para Santiago nesse dia e ficar em Pedrouzo mesmo, para continuar no dia seguinte. Esse incidente conseguiu até gerar uma certa discórdia dentre alguns de nós, mas graças a Deus continuamos pelo caminho. Para mim, pessoalmente, não há nada como uma pedalada para espairecer, pensar e limpar a mente de preocupações. Cinco quilômetros depois nos aproximávamos do aeroporto internacional de Santiago e encontramos um pequeno grupo de ciclistas que, como nós, também faziam o caminho de bicicleta. Um deles estava com a corrente da bicicleta rompida. Tentamos ajudar, mas infelizmente não fomos bem sucedidos e suponho que eles tiveram que fazer o resto do caminho empurrando suas bicicletas, pois era Domingo e presumo que todas as lojas de bicicletas estavam fechadas.

IMAG1506A medida que nos aproximávamos de Santiago as emoções tomavam conta. Santiagoé o destino final parta a maioria dos peregrinos do Caminho de Santiago. Eu estava decidido em estender minha peregrinação até Finisterre, pois eu sabia que teria tempo suficiente para tanto, mas Fernando, Marcelo e Alice terminaram suas peregrinações aqui. Naquele ponto já havíamos pedalado mais de 820 Km e com apenas 3 Km da catedral de Santiago, Marcelo teve azar e o pneu traseiro furou. Nenhum de nós tinha uma câmara de ar que servisse no pneu aro 29 da bicicleta dele e o selante spray que eu havia trazido também não resolveu (cheguei à conclusão que essas coisas são uma perda de tempo e dinheiro), desta forma tivemos que reparar a câmara da maneira antiga mesmo, com um remendo de borracha e cola. Não ficou perfeito, pois na ânsia de chegar nós provavelmente não esperamos tempo suficiente para a cola fazer efeito, mas ficou bom o suficiente para que Marcelo conseguisse pedalar o resto do caminho.

A pequena pedalada daquele ponto para a catedral foi para mim uma mistura de excitação e apreensão. Sabe aquele sentimento de quando você está prestes a terminar uma longa jornada e está feliz por ter chegado ao destino, mas ao mesmo tempo você deseja que não termine nunca? Pois é, mais ou menos assim.

Santiago é uma antiga cidade medieval e as ruas estreitas do centro da cidade são meio confusas e um pouco difíceis de navegar, mas pedíamos informações constantemente e conseguimos chegar a catedral relativamente rápido. 20150607_180543A chegada na praça da catedral foi um momento inesquecível. Eu sei que isto é algo que centenas de milhares de pessoas fazem todos os anos e que milhões o fizeram durante os séculos, ainda assim, temos neste momento 7 bilhões de habitantes neste planeta e sabe-se lá quantos já viveram desde os tempos de Santiago. Por isso, quando tu fazes essas contas o sentimento de ter concluído essa peregrinação é bem especial mesmo assim, pois é algo que a maioria das pessoas nesse planeta não terão a oportunidade (ou o desejo) de experimentar. Tiramos fotos e aproveitamos o momento antes de deixarmos a praça da catedral para procurar o escritório do peregrino, onde o certificado de Compostela é emitido pela igreja Católica aos peregrinos, mediante a apresentação do passaporte do peregrino todo carimbado. Por sorte a fila não estava muito grande e tivemos que esperar menos de 30 min para conseguirmos os nossos certificados. Novamente, tempo de tirar fotografias dos certificados para compartilha-los com orgulho pela internet.

Deixamos o escritório do peregrino e fomos ao centro de informações turísticas da cidade que ficava a apenas alguns metros na mesma rua.

Acomodação em Santiago é bem cara em comparação a outros lugares, cidades e vilarejos pelos quais passamos ao longo do Caminho.

O albergue particular mais barato que encontramos no centro da cidade exigiu 22 € para cada cama em um pequeno quarto com 2 beliches (4 camas). No prédio haviam 2 banheiros / toaletes que eram OK, mas nada excepcional em termos de limpeza e funcionalidade (leia as notas do dia 15 abaixo para mais recomendações sobre hospedagem em Santiago). Em grande contraste com o albergue de “5 estrelas” que permanecemos em El Acebo e considerando que Santiago é o destino de todos os peregrinos do caminho, o volume de negócios deveria justificar um aumento na oferta de camas, na minha opinião. Novamente a face feia do Status Quo se mostrando, onde o dinheiro e interesse comercial prevalece sobre tudo mais. Sim, eu entendo porque as coisas são assim, mas isso não significa que deva concordar com elas.

Depois de uma ducha e um pouco de descanso deixamos o albergue para procurar um local para jantar. Não existe falta de restaurantes e lugares para comer em Santiago e a cidade parece estar bem viva até altas horas da noite, até mesmo durante os fins de semana (esse dia era um Domingo). Depois de um delicioso jantar, acompanhado de bastante vinho, caminhamos pelas ruas de Santiago e tiramos várias fotografias noturnas de sua magnifica catedral.

