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Caminho de Santiago: Dia 4 - De Viana para Santo Domingo de la Calzada

Church in Viana
Igreja Matriz em Viana

Demorou, mas saiu. Este post é sobre o 4o. dia da nossa peregrinação de bicicleta pelo caminho de Santiago que aconteceu no dia 28 de maio de 2015. Completamos esta etapa de 64.24 Km de Viana a Santo Domingo de la Calzada em 8h e 19m, dos quais 4h 54m foram em movimento.

Deixamos o Albergue pouco antes das 8 da manhã e estava um lindo dia de sol.

Entrance to the Albergue (hostel)
Entrada para o Albergue (Viana)

Assim como em dias anteriores não sabíamos ao certo onde iriamos parar neste dia. Estávamos tentando ma nter uma média de 60 Km por dia ou, se isso não fosse possível, parar por volta das 5 da tarde de forma a encontrar um albergue cedo suficiente com camas para escolher, tomar banho e sair para jantar mais cedo.

Stork´s Nest in the outskirts of Logroño.
Ninho de Cegonhas em Logroño

Estávamos perto de Logroño, a próxima grande cidade no Caminho. Os 5 Km iniciais foram na NA-111, com outros 3 Km pedalados em uma ótima ciclovia com um asfalto plano e largo (a “rua” vermelha que você pode ver no vídeo).

Logroño´s Cathedral
Catedral de Logroño

Ao chegarmos em Logroño, nós cruzamos a ponto sobre o rio Ebro para chegar ao centro da cidade e paramos rapidamente em um albergue que encontramos no caminho para pedir direções e carimbar nossas credenciais de peregrino. Depois disso procuramos por um lugar para tomar café da manhã e encontramos este ótimo e hospitaleiro café debaixo dos arcos da Calle Portales, chamado Calenda.

Breakfast at Calenda
Café da Manhã no Calenda

Enquanto estávamos esperando nosso café da manhã ser servido entramos em contato com a Paula através do Facebook Messenger, que, ao contrário de nós, havia pedalado até Logroño no dia anterior. Ela estava perto de onde estávamos. Foi um prazer revê-la e ter sua companhia durante nosso café da manhã. Depois do delicioso café, nós 3 caminhamos um pouco, empurrando as bicicletas, até ao escritório de turismo da cidade onde carimbamos mais uma vez nossas credenciais de peregrino. Na frente do escritório de turismo havia uma pequena feira de artesanato com música e muitos jovens.

Marcelino´s Hermitage
Eremita do Peregrino Passante, Marcelino.

De volta as nossas bicicletas, cruzamos Logroño pedalando juntos por outros 8 ou 9 Km até chegar ao eremitério do Marcelino (Ermita del Peregrino Pasante – Eremita do Peregrino Passante).  Cara muito legal o Marcelino. Eu recomendaria que se passarem por lá comprassem alguma recordação ou suvenir para ajudá-lo a manter o local.

Marcelino and me
Marcelino e eu

A pedalada até ao eremitério do Marcelino foi muito bonita, em parte em uma ciclovia compartilhada com pedestres e corredores que, devido ao grande número, exige cuidado ao se pedalar. A próxima parada foi na pequena cidade de Navarrete e para chegar lá pegamos uma mistura de estrada asfaltada, estrada de terra e trilhas. Em alguns lugares tivemos que puxar nossas bicicletas pois não havia condições de prosseguir pedalando. Em Navarrete paramos para descansar, tomar agua e comer algo. De Navarrete continuamos na NA-120 por outros 5 ou 6 Km onde pegamos uma estradinha de terra paralela a autoestrada A-12 por uns 2 ou 3 Km e daí dobramos a direita em direção a Ventosa. Depois de Ventosa tivemos que enfrentar umas trilhas de terra meio difíceis também. O engraçado é que esta trilha de terra nos levou de volta a estradinha de terra que estávamos pedalando ao longo da autoestrada A-12. Descobrimos que se tivéssemos continuado nesta estradinha de terra teríamos economizado uma boa distância e talvez não tivéssemos precisa empurrar as bikes. Neste dia pedalamos a maioria do tempo pelo mesmo caminho que os peregrinos a pé fazem, o que tem um certo apelo, mas em retrospecto, se tivéssemos ficado na NA-120 nós teríamos possivelmente chegado ao nosso destino mais cedo, a pesar de talvez ter que pedalar uns quilômetros a mais.

Hostel in Najera
Albergue em Najera

A próxima cidade foi Najera, onde paramos rapidamente em um albergue para carimbar nossas credenciais e descansar por uns minutos. Najera tem uma interessante formação rochosa, quase como que uma parede de pedra de um lado da cidade o que nos levou a algumas subidas em estradas de terra, que, entretanto, estavam em boas condições.

Rocky wall in Najera
Parede de pedra em Najera

Pela primeira vez começamos a ver sinais (a cada 5 Km) indicando a distância que faltava para Santiago. Eu tentei tirar uma foto em um deles (o que indicava 580 Km para Santiago). Esta região é marcada pelas plantações de oliveiras, que são os pequenos arbustos que vocês podem ver no vídeo.

580 Km to Santiago
580 Km para Santiago

Depois de Azofra o caminho foi essencialmente apenas em estradas de terra e ao se aproximar de Cirueña existe uma grande subida em que tivemos que empurrar as bicicletas por uma boa distância por causa das pedras e das condições da estrada. Com o sol a pino nas nossas cabeças e nenhuma sombra para se esconder essa subida não foi muito fácil.