Day 14, Camino de Santiago, 7th June 2015
Clique na imagem para ver todas outras 110 fotos no album do Flickr.

Foi um final de dia perfeito, para um dia cheio de contrastes em termos de emoções. Até mesmo a tristeza de ter presenciado um acidente fatal pode ser vista de maneira positiva, pois nos lembrou da nossa própria mortalidade e reforçou em nós a certeza de quanto cada momento nas nossas vidas físicas é precioso, porque nunca sabemos quando será o último.

Assim sendo gostaria de deixar aqui abaixo a letra traduzida da música que escolhi para tema dos vídeos deste dia de peregrinação como umas das últimas palavras desta parte do artigo.

Não quero ter medo

é difícil não hesitar

Mas nós não podemos mais esperar

Para sermos a mudança que queremos

É apenas uma caminhada

Veja! Não te prejudica em nada

Dessa forma, encontre um instante

Para ver esta verdade

 —

Não é tarde demais

Livre de ódio

Pense no futuro que poderíamos criar

 —

Encare os fatos hoje

Existe uma maneira melhor

Não é tarde demais

Pense no futuro que poderíamos criar

 —

Encare os fatos hoje

 —

Existe uma maneira melhor

 —

Dê um passo para trás e diga

 —

Existe uma maneira melhor

 —

Como uma arvore

 Enraizada em Paz

Em Paz, Em Paz, Em Paz, Em Paz, Em Paz.

There is a better”, por LoveShadow

Este foi o 14º e último dia de nossa peregrinação de bicicleta pelo caminho de Santiago, mas eu acredito que as experiências do dia seguinte são relevantes para aqueles que estão lendo este texto, pois foi o dia em que mudamos de albergue.

Eu também pretendo escrever sobre minha pedalada de Santiago de Compostela até Finisterre (Fisterra) e talvez mais um post para resumir todas as experiências e prover alguns recursos adicionais para aqueles que podem estar pensando em fazer esta peregrinação (é dito que a peregrinação começa no momento que você a decide fazer).

Dia 15: Em Santiago, sem pedalar.

Decidi escrever algumas notas sobre o 15º dia em Santiago pois acredito que elas podem ser úteis àqueles que porventura decidam fazer a peregrinação.

A primeira coisa que fizemos neste dia foi mudar de albergues. Marcelo e Alice tinham coisas para resolver, como a remessa das bicicletas de volta para o Brasil e também decidiram ficar em um hotel, portanto este foi o último dia que os vimos.

Depois de pesquisar um pouco decidimos ficar em um albergue mantido por uma organização sem fins comerciais, o Albergue Fin del Camino (clique aqui para um pôster do albergue em Espanhol). Ele está situado na Rúa de Moscova (Rua de Moscou) bem perto do maior Shopping Center de Santiago, o “As Cancelas“. Apesar do Albergue não estar localizado no centro da cidade, ele não está longe. Mais ou menos um 25 min caminhando ou 10 min de ônibus.. O preço da cama por noite é 8€ e o albergue foi recentemente renovado, portanto tudo está bem novinho e limpinho.

O Albergue dispõe de 110 camas que se encontro em grandes dormitórios com até 10 beliches (20 camas) em cada. Incluído no preço, você recebe um lençol bem simples com elástico nas bordas. Os colchões são confortáveis e os beliches bem robustos. Outra grande vantagem desse Albergue, que o diferencia de muitos outros, é que você pode permanecer pelo tempo que quiser (desde que tenha o passaporte de peregrino), o que é muito útil se você planejou uns dias extras na viagem e chegou em Santiago mais cedo do que esperava. Cada peregrino tem a sua disposição um grande armário de metal, mas é necessário deixar um deposito de 5 € pela chave, que é devolvido quando você retorna a chave.

Os links acima provem mais detalhes sobre este albergue (cozinha, lavanderia, etc.), mas eu gostaria de deixar aqui a recomendação que se você está fazendo a peregrinação com pouco dinheiro, ou seja, está procurando pelo melhor custo benefício em termos de albergues de peregrinos, esta é provavelmente a melhor opção (alguns peregrinos decidem se presentear com um pouco de conforto ao final da peregrinação, o que é perfeitamente compreensível). Outra coisa importante sobre este albergue é que ele fica praticamente no caminho que os peregrinos tomam para chegar ao centro da cidade, a N-634. Ele está de fato a apenas 2 quadras dessa rua. O problema é que não existem placas em lugar algum indicando para o Albergue e ele é meio “escondido”, por isso não é muito fácil encontra-lo. Se você decidir ficar neste albergue minha recomendação é que assim que você se aproximar das primeiras placas indicando o Shopping As Cancelas, procure pelo Albergue ou use estas coordenadas no Google para encontra-lo. Eu também destaquei no vídeo que fiz sobre os momentos do dia a direção para o Albergue. Você pode deixar sua mochila ou bagagem no Albergue e prosseguir para a catedral sem precisar carregar peso, mas não se esqueça de levar seu passaporte de peregrino e outros documentos consigo. Tenha em mente que o albergue abre apenas as 11:30 da manhã, portanto se você chegar em Santiago muito cedo esta pode não ser a melhor opção para você, a menos que você decida ficar esperando até o Albergue abrir ou “matar tempo” no Shopping Center.

Depois que nos acertamos na nova “casa” pelos próximos dias, Fernando e eu caminhamos para o centro da cidade e por acaso encontramos com a Paula, que havíamos conhecido no começo da peregrinação e pedalado juntos nos dias 2, 3 e 4 (que mundo pequeno, não?).

Neste dia também riscamos mais um ritual do Caminho de Santiago da lista: Abraçar por trás a estátua de ouro de Santiago. Este parece ser o gesto simbólico que conclui a peregrinação. Infelizmente fotografia é proibida, talvez pelo alto valor das gemas preciosas encravadas na estátua.

Nós não presenciamos neste dia o evento do Botafumeiro, mas eu presenciei ele depois do meu retorno de Finisterre e vou escrever a respeito no próximo post.

Fiquem à vontade para navegar pelas fotos deste dia no álbum de fotos do Flickr. Se você gostou deste post, por favor, indique assim clicando nas 5 estrelas abaixo, compartilhe no Facebook, Twitter, etc. e deixe comentários. Se tiver perguntas, simplesmente me mande uma mensagem através do formulário de contato na página.

Obrigado pelo seu tempo!

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Caminho de Santiago, Dia 13: De Sarria para Palas de Rei

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Pinturas de parede na Igraje de Santa Maria, Sarria.

Bem-vindo ao post sobre o 13o. dia da nossa peregrinação de bicicleta pelo caminho de Santiago no dia 6 de junho de 2015. Completamos esta etapa de 50.57 Km de Sarria para Palas de Rei em 7h e 58m, das quais 4h 2m foram em movimento.

Este foi um belo dia de pedal na companhia de novos e velhos amigos. Marcelo, Alice e eu deixamos o albergue em Sarria por volta das 8:30 da manhã a procura de algum local para tomar café da manhã ao longo do caminho para sair da cidade. Estávamos empurrando nossas bicicletas na “Rúa Maior” e passamos ao lado de um café / restaurante chamado “La Taza Magica” (a Taça Magica) e decidimos ficar ali para o café da manhã. Fernando chegou uns 15 minutos depois vindo de Samos, onde ele havia pernoitado na noite anterior.

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Dr Guy Heron tirando uma selfie de estrada

Depois do nosso delicioso café da manhã, subimos nas bikes, mas paramos logo em seguida em um mercado popular onde Fernando comprou uma caixa de cerejas por apenas € 3,00.

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Ponte sobre o reservatório de Belesar, próximo a Portomarín.
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Transferindo a foto para a pagina do Facebook

Ao deixarmos a cidade, enquanto investigávamos o melhor caminho para sair dela, encontramos com Guy, um médico de Sydney, Austrália, que também estava fazendo o Caminho de Santiago de bicicleta desde Saint Jean.Eu entendi que Guy havia comprado um “pacote ciclístico” na Austrália o qual já incluía todas as acomodações, bem como a transferência da bagagem de uma cidade para outra ao longo do Caminho. Só o que ele precisava fazer era seguir o roteiro fornecido pela empresa de turismo. Estou mencionando isso aqui pois pode ser de interesse para outros peregrinos saber que tais opções existem e tornam a peregrinação ainda mais fácil. Creio que existem opções de pacotes similares para quem quer fazer o caminho a pé também.

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Cidade de Portomarín ao fundo

Bem, depois de um pouco de conversa, Guy se juntou ao nosso pequeno grupo de peregrinos fazendo com que esse grupo se tornasse o maior em que eu pedalei ao longo do caminho. Às vezes não é muito fácil pedalar em grupo, pois cada membro do grupo precisa respeitar as características e ritmos dos outros membros, mas nesse dia nosso grupo se deu muito bem. Como não estávamos com pressa, fizemos várias paradas também.

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Marcelo e Alice cruzando a ponte para Portomarín

Para falar a verdade, não há muito o que dizer sobre este dia. Mais ou menos 3/4 dos 50 Km que pedalamos neste dia foram na LU-633 (a mesma estrada que eu deveria ter pego ao chegar em O Cebreiro no dia anterior).