Near Cirueña
Perto de Cirueña

Cirueña é pequena mas tem um grande e luxuoso (aparentemente) campo de golfe no qual o restaurante aceita peregrinos e oferece preços especiais (nós não paramos, mas o almoço estava indicado custar 6€ e o café da manhã 3€). Nós paramos rapidamente em um restaurante no centrinho do vilarejo para descansar um pouco e tomar um pouco de agua. Deixamos Cirueña pedalando na LR-204, uma estrada vicinal, que nos levou diretamente a Santo Domingo de la Calzada onde paramos para pernoitar. Quase que ao mesmo tempo que nós, a Paula também chegou em Santo Domingo e nos encontramos com ela ao chegarmos lá. Se tivesses combinado provavelmente não teria dado tão certo.

Bike Pilgrims are nothing new.
Bicigrinos não são novidade. Existem desde que bicicletas existem.

Paula, Fernando e eu pernoitamos no mesmo albergue, o da “Abadia Cisterciense“, administrado pelas irmãs do mosteiro de Nossa Senhora da Anunciação. O albergue é bem básico e os quartos pareciam ser meio apertados, com quartos nos quais era necessário passar por outros quartos para se chegar a eles. A edificação foi construída em 1609 tendo, portanto, mais de 330 anos, o que explica o design estranho. Os quartos que eu vi não tinham beliches, apenas camas. O custo do pernoite neste albergue é 5€.

Paula, Elenice and Fernando
Paula, Elenice e Fernando

Depois de nos assentarmos, tomar banho e tudo mais, a Paula, o Fernando e eu saímos para procurar um lugar para jantar. Foi no restaurante que encontramos com a Elenice, também de São Paulo. Depois da janta saímos, nós 4, para caminhar pela cidade. A Elenice estava fazendo o caminho a pé e por isso, infelizmente, não nos encontramos mais, mas continuamos a manter contato através do Facebook. Por incrivel que parece fiquei sabendo que a Paula e a Elenice acidentalmente se encontraram uma pequena cidade chamada São Paulo depois que retornaram da peregrinação. Mundo pequeno esse, não?

View of Santo Domingo´s Cathedral
Vista para Catedral de Santo Domingo

Se você visitar Santo Domingo, assegure-se de entrar na catedral pois ao lado do altar existe pequeno galinheiro com uma galinha e um galo vivos, o que pode parecer esquisito, até que você lê sobre a lenda da galinha que cantou depois de assada. Dizem que se o galo cantar ao voce entrar, o seu caminho será bem sucedido… 🙂

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Caminho de Santiago: Dia 3 - De Puente la Reina para Viana

Este post é sobre o 3o. dia da nossa peregrinação de bicicleta pelo caminho de Santiago.

Puente la Reina (The Queen´s Bridge)
Puente la Reina (Ponte da Rainha)

Antes de dar início devo avisar que o vídeo (Time-Lapse) inicia 2 Km após deixarmos Puente la Reina, onde havíamos parado no dia anterior. Eu achei que havia ligado a câmera ao sair do Albergue, mas descobri que não. Infelizmente o dia não iniciou com um “Time-Lapse” e sim com um “Memory-Lapse” 🙂

Completamos esta etapa de 63.67 Km de Puenta la Reina a Viana em 8h e 11m, dos quais 4h 55m foram em movimento.

Ao deixar o albergue enquanto estávamos arrumando a carga nas bikes conhecemos a Paula de São Paulo. Ela também estava pedalando o Caminho de Santiago, mas já estava na estrada a muito mais tempo, pois deu início a sua peregrinação na catedral de Notre Dame em Paris. Nós encontramos com ela várias vezes ao longo do caminho nesse dia e algumas outras vezes até Santiago de Compostela.

Fields near Cirauqui
Campos próximos a Cirauqui

Deixamos Puente la Reina por volta das 7:40 de manhã não sabendo direito onde iriamos parar nesse dia. O clima melhorou muito como podem ver e tivemos um lindo dia de sol o dia todo. Como em dias anteriores deixamos o albergue sem ter tomado café da manhã. Paramos 47 min mais tarde em um pequeno vilarejo chamado Cirauqui, aprox. 10 Km de Puente la Reina.

Poppies everywhere
Papoulas vermelhas em todo lugar

Na Espanha o café da manhã não é uma refeição grande. As pessoas geralmente só tomam uma xicara de café e comem uma torrada ou algum doce de massa folhada. Minha estratégia, no entanto, era a de comer apenas 1 vez por dia durante a pedalada e jantar mais cedo ao chegar no meu destino. Eu não gosto de pedalar logo após ter comido muito. Me sinto pesado e cansado e meu desempenho é ruim.

Depois do pequeno café da manhã continuamos pedalando na NA-1110 que foi a estrada que rodamos o dia inteiro, com exceção do percurso que eu fiz na trilha dos peregrinos depois que deixamos Irache, mas estou me adiantando.

Water Fountain in Estella
Chafariz de água em Estella

Ao chegarmos a Estella, após atravessarmos o rio Ega, decidimos entrar nessa cidade histórica para dar uma olhada em volta. Alguns minutos depois encontramos novamente com a Paula e tiramos algumas fotos juntos.

Paula, Fernando and Me in Estella
Paula, Fernando e eu em Estella

Pouco depois de deixar Estella chegamos em outro marco ao longo do caminho de Santiago: A vinícola conhecida como “Bodegas Irache” onde fica a famosa fonte de vinho. A vinícola fica ao lado do mosteiro de Irache que também é um marco ao longo do caminho.