Depois de deixar Sarria fizemos uma pequena parada em um posto de gasolina em Paradela, que fica a uns 16 Km de Sarria e seguimos para Portomarín, uns 10 Km adiante (cerca de 26 Km de Sarria).

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Esta escadaria é tudo que restou da ponte Romana construída no século 2 e que foi destruida por Doña Urraca.

Em Portomarín fizemos uma parada mais longa para carimbar nossas credenciais de peregrino, tirar algumas fotos da igreja de San Juan (que se parece com uma fortaleza) e para comer algo juntamente com uma gelada cerveja espanhola. Portomarín é um lugar muito interessante e eu recomendaria uma parada mais longa se possível.

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A igreja de San Nicolás, construida no século 12. Da esquerda para direita, eu, Alice, Marcelo e Fernando.

Depois da nossa pequena parada em Portomarín, que durou algo como 30 min., seguimos pedalando na LU-633. Fizemos outra rápida parada em um vilarejo chamado Gonzar em um bar de beira de estrada chamado “Descanso del Peregrino”, para beber algo gelado e, entre nós 5, comemos praticamente todas as cerejas que o Fernando estava trazendo desde Sarria. Por alguns minutos se juntaram a nós também, duas peregrinas da Alemanha, que ao saberem que Guy era médico pediram alguns conselhos médicos.

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Sempre algo interessante para ver.

Uns 5 Km depois de Gonzar, em uma localidade conhecida como “O Hospital”, a LU-633 parece que acaba em uma rotatória. Cruzamos por cima da N-540 e pegamos uma pequena estrada no sentido de Ventas de Narón, cujo nome não consegui descobrir.

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Fotos das formigas típicas dessa região na Espanha. Aconselharia voce não mexer com elas.

Nesta pequena estrada cruzamos por vilarejos muito interessantes como Ligonde, Airexe, Portos (com suas esculturas de formigas gigantes), Lestedo e Os Valos. Este foi um trecho muito bonito com muitas arvores ao lado da estrada e muitas coisas interessantes para ver. Depois de Os Valos nós tomamos a N-547 até Palas de Rei que ficava apenas a 3 Km de distância.

Palas de Rei SignAo chegarmos em Palas de Rei, primeiramente fomos a um albergue chamado Albergue Buen Camino. Eu não entrei no Albergue, mas o Fernando e o Marcelo entraram e saíram um pouco decepcionados. Decidimos então pernoitar no Albergue municipal que cujo pernoite era 6 €. O albergue é bom e limpo.

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O Albergue Municipal de Palas de Rei

Uma vez que a acomodação em Palas de Rei já estava incluído como parte do pacote que Guy comprou na Austrália, ele não permaneceu no Albergue conosco, mas ele uniu-se a nós novamente no dia seguinte e pedalou junto conosco parte do nosso caminho para Santiago.

Bem, isso conclui o post sobre o 13. dia da peregrinação. Curto e grosso desta vez 🙂

Por favor indique se gostou ou não clicando nas estrelas abaixo e fique à vontade de deixar comentários, perguntas ou entrar em contato.

Day 13, Camino de Santiago, 6th Jun 2015
Clique na foto para abrir o Album do dia no Flickr.

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Pedalada do parque de South Hill em Bracknell até Windsor.

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Caminho de Santiago, Dia 12: Las Herrerías para Sarria

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Albergue Las Herreíras
Albergue Las Herreíras (Hostel)

Bem-vindo ao post sobre o 12o. dia da minha peregrinação de bicicleta pelo caminho de Santiago no dia 5 de junho de 2015. Completei esta etapa de 63.82 Km de Las Herrerías para Sarria em 8h e 12m, dos quais 5h 14m foram em movimento.

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Subindo a montanha entre Las Herrerías e La Faba

Devo confessar que estava temendo ter que escrever sobre esse dia, pois foi nele que cometi o maior erro de navegação de toda peregrinação. Me senti (e ainda me sinto) como um tolo por ter cometido erros tão básicos, mas se este “post” e vídeos ajudarem a prevenir com que outros cometam os mesmos erros, então terá valido a pena. Meu ego terá que aceitar o impacto 🙂 Deixei o albergue in Las Herrerías por volta das 7:30 da manhã, uns 30 min antes do que estava acostumado nos dias anteriores. Eu sabia que o dia seria pesado e cansativo por causa das montanhas a minha frente. Fernando deixou o hotel uns 40 min antes, eu acho. Ele está acostumado a acordar com as galinhas.

La Laguna Sign Zommed
Momento de decisão… La Faba ou La Laguna? Deveria ter ido por La Laguna, mas fui por La Faba.

Cheio de energia e disposição comecei a pedalar morro acima, mas sem meu navegador ao meu lado para indicar o caminho (meu senso de direção deixa muito a desejar), não demorou muito para eu cometer o primeiro erro. Quando cheguei a uma encruzilhada e tive que decidir se continuava na pequena estrada que vinha pedalando (a CV-125/1) na direção de La Faba ou se pegava outra pequena estrada na direção de Laguna (a CV-125/15), decidi continuar no sentido de La Faba (não havia nenhuma seta amarela indicando qual caminho seguir).

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Voce conseguiria pedalar morro acima aqui com uma bicicleta de touring carregada?
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Apenas um dos muitos obstaculos que o peregino de bicicleta tem que sobrepor entre La Faba e La Laguna.

Devo acrescentar que este erro diz respeito apenas aqueles peregrinos que estão fazendo a peregrinação de bicicleta. O caminho que eu tomei foi essencialmente o mesmo que os peregrinos a pé tomam, o qual, após passar pelo vilarejo de La Faba é totalmente inadequado para a maioria dos ciclistas (ou Bicigrinos, como alguns os chamam). É uma trilha de 4 Km morro acima cheia de pedras e obstáculos. Eu acho que até mesmo aqueles que vão a pé, com uma pesada mochila nas costas, devem sentir muita dificuldade neste trecho, que dirá aqueles que se metem a fazê-lo de bicicleta. Para todos aqueles lendo este artigo e planejando fazerem a peregrinação de bicicleta, façam a vocês próprios um favor e peguem a pequena estrada para La Laguna. Ela é uns 2 Km mais longa, mas vale a pena, acreditem.

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A materia marrom deixada pelos cavalos ao longo deste trecho e as “megaziliões” de moscas em torno deles

A pior parte desses 4 Km na verdade não foi nem ter que empurrar a bicicleta morro acima. Foi a enorme quantidade de moscas devido à grande quantidade de bosta de cavalo no caminho. Em Las Herrerías é possível se alugar cavalos para carregar as mochilas e outras cargas (não é uma chantagem uma vez que o peregrino sobe o Cebreiro a pé de qualquer forma… os cavalos apenas levem a carga). Obvio que os cavalos deixam “traços” para trás. Cheguei em La Laguna com um sentimento de vitória, mas estava realmente cansado de empurrar a bicicleta por 4 Km e por isso foi também uma subida demorada. Tao devagar, de fato, que naquele ponto alguns peregrinos que estavam a pé e que haviam deixado o albergue depois de mim me alcançaram em La Laguna, pois eu havia parado por alguns minutos para beber um suco de laranja e comer uma banana. La Laguna, entretanto, ainda não é o topo do Cebreiro. Depois que La Laguna existem ainda uns 2 Km para se chegar ao topo e a subida foi íngreme o suficiente para me fazer desmontar da bicicleta e ter que empurra-la novamente (eu diria que em alguns trechos a inclinação é de aprox. 12%… São 150 metros de Ascenção em 2 Km).

O Cebreiro Detail Zommed
Este foi o maior erro de navegação que cometi durante toda preregrinação. Eu não vi a seta amarela.
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A vista a partir do Cebreiro é espetacular.

Finalmente ao chegar no vilarejo de O Cebreiro eu parei para admirar a paisagem e tirar algumas fotos. Assim que terminei com as fotos decidi não entrar no vilarejo (o que eu devia ter feito) e seguir adiante. Infelizmente eu não vi a seta amarela que indicava para dentro do vilarejo, o qual deve-se cruzar para pegar a estrada LU-633 na direção a Liñares. Eu continuei na pequena CV-125/1 e com toda felicidade passei a pedalar morro abaixo no sentido errado por mais de 6 Km, até um ponto em que uma senhora fez u típico gesto de “não” com os dedos. Devo confessar que naquele momento eu já estava desconfiado do caminho que havia tomado, mas sabe-la Deus quando até onde eu teria continuado não fosse aquela senhora me avisar do meu erro. Ela explicou meu erro e pacientemente me instruiu sobre a melhor maneira de voltar para o caminho.

Google Earth, Wrong and Right Way, O Cebreiro
Em AZUL o caminhei que eu tomei. Em VERMELHO o caminho que eu devia ter tomado 🙁

Anjos existem de várias maneiras e formas. Nos 6 Km que desci o morro até chegar a ela, não havia visto uma única viva alma pela estrada. Ela estava à beira da estrada, como que esperando por algo, vestida de camiseta branca e assim que me explicou o caminho certo foi embora. Todos somos anjos quando ajudamos a outras pessoas, mas para mim esse momento me tocou muito (depois, porque na hora fiquei muito puto comigo mesmo). Acreditem no que quiserem, mas para mim foi Deus que colocou aquela pessoa ali naquele momento para me avisar sobre o erro e me mandar de volta para o caminho certo. Por isso deixo aqui o meu “Muito obrigado senhor!”.