Irache Monastery
Mosteiro de Irache

O mosteiro foi inicialmente utilizado como um hospital de peregrinos e entre 1615 e 1824 foi também uma universidade pontifica, a primeira Universidade do Reino de Navarra.

A pesar de ser chamada de fonte de vinho, o vinho não flui continuamente. Como em bebedouros de agua modernos você tem que pressionar um botão para o vinho tinto fluir. O vinho vem em temperatura natural e não foi muito do meu gosto.

Wine and Water fountains of Bodegas Irache
Fontes de Vinho e água das Bodegas Irache

Esse lugar está sempre cheio de gente tentando provar o vinho ou tirando fotos deles próprios e da fonte.

Depois de Irache, eu queria experimentar pedalar um trecho na trilha dos peregrinos que vão a pé, por isso Fernando e eu nos separamos. Eu peguei a trilha e ele continuou na estrada e combinamos nos encontrar mais tarde em uma cidade chamada Los Arcos.

Riding the walker´s path
Pedalando pelo caminho dos andarilhos

Os primeiros 2 Km foram ao longo de uma trilha estreita com vários graus de dificuldade dentro de uma floresta. Tive que empurrar minha bicicleta várias vezes por causa das grandes pedras e outros obstáculos. O legal é que a floresta cobria o sol forte e tornava muito agradável a pedalada.

Os 8 Km restantes foram em estradinhas de terra, cheias de pedras, areia e de maneira geral difícil de pedalar com uma bicicleta touring carregada. Infelizmente esse trecho também era em sua maioria subida levando a alturas de mais de 700 m em alguns lugares, o que é mais alto que a subida ao Alto del Perdón do dia seguinte. Se você for fazer o caminho pela trilha dos andarilhos, faça-o sabendo das consequências antes de você optar por ele.

Levei 1,5h para fazer apenas 10 Km até um vilarejo chamado Luquin, onde encontrei com o asfalto de novo. Outros 1.5 Km e eu estava de volta na estrada NA-1110 na qual eu decidi ficar pois achei que já havia sofrido o suficiente neste dia.

Los Arcos indeed
Los Arcos, de fato.

Para fazer os 10 Km que separavam este ponto de Los Arcos levou apenas 35 minutos.

Quando eu cheguei em Los Arcos, O Fernando e a Paula já estavam lá a algum tempo. Como meu café da manhã tinha sido pobre, eu estava faminto e a Paella do restaurante em que a Paula e o Fernando estavam sentados se mostrou irresistível 🙂

Paula and Fernando in Los Arcos
Paula e Fernando em Los Arcos

Ficamos ali quase 1h… comemos, conversamos, tomamos um monte de suco e um sorvete. Foi realmente uma parada muito agradável na companhia de um velho e um novo amigo(a).

Ao voltarmos para a estrada depois dessa ótima parada em Los Arcos nosso objetivo era dormir em Logroño, mas o dia tinha se tornado muito quente e com as subidas e descidas para Viana acabamos cansando bastante.

Church in Viana
Igreja Matriz em Viana

Chegamos em Viana pouco antes da 5 da tarde e tínhamos intenção de apenas carimbar nossas credenciais e seguir adiante. Porém, o escritório de turismo da cidade estava fechado e só abriria as 5:30. Resolvemos sentar um pouco para descansar a acabamos decidindo pernoitar lá mesmo.

View from the ruins of the San Pedro Church
Visão a partir das ruina da igreja de San Pedro.

Viana foi oficialmente fundada em 1219 com um claro objetivo defensivo contra o reinado de Castile. Se situa no topo de um morro e o layout urbano é de um quadrado fortificado, com ruas estreitas cercadas por parte de seus espessos muros medievais.. Nós caminhamos um pouco ao redor da cidade antes de nos dirigirmos para o albergue e uma das partes mais interessantes da cidade foram as ruinas de Igreja de San Pedro, que desmoronou em 1844 devido aos estragos causados durante 2 guerras entre 1808 e 1840.

Door to the ruins of the San Pedro Church
Porta das ruinas da igreja de San Pedro

Nós ficamos no albergue municipal, chamado Albergueira Andrés Muñóz que é bom e não estava cheio. Pagamos 8€ pelo pernoite. Haviam várias camas vazias no quarto em que dormimos. Ficamos no quarto de baixo, logo após a cozinha / sala de jantar. O quarto tinha 4 beliches com capacidade para 8 pessoas e tinha também armários de metal com chave que necessitavam uma moeda de 1€ para operar.

Entrance to the Albergue (hostel)
Entrada do Albergue.

O banheiro/toalete ficava logo ao lado do quarto e era limpo com uma boa ducha quente. As bicicletas ficaram na lavanderia. Haviam 2 maquinas de lavar roupa e uma de secar na lavanderia e aproveitamos para lavar roupa (eu acho que custou 4€ inc.. O sabão em pó). Havia WiFi gratuito no albergue e funcionava no nosso quarto, a pesar do sinal ser fraco.

View from Viana
Visão de Viana

Jantamos em um dos muitos restaurantes da cidade e pagamos 8€ pelo menu do peregrino, mas 3€ por um copo de cerveja uma vez que declinamos a oferta de vinho.

View from Viana
Visão a partir de Viana

Eu havia tomado muito sol durante o dia e acabei ficando com insolação (febre solar) naquela noite. Ao sair do restaurante a brisa fresca mais parecia como um vento ártico para mim, por isso enquanto o Fernando foi caminhar um pouco eu voltei imediatamente para o Albergue para navegar um pouco na internet antes de dormir.