Bom, como você pode imaginar a frustração de ter que aceitar o meu erro, só foi menor pela realização que de agora teria que subir os 6 Km de volta morro acima, depois de uma manhã já bem cansativa, mas se era isso que o universo havia preparado para mim, era isso que eu tinha que fazer, e o fiz! Felizmente as instruções dadas pelo meu anjo foram claras e precisas e com algumas verificações pelo caminho não foi necessário voltar diretamente ao Cebreiro. Voltei ao caminho correto, próximo ao vilarejo de Liñares 1h e 38 min depois. Resultado do erro foi a “perda” de 2 h de viagem e a necessidade de pedalar uns 10 Km a mais nesse dia desnecessariamente, dos quais uns 8 Km foram morro acima.

Depois disso você poderia pensar que o resto do dia foi moleza… bem, não foi tão ruim, mas como passei a prestar mais atenção as setas amarelas, depois da localidade de Hospital, elas me levaram novamente a alguns trechos inadequados para bicicletas (elas têm em mente o peregrino que está a pé). Mesmo assim estes foram relativamente curtos se comparados aos que tive que fazer nestas condições pela manhã. Eu aconselharia que se você estiver pedalando neste trecho, você permaneça na estrada (LU-633) até aproximadamente 1 Km depois do vilarejo de Fonfria, onde então você pode voltar a seguir as setas amarelas se desejar, pois o caminho dos andarilhos a partir deste ponto é plano e sem maiores obstáculos e você “economizará” por volta de 2 Km em relação ao mesmo trecho no asfalto.

Se você decidir pegar o caminho dos andarilhos depois de Fonfria, conforme eu aconselho, mais ou menos 1 Km depois do vilarejo de Fillobal você terá a oportunidade de voltar a LU-633 novamente. Deste ponto em diante eu decidi que já tinha sofrido o suficiente para um dia e que iria permanecer na estrada, independentemente para onde as setas amarelas apontassem. Eu sabia que essa estrada me levaria a Samos e Sarria. Eu não sabia ao certo em qual dessas duas cidades eu me hospedaria, mas a intenção era de pedalar pelo menos até Sarria.

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No reboque que ele puxava, estava o cachorro dele.
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Monastério de Samos

Ao longo dessa estrada passei por pequenos vilarejos e cidades como Pasantes, Triacastela (onde encontrei com um peregrino em um triciclo reclinado, puxando atrás de si um trailer que continha uma caixa onde viajava seu cachorro), San Cristovo do Real, Renche, San Martiño do Real e Samos. Eu não sabia naquele momento, mas foi em Samos que o Fernando havia decidido parar naquele dia. Cheguei em Samos ainda as 2 da tarde e achei que estava muito cedo para parar e por isso decidi seguir para Sarria. Parei apenas por alguns minutos para carimbar meu passaporte de peregrino no albergue municipal se segui viagem. Adiciono aqui algumas fotos tiradas pelo Fernando, a pesar de eu próprio não tem vivenciado a cidade. De Samos para Sarria foram mais 12 Km, mas eu estava bem cansado de tanta subida neste dia, por isso decidi parar mais cedo em Sarria para descansar. No caminho a Sarria passei por pequenas vilas com nomes gauleses bem distintos, como A Ferrería, Teiguín, O Vao até chegar a Sarria por volta das 3 da tarde. Sarria é uma cidade bem desenvolvida e eu segui as setas amarelas na esperança que me levariam a um albergue.

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Pinturas ao longo do muro da igreja de Santa Marina em Sarria.

Por pura sorte, ao pedalar por uma rua da cidade passei ao lado de uma loja de souvenires e dei uma olhadinha para dentro, sem intenção de parar. Nesse momento em vi Marcelo e Alice dentro da loja. Resolvi parar para dar um “oi” e perguntar onde eles tinham a intenção de permanecer naquele dia. Eles ainda não sabiam se ficariam em Sarria ou seguiriam mais uns Km adiante, mas quando lhes falei que iria ficar ali decidiram parar também e me fazer companhia. Perto da loja de souvenires havia um albergue particular chamado Casa Peltre. Alice entrou no albergue para dar uma olhada e voltou dizendo que achava que era muito bom. O pernoite foi € 10 e o albergue é limpo e confortável com uma fascinante decoração (deem uma olhadinha no site deles para mais fotos). Maria, a “hospitaleiro” que nos recepcionou é uma pessoa super legal.

O albergue é pequeno e dispõe de apenas 22 leitos distribuídos em 3 quartos. Um grande quarto com 14 camas (6 beliches) e mais 2 quartos com 4 camas cada (2 beliches). O albergue dispõe de 2 espaçosos e muito limpos banheiros, com duchas de pressão e ótima água quente. Também dispõe de uma cozinha completa e uma área de refeições no andar de cima.

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Uma recompensa bem merecida. Marcelo, um amigo que fiz no Caminho.

Depois de um banho, o Marcelo e eu saímos para procurar algo para comer. Alice estava se sentindo muito cansada e resolveu ficar no Albergue. Achamos um restaurante de Kebabs no calçadão do rio Sarria e enchemos a barriga de Kebabs. Saímos de lá para caminhar mais um pouco por volta da cidade até encontrarmos um “tapas bar” chamado “Mesón O Tapas” e tomamos umas deliciosas cervejas espanholas bem geladas.

IMAG1456Foi um dia de emoções variadas: O aspecto físico do desafio de empurrar a bicicleta no caminho entre La Faba e o Cebreiro, as frustrações dos erros de navegação que eu cometi nesse dia, a benção de ter tido em meu caminho um anjo que me trouxe novamente ao caminho certo e a alegria de ter encontrado no final do dia bons amigos da Caminho. Com certeza o dia teria sido melhor sem os erros que eu cometi, mas daí eu não teria aprendido a errar e não teria essa oportunidade de passar a experiência para frente. Foi um dia bom, no final das contas. Bem, isso conclui o post sobre o 12. dia da peregrinação. Por favor deixe comentários, perguntas ou pelo menos indique se você gostou ou não ao clicar nas estrelas abaixo.

Day 12, Camino de Santiago, 5 Jun 2015
Clique nas setas para esquerda e direita para navegar pelas várias fotos deste slideshow —- Clique na imagem para vê-la em maior definiçao no site do Flickr.

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Pedal de Bath para Bristol via circuito de 2 tuneis.

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Caminho de Santiago, Dia 11: El Acebo de San Miguel para Las Herreiras

Download file: Camino de Santiago - El Acebo de San Miguel to Las Herrerias.gpx

If there is such a thing as a "5-Star" Pilgrim's hostel, this must be it.
Se existir algo como uma albergue de peregrinos de 5 estrelas, esse aqui se qualifica.

Bem-vindo ao post sobre o 11o. dia da nossa peregrinação de bicicleta pelo caminho de Santiago no dia 4 de junho de 2015. Completamos esta etapa de 61,89 Km de El Accebo de San Miguel para Las Herrerías em 6h e 12m, dos quais 3h 58m foram em movimento.

Picture taken from the old stone bridge over the Meruelo river in Molinaseca.
Foto itrada de cima da ponte de pedra sobre o rio Meruelo em Molinaseca.

Deixei o albergue de 5 estrelas “La casa del peregrino” por volta das 8 da manhã, como de habito. Como de habito também, o Fernando já havia deixado o albergue 1 hora antes. De acordo com meu Garmin, El Acebo está situado a uma altitude de 1130m e em um período de apenas 15 min eu desci quase que 500 m de altitude e cobri mais de 10 Km de distância. A única coisa que me impediu de pedalar ainda mais rápido foram as constantes curvas fechadas na estrada, uma das quais quase me “traiu” me forçando a ir para a pista contraria da estrada. Graças a Deus não havia trafego no sentido contrário, senão poderia ter sido um problema. Em Molinaseca a altitude se nivelou e se manteve mais ou menos constante durante toda a pedalada nesse dia.

Molinaseca Stone Bridge
Ponte de Pedra em Molinaseca.

Ao chegar no vilarejo de Molinaseca, parei apenas por alguns instantes para tirar algumas fotos sobre a antiga ponte de pedra sobre o rio Meruelo, que foi construída nos tempos Romanos.

City Hall of Ponferrada
Prefeitura de Ponferrada.

A próxima cidade foi Ponferrada. Ao chegar no centro da cidade encontrei o Fernando tirando fotos. Esta cidade tem uma interessante mistura de novo com antigo e teria valido a pena se pudesse ter ficado um dia lá. Acredito que uma das maiores atrações na cidade é o antigo castelo dos templários.

Templars' Castle in Ponferrada
Castelo dos Templarios em Ponferrada.

Ele está muito bem preservado e é uma estrutura medieval muito impressionante, tendo todas as características que se pode esperar de um castelo fortificado dessa época.

Main gate of the Templars' Castle
Portão principal do Castelo dos Templarios.

Fernando e eu fizemos uma parada para o café da manhã em um dos restaurantes em frente ao castelo.

Breakfast is served.
Café da Manhã.

Depois de Ponferrada, pedalamos através de pequenas cidades e vilarejos como Camponaraya, Cacabelos, Pieros e Villafranca del Bierzo, onde paramos novamente por uns 15 min para descansar um pouco e comer e beber algo.

A Wolf on a bike
Um lobo em uma bicicleta (o sobrenome dele é Wolf).
Villafranca Castle. Michael, one of our "Camino" friends can be seen riding his bicicle in this picture.
Castelo de Villafranca. É possivel ver o Michael, um dos amigos que fizemos no Caminho, pedalando nessa foto.