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Caminho de Santiago: Dia 2 - De Roncesvalles para Puente la Reina.

Se você é do tipo de pessoa que não gosta de ler, eu facilitei as coisas para você. O vídeo abaixo é uma transcrição praticamente completa deste texto, com algumas pequenas diferenças. Fique a vontade, portanto, para assistir ao video e pular o artigo se você quiser.

Então você gosta de ler? Que bom para você pois eu menti… 🙂 Inclui mais informações no texto que no video. Para complementar a leitura adicionei alguns links para paginas que achei enquanto estava fazendo uma pesquisa para este artigo.

Leaving Roncesvalles
Deixando Roncesvalles

Completamos essa etapa no dia 26 de maio de 2015 e de acordo com meu Garmin levamos 8 horas e meia para completar os 80 Km que separam Roncesvalles, de onde partimos nesse dia, até Puente la Reina onde decidimos pernoitar. Comigo estava Fernando, meu parceiro na peregrinação.

Tendo feito apenas 30 Km no dia anterior nós queríamos nos puxar um pouco neste 2o. dia para nos aproximarmos da meta média de 60 Km por dia que havíamos estabelecido. Esta meta provou ser desnecessária mais tarde, mas tínhamos que considerar algum tempo de folga para o caso de termos problemas durante a jornada. Tínhamos também a intenção de pedalar até o Cabo Finisterra caso chegássemos em Santiago com tempo para isso.

Deixamos Roncesvalles pouco antes da 8 da manhã. Não sabíamos naquele momento exatamente onde iriamos parar nesse dia. Puente la Reina era uma das opções que estamos considerando, mas não queríamos nos ater a um plano rígido. O dia começou bastante chuvoso. De acordo com o Garmin a temperatura as 8 da manhã era de 12C caindo para 5C uma hora mais tarde à medida que começamos a subir o Alto do Erro. A temperatura máx. do dia foi de 19C por volta das 2:30 da tarde. Não estava necessariamente frio, mas com o vento era necessário vestir uma blusa de pedalar.

Alto de Erro, 801m.
Alto de Erro, 801m.

Roncesvalles está ainda situada em um ponto médio da montanha (Pirineus). Depois de uma descida total de uns 200m, com algumas subidas ao longo do primeiros 17 Km, começamos uma longa subida de 3 Km para chegar no Alto do Erro que está a 801m acima do nível do mar. Nós paramos lá por alguns minutos para tirar algumas fotos.

River Arga, crossing Zubiri.
Rio Arga em Zubiri.

Eu tinha comido apenas uma banana e uma barra de cereais ao sair de Roncesvalles. Isso se tornou mais ou menos normal para mim durante toda a jornada, com uma parada para café da manhã 1 ou 2h depois ao longo caminho. Depois de sairmos do Erro pedalamos outros 7 Km e decidimos parar para comer em Zubiri, um lindo vilarejo. Este foi o local onde encontramos com o Rio Arga pela primeira vez que flui por quase 20 Km em paralelo com a estrada até Pamplona.

Tortillas de Patatas (Potato Omelet)
Tortillas de Patatas (Omelete de Batatas)

Pela quantidade de albergues e hotéis que vi para um lugar tão pequeno, aparentemente o vilarejo vive exclusivamente do turismo promovido pelos peregrinos. Meu café da manhã incluiu 2 fatias de um delicioso omelete com batatas (Tortillas de Patatas) alguns croissants e um rolo de chocolate acompanhado de café e suco de laranjas espremido na hora. Tem muitas coisas do caminho que eu sinto falta

Zubiri viewed from the Stone bridge
Zubiri visto da Ponto de Pedra

agora, mas o suco de laranja fresquinho, espremido na hora, é uma das coisas que estão no topo da lista. Na Inglaterra isso simplesmente não existe e até mesmo em lugares que oferecem sucos de laranjas naturais o sabor não chega nem perto ao das laranjas espanholas, doces e pouco acidas. De barriga cheia fizemos uma pequena caminhada até a antiga ponte sobre o rio Arga e tiramos algumas fotos. Também carimbamos nossa credencial de peregrino e continuamos seguindo em direção a Pamplona.

River Arga on the outskirts of Pamplona
Rio Arga nos suburbios de Pamplona

Seguimos ao longo da estrada N-135, ou “carretera” como dizem em espanhol, até próximo a Pamplona onde pegamos uma ciclo faixa ao longo do rio. O Arga também cruza uma parte de Pamplona. Ao chegarmos próximos a Pamplona paramos por um minuto para contemplar as cenas serenas que o rio proporcionava e tirar algumas fotos.

Bull running Monument (Encierro)
Monumento à corrida de Touros (Encierro)

Nossa passagem por Pamplona foi muito rápida. Pamplona é a cidade onde a famosa corrida de touros ocorre, também chamada de Encierro. Em Pamplona nós apenas paramos por alguns minutos no centro para tirar fotos junto ao monumento da corrida de touros e no escritório do peregrino para carimbar nossas credenciais. Neste ponto da nossa jornada nós estávamos com um pouco de pressa e não queríamos nos ater a um lugar por muito tempo. Nós também sabíamos que iriamos voltar a Pamplona pois era lá que iriamos ter que devolver o carro de aluguel que havíamos reservado para o retorno de Santiago.

The Citadel in Pamplona
A Cidadela de Pamplona

Nós cruzamos a cidade e nos perdemos um pouco no parque onde fica a Cidadela, mas isso nos permitiu tirar algumas fotos deste impressionante e antigo complexo militar. Ao deixarmos a cidade para cenas mais rurais nós encontramos com um ciclista local que nos aconselhou a não subir o “Alto del Perdón” (Morro do Perdão) pelo caminho dos andarilhos. O Alto del perdon é um grande marco ao longo do caminho de Santiago. A companhia

Alto del Perdón
Alto del Perdón

que opera as turbinas de vento nesta montanha instalou uma séria de esculturas em bronze homenageando os peregrinos que por lá passam. A rota pela estrada é uns 4 Km mais longa que pelo caminho dos andarilhos. Apesar de eu entender perfeitamente porque Fernando estava relutante em pegar o caminho dos andarilhos eu confesso que fiquei um pouco desapontado. Eu só entendi o tamanho da dificuldade ao chegar no topo e ver outros peregrinos empurrando suas bicicletas. Para chegar ao Perdon pegamos a NA-6004, dobramos a esquerda na NA-1110, na direção de Astrain, que é paralela a autoestrada N-12 . A subida foi longa mais perfeitamente pedalavel, até mesmo quando você deixa a NA-1110 para pegar a NA-6056 que é a estradinha que sobe o morro ao longo das turbinas de vento.

Panoramic View from Alto del Perdón
Visão panorâmica do Alto del Perdón

Eu acredito que a chegada ao topo do Perdão provem ao peregrino a primeira grande sensação de realização. A altitude registrada pelo Garmin foi de 683m o que de longe não é a mais alta montanha do caminho, mesmo assim, talvez por ser tão famoso ou pela longa subida, algo nesse local causou uma grande impressão em mim e em ambas os lados da vista.

Alto del Perdón
Alto del Perdón

De um lado vê-se a cidade de Pamplona ao longe e do outro tem se uma maravilhosa vista do vale onde Puente la Reina está situada. As vistas são magnificas, mas eu acho que as imagens valem mais que mil palavras. Ah, e se por sinal você estiver se perguntando porque existem tantas turbinas de vento na Espanha o barulho que você vai escutar em um momento deve ajudar a explicar porque. Como diz o ditado, tudo que sobe desce, não é uma surpresa que depois do Perdão você encara uma longa descida. A estradinha pela qual subimos ao longo das turbinas é meio esburacada e requer cuidados, as depois que você chega a perfeita pista de rodagem da estrada principal dá para soltar a bicicleta com confiança. De fato, foi neste trecho que registrei a velocidade mais alta em uma bicicleta de todo o caminho e provavelmente de toda minha vida: 74.8 Km/h de acordo com meu Garmin. Uma grande adrenalina.

Arriving in Puente la Reina
Chegada em Puente la Reina

A distância entre o Alto del Perdón e Puente la Reina é de aprox. 10 Km e é na sua maioria descida por isso chega-se a Puente la Reina relativamente rápido. Que graciosa esta pequena cidade é… e seu marco principal: A ponte românica sobre o rio Arga (sim, o mesmo que cruza Pamplona). A ponte foi construída por ordem da rainha Mayor (por isso o nome “Puente la Reina” ou Ponte da Rainha) para permitir que os peregrinos cruzassem o rio em segurança.

Puente la Reina (The Queen´s Bridge)
Puente la Reina (Ponte da Rainha)

Nos pernoitamos no “Albergue de peregrinos de los padres reparadores” que custou apenas €5. O albergue é bem simples e se você foi do tipo chato você pode ter problemas com os banheiros/chuveiros e com o fato que existem pouco tomadas nos quartos o que causa um pouco de conflito entre aqueles que querem carregar seus celulares e outras engenhocas. Um peregrino deixou seu telefone carregando no banheiro úmido ficou lá por quase 1h enquanto o telefone carregava, algo que eu nunca faria.

Puente la Reina
Puente la Reina

No dia seguinte, ao deixarmos o albergue, encontramos com a Paula pela primeira vez. A Paula é de São Paulo e também estava fazendo o caminho de bicicleta com a diferença que ela havia partido da catedral de Notre Dame em Paris. Bom, por hora é isso. Tentarei produzir um artigo por semana. Apesar de eu estar me beneficiando do exercicio de escrever tudo em tres idiomas não tem sido fácil encontrar tempo de fazer isso. Eu vou completar esse série sobre o Caminho nos 3 idiomas que me propus escrever, mas no futuro talvez venha me concentrar a escrever apenas em Inglês.

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(Sticky) Pedal para e ao redor da Ilha de Wight

Na semana antes da Pascoa em 2015 eu pedalei da minha casa para ilha de Wight e passei mais 2 dias pedalando entorna da Ilha. Foram aprox. 220 Km em 3 dias. Estes são os post que escrevi para cada um deles:

  1. 30/Mar/2015: Pedal da minha casa para Ryde (Ride to Ryde)
  2. 01/Apr/2015: Pedal de Ryde para Ventnor passado pelo parque de Needles (com an antigas baterias de artilharia)
  3. 02/Apr/2015: Pedal de Ventnor de volta para Ryde and travessia de volta para Portsmouth com o Hovercratf.

Ainda estou aprendendo como usar o WordPress. Eu acho que esta é a melhor maneira de consolidar os 3 dias dessa experiência. Se alguem tiver sugestões sobre como melhorar, por favor, entre em contato.

Espero que seja útil para alguem. Obrigado pela sua visita!

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Pedal de Ventnor para Ryde, Ilha de Wight.