Villafranca del Bierzo é uma antiga cidade medieval com uma arquitetura muito interessante. Destaque para o Castelo de Villafranca, a igreja San Juan e outros prédios religiosos como o colegiado de Santa Maria e os conventos, assim como a estreita ponte sobre o rio Burbia que oferece uma bela paisagem da cidade.

Picture taken from the narrow bridge over the river Burbia.
Foto tirada a partir da ponte estreita sobre o rio Burbia.

A rota então seguiu por um caminho tortuoso, como uma serpente, na estrada N-VI que permeia a magnifica autoestrada A-6 (Autovia del Noroeste), cruzando por baixo da autoestrada várias vezes. Com muitos tuneis e grandes pontes sobre os vales abaixo, cujas pilastras de sustentação são bastante visíveis a partir da estrada que estávamos, a N-VI.

Mix of old and new in Vega de Valcarce.
Mistura de novo e antigo em Vega de Valcarce.

Esta estrada também segue ao longo do pequeno rio Valcarce que empresta seu nome a vários vilarejos e cidades ao longo do caminho. A N-VI tem uma ciclo-faixa compartilhada com pedestres e protegida por um muro de concreto. Ao pedalar por esse trecho a medida que olhava para o rio logo abaixo e a exuberante vegetação nas suas margens me veio à cabeça que as pessoas que atravessam essa região a 120 Km/h na autoestrada acima não fazem nem ideia da beleza natural que está logo abaixo deles. Este tipo de experiência só é possível em formas mais lentas de transporte, como ciclismo, ou para aqueles que fazem o caminho a pé.

Ao longo desse caminho cruzamos por vilarejos ou pequenas cidades como Pereje, Trabadelo, La Portela de Valcarce, Ambasmestas, Vega de Valcarce, Ruitelán até chegarmos em Las Herrerías onde decidimos parar.

Albergue Las Herreíras (Hostel)
Albergue Las Herreíras

Las Herrerías é um pequeno vilarejo que fica antes da subido ao “El Cebreiro”, uma das montanhas mais desafiantes do caminho. Nós também já víamos ao longe uma tempestade se formando no horizonte, por isso fazia todo o sentido parar lá. Até onde eu sei existe apenas 1 albergue de peregrinos em Las Herrerías é o nome é… Albergue Las Herrerías.

Detail in Las Herreíras.
Detalhe em Las Herreíras.

O pernoite no Albergue custou 8 € e o albergue pertence a uma jovem e agradável senhora que fala muitos idiomas (escutei ela conversando em Espanhol, Alemão, Inglês e Frances) e estritamente vegetariana. Ela oferece refeições no Albergue também, mas sem carne alguma.

Las Herreíras
Las Herreíras

Ela prepara a comida ela própria e não existe escolha (o menu é um só). Acredito que pagamos 12 € pela janta que teve sopa, um tipo de salada como prato principal e de sobremesa um pedaço de torta de cenoura que ela fez no mesmo dia. Estava delicioso, mesmo para quem, como eu, não é vegetariano. Acho que além do albergue existe apenas 1 outro local no vilarejo onde se possa fazer uma refeição.

Two Pilgrims of different species
Dois peregrinos de espécies diferentes.

O albergue tem essencialmente apenas 2 quartos na parte superior. Um grande quarto com algo como 10 beliches e um pequeno quarto separado para um par ou casal de peregrinos que custa um pouco mais (acho que 12 €). Na parte de baixo encontram-se as áreas sociais como uma pequena recepção, 2 banheiros / toaletes (limpos e com boas duchas), uma lavanderia com máquina de lavar e secar e a sala de jantar com uma mesa grande e uma pequena.

Willy is an 8 year old daschund pilgrim.
Willy é um daschund peregrino de 8 anos.

Depois de tomar um banho e lavar algumas peças de roupa a mão fui dar uma caminhada pelo vilarejo e tirei algumas fotos do riacho “Las Ramas” que passa ao longo da vila. Pouco depois veio a tempestade e um raio aparentemente deixou a vila inteira sem energia por mais de 1 hora. Gastamos o tempo conversando com os outros peregrinos de várias partes do mundo e jogando cartas. Foi uma noite muito agradável. A política “No Wi-Fi” do albergue funciona.

No Wi-FI in the Albergue
Sem Wi-FI no Albergue. “We want you to talk to each other” (Nós queremos que voces conversem uns com os outros).

As pessoas deixam seus telefones celulares de lado a passam a conversar umas com as outras.

E assim encerramos o 11o. dia de peregrinação. Por favor deixe comentários, perguntas ou pelo menos indique se você gostou ou não ao clicar nas estrelas abaixo.

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