O 3o. e último dia da minha curta viagem de bicicleta na Ilha de Wight começou chuvoso e cinzento como você pode ver nas imagens do vídeo abaixo.

Eu sabia que o dia seria assim e estava mesmo esperando bem pior. Cerca de 1,5h depois que parti a chuva parou e a pesar de nublado pelo menos não choveu mais.

O suporte a prova d’água da câmera estava no meu capacete e infelizmente não notei que estava fora de alinhamento por isso as imagens estão desalinhadas para esquerda (ou talvez foi meu capacete que não estava bem preso e escorregou para o lado).

Uma vez que a chuva parou eu transferi a câmera para o suporte que não é a prova d´agua no guidão, o qual permite também a câmera ser conectada a uma bateria externa enquanto grava as imagens.

O pedal começou tendo que subir morro logo de cara. Ventnor é localizada na parte mais montanhosa da ilha e quando eu fiz o planejamento da rota usando Google Maps a rota sugerida pelo Google foi uma mais distante da costa, parte da Rota ciclística regional número 67. Por causa disso eu não consegui ver muito da vila, mas eu já havia pedalado através de Ventnor in agosto de 2014 como você pode ver no vídeo abaixo.

A rota da costa é mais bonita, mas é bem mais montanhosa com subidas que podem chegar a 12% de inclinação em alguns trechos. Não foi fácil subir com uma bicicleta “vazia” em agosto, imagine com uma bicicleta carregada.

Lots of flowers along the way
Muitas flores ao longo do caminho (clique para aumentar)

A rota traçada pelo Google Maps me levou através de Wroxall, Newchurch e quando eu cheguei a um local chamado “Garlic Farm” (fazenda de alho) notei que o Google estava me levando em uma rota direta para Ryde, o que não era meu objetivo. Nessa fazenda de alho, por sinal, você pode visitar e aprender tudo sobre o cultivo do alho (um tipo de museu do alho).

Cycle way, National Cycling Route 23
Ciclovia da rota Nacional 23 (clique para aumentar)

Minha intenção inicial era simplesmente contornar os morros em Ventnor e retornar para a rota costeira, portanto na fazendo de alho dei meia volta e retornei para Newchurch onde entrei na ciclovia nacional número 23, também conhecida como “trilha do esquilo vermelho”. Eu recomendo a todos um passeio por esta ciclovia que começa bem antes e atravessa a ilha de leste a oeste. É uma ciclovia pavimentada que acompanha o rio Yar. Ela é compartilhada com pedestres, mas pelo menos cavalos não são permitidos. É um passeio bem legal e em um dia de sol você encontrará muitos ciclistas pedalando nela, inclusive famílias com crianças.

Eu encontrei um simpático casal de bicicleta tirando fotos e passei alguns minutos conversando com eles. O homem era nativo da ilha, mas ambos moravam na Califórnia e estavam na ilha para visitar a família dele.

View of Sandown Pier
Vista do Pier de Sandown

O novo destino era Sandown e eu me perdi um pouco depois que a ciclovia terminou, na parte urbana da cidade, por isso o mapa mostra um pouco de idas e voltas nessa região até que eu achei o caminho para a praia.

Sandown Beach on a nice day in August 2014
Praia de Sandown em um dia de sol em Agosto de 2014 (clique para aumentar)

Sandown é um balneário bem legal na ilha, com praias de areia e um “pier” (uma estrutura sobre a agua do mar parecida com um cais de embarcação) com vários tipos de entretenimento, como maquinas de jogar, restaurantes, um pequeno parque de diversões, etc. Se voce vier com crianças elas com certeza vão gostar.

Sandown Pier
Sandown Pier mais de perto, Aug 2014 (Clique para aumentar)

Pedalar ao longo da “promenada” na praia de Sandown é bem legal, mas em dias de sol vocês irão encontrar muita gente e terão que ser cuidadosos.

Depois de Sandown me dirigi a Bembridge onde fica a nova estação de barco salva-vidas.

Bembridge Lifeboat Station
Estação de lançamento de barcos Salva-Vidas em Bembridge, ao final da ponte (clique para aumentar)

A um custo de 7 milhões de libras esterlinas, esta moderna estrutura é capaz de lançar barcos salva-vidas de grande porte através de uma rampa em questão de alguns minutos.

Depois de Bembridge cruzei Saint Helens e a área do hotel e campo de golfe da Bahia de Priory na direção da cidade de Seaview. Em Seaview você tem uma clara visão da cidade de Portsmouth do outro lado do canal.

View of Portsmouth from Seaview.
Zoom de 10x da com vista de Portsmouth a partir de Seaview (clique para aumentar)

A partir de Seaview, a distância até Ryde é pequena e em sua maioria ao longo da praia.

Tendo feito esse passeio pela ilha no sentido contrário do relógio eu recomendaria que quem fosse fazer o mesmo o fizesse no sentido do relógio, ou seja, de Ryde para Seaview, Bembridge, Sandown, Shaklin, Ventnor e assim por diante. Eu acho que seria um percurso mais bonito.

Este é o ultimo post da série sobre minha curta viagem de bicicleta de a ao redor da Ilha de Wight. Se voce tiver qualquer pergunta, não se acanhe. Obrigado pela visita!

Adicionei abaixo mais algumas fotos, das muitas que fiz ao longo do percuso.

Appley Beach and Appley Tower
Praia de Appley com a torre de Appley Tower ao fundo. Fica entre Seaview e Ryde (clique para aumentar).
An interesting picture in every village I rode through.
A cada vilarejo que eu passava sempre tinha algo de interessane para ver e fotografar (clique para aumentar)
Along the Cycling Route 23
Ao longo da ciclovia na Rota Nacional 23 (clique para aumentar)
Bicycle tunnel
Tunel para bicicletas (clique para aumentar)

O video abaixo was tomado quando eu estava prestes a embarcar no Hovercraft para retornar a Portsmouth.

Bicicletas e Hovercrafts são de fato veiculos muito interessantes…

Bicicletas são transportadas sem custo e não é necessario desmonta-las, apenas retirar os alforges e quaisquer outros itens soltos (apesar de que eu deixei as garrafas de agua na bicicleta e elas chegaram sem problemas). No caminho de volta infelizmente o meu espelho quebrou. Observe que o bagageiro do veiculo tem capacidade de carregar apenas 2 bicicletas, mas durante o verão a frequencia do transporte é de 15 em 15 minutos.

O próximo video foi gravada já dentro do veiculo, “voando” baixo sobre as aguas em direção a Portsmouth.

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Pedal de Ryde a Ventnor via o parque de Needles (Ilha de Wight)

(Clique nas fotos para aumentar)

Esta foi minha segunda vez na Ilha de Wight. Minha família e eu fomos para a ilha ano passado de carro e permanecemos lá por 3 dias. No último dia dirigimos para o Parque de Needles, mas nao conseguimos ir visitar o topo do penhasco onde ficam os canhões da segunda guerra mundial pois não permitem a entrada de carros. É uma caminhada bem grande morro acima e meu filhinho de 5 anos já estava cansado. Eu sabia que iria ter que carregar ele até lá.

Por isso, ao decidir pedalar até a ilha também decidi ir visitar essa área

Full English Breakfast
Café da manhã Inglês completo no Kasbah

Deixei a pensão em Ryde por volta das 11 da manhã depois de um belo café da manhã Inglês. Fiquei em uma pensão chamada Kasbah que recomendo muito. Está mais para hotel que pensão pois os quartos são suítes com banheiro, TV, etc, e a entrada é totalmente independente para os hospedes que podem ir e vir a hora que quiserem (tem um pub no andar de baixo, mas não se escuta dos quartos).

Durante o café da manhã liguei para um número de pensões no vilarejo de Freshwater que é próximo ao parque de Needles. Não consegui achar nenhum com quartos disponíveis. Camping também não era uma opção (a pesar de eu ter levado todo equipamento) pois estava muito frio e chuvoso a noite. Até mesmo se eu me sujeitasse a acampar descobri que a maioria dos campings ainda estavam fechados.

Desta maneira decide ligar para hostels no meu próximo destino que era Ventnor, uma cidadezinha aprox. 32 Km do parque. Com uma reserva assegurada para a noite, comecei a pedalada do dia e deixei o Google me guiar.

River Medina Marina in Newport, Isle of Wight
Marina do rio Medina em Newport.

Eu já estava familiarizado com a primeira parte da pedalada, que é de Ryde a Newport (a maior cidade da ilha), pois ano passado eu ja havia pedalado 62 Km dos quais neste trecho também

Marina do rio Medina em Newport.

A maioria é feito em ruas e estradas, mas existem vários pedaços em que se pedala em ciclovias compartilhadas com pedestres. A rota segue a Rota Ciclística Nacional numero 22 que começa no continente e continua na ilha.

Horse riders on the B3401
Duas “Amazonas” na B3401

Para minha surprese encontrei até com pessoas em lombo de cavalo na estrada, o que deve ter realmente aborrecido os motoristas que vinham atrás deles 🙂

Se eu tivesse achado acomodação em Freshwater, minha intenção era pegar a rota nacional 23 e ir até Cowes e Yarmouth para depois ir ao Parque de Needles (se eu não chegasse muito tarde lá) ou ficar em Freshwater.

Como, entretanto, reservei um quarto em Ventnor optei por uma rota mais direta para o parque.

Narrow stretch of the B3401 (Calbourne Road) with intense traffic
Parte bem estreita e em subida na B3401 (Calbourne Road) e com trafego intenso.

Existem trechos onde o trafego de veículos é muito intenso. Um dos pontos que considero serem mais perigosos fica na B3401 onde a estrada fica bem estreita e é uma subida. Acho que foi o único momento onde fiquei preocupado com minha segurança. O restante foi relativamente tranquilo e sem maiores problemas, com campos verdes e fazendas em ambos os lados das estradas.

ZigZag climb to the top of the cliff
Subindo em zigue zague até ao topo do penhasco.

Ao chegar no parque de Needles, já eram 3 da tarde, por isso fui direto em direção ao penhasco onde ficam os canhões. Eu tive que empurrar minha bicicleta por um trecho pois o aclive é acentuado e o vento estava muito forte.

Bus coming down from the top of the cliff
Teria sido uma maneira bem mais fácil de se ir ao penhasco.

É possível caminhar ao redor do complexo novo (também desativado), mas além das belas vistas do oceano, não a muito que ver.

 

https://www.youtube.com/watch?v=sQhI2PeCtCw
(Me disseram que na época da guerra fria haviam misseis balisticos na Ilha, mas nao vi evidencia nenhuma disso... bom, eles teriam escondido eles de qualquer maneira, nao?)
The Needles Rock formation
Formação rochosa de Needles.

Para entrar no complexo antigo, que é mantido pela English Heritage, tem que se pagar uma taxa de entrada de £6.00, que, devido ao fato que já era tarde, eu resolvi não ir.

The Needles Rock formation on the background
Selfie com a formaçao rochosa de Needles ao fundo.

Tendo passado algo como 30 minutos apreciando as vistas do mar, decidi descer ao parque e tomar um café antes de começar o pedal em direção a Ventnor. Enquanto estava tomando café notei que está sem sinal no celular e tive que adivinhar o caminho (levem sempre um mapa em papel), mas depois de uns 2 Km o sinal voltei e notei que estava ligeiramente errado.

House being transported by a truck
Casa sendo transportada em caminhão.

Eu queria pedalar ao longo da costa na estrada A3055, também conhecida como estrada militar.

Aproximadamente na metade do caminho, o Google me indicou que deveria sair da A3055 e fazer um desvio, pois daquele ponto em diante o trafego de veículos aumenta bastante nessa estrada e tem uns morros bem grandes para subir.

Freshwater Bay Beach
Praia de Freshwater Bay.

Eu já conhecia este trecho pois havia pedalado por ele no ano passado também. Com uma bicicleta “vazia” o aclive é OK, mas com uma bicicleta carregada seria realmente um desafio se manter na A3055.

Ao chegar na pensão em Ventnor descobri que aceitar a sugestão do Google foi bom em outro sentido também. Havia acontecido um deslizamento de terra e uma parte da estrada estava interditado. Se eu tivesse continuado na A3055 teria que ter voltado tudo para pegar o desvio. Obrigado Google.

Yellow flowers on both sides and the sea in front.
Trecho particularmente bonito na A3055. Flores amarelas em ambos os lados e o mar a frente.

Com o desvio eu perdi a vista para o mar, mas ele me levou através de pequenos vilarejos e casas de fazendas por estradinhas de fazenda de uma pista. Havia alguns morros para subir, mas eles eram bem menos desafiantes do que aqueles na A3055.

Cheguei em Ventnor as 6:30 d tarde. O sol já estava se pondo o que fez a temperatura descer para por volta de 5C.

Se o tempo estivesse mais convidativo eu provavelmente teria feito uma rota bem diferente, mas quando você viaja de bicicleta a ordem do dia é improvisar.

Naquela noite choveu a noite inteira e a previsão era de chuva o dia todo no dia seguinte. Felizmente a previsão estava errada. O tempo estava bem nublado, mas não choveu. Por esta razão resolvi encurtar meu “Tour de Ilha de Wight” e retornar para casa no dia seguinte.

O vídeo abaixo é uma compilação de mais de 8h de pedal em menos de 8 minutos (intervalo entre as fotos de 5 segundos).

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Pedal para Ryde (Ilha de Wight)

Ready to ride
Pronto para partir

Dia 31 de Março eu pedalei da minha casa em Bracknell, distrito de Berlshire até Ryde na Ilha de Wight.

Eu já tinha planos de passar uns dias pedalando na Ilha de Wight por algum tempo. Inicialmente o plano era pegar uns dias de férias e pedir para alguém me levar a cidade portuária de Porthsmouth para não precisar deixar o carro estacionado por um longo tempo. Peguei a semana antes da Pascoa de férias porque eu sabia que na semana da Pascoa, com o recesso escolar, os preços na ilha iriam aumentar muito. Planejava sair no Domingo anterior a pascoa, mas o clima mudou para pior naquela semana, com muito vento, frio e chuva. Eu adoro pedalar, mas eu o faço por prazer em primeiro lugar e pelo desafio em segundo, por isso quando o tempo está ruim eu simplesmente não me submeto a ele (se ficar ruim durante o pedal, tudo bem).

Nice day for a ride.
Perto da minha casa… Belo dia para pedalar.

Por sorte a previsão era que o tempo ia melhorar na Segunda ou Terça daquela semana. Com esse tempo livre consegui pensar um pouco mais sobre esse pedal e confesso que comecei a me sentir meio hipócrita por ir de carro até o litoral uma vez que ele está perfeitamente ao alcance de um dia de pedal (por volta de 90 Km). Em Inglês o verbo pedalar significa “to ride” e o nome da cidadezinha na ilha para qual eu iria me dirigir é “Ryde”. De alguma forma a expressão “Ride to Ryde” apelou para meus sentidos. Parecia fazer completo sentido pedalar até a ilha também.

Na Segunda deixei tudo pronto para sair na terça de manhã bem cedo, mas sabe como são essas coisas… bem cedo acabou virando 11 da manhã. Eu ja tinha deixado meus alforjes prontos e tudo embalado na Segunda a noite e na Terça acordei habitualmente cedo como se fosse para trabalhar, mas um número de pequenas coisas me atrapalharam  a começar o pedal mais cedo. Eu também comecei a pensar em coisas que eu poderia sentir falta caso o tempo mudasse e resolvi reorganizar o conteúdo nos alforjes (foi um erro) que ja estavam cheios (depois que terminei não consegui nem achar espaço para meu sanduiche de presunto e queijo que queria comer no caminho). Eu novamente exagerei, mas as razoes que justificaram o exagero pareciam fazer sentido antes de eu sair. A primeira parte da pedalada eu ja tinha bastante familiaridade, passando pela vila de Crowthorne, depois pela pequena cidade de Sandhurst (onde fica a famosa escola militar) em direção a Farnborough (onde acontece todos os anos a famosa feira de aviação) pela ciclovia ao longo do rio Blackwater (Blackwater Valley Path). Eu recomendo essa parte do pedal para todo mundo pois é um pedal tranquilo ao longo do pequeno rio com muita vegetação e lagos dos  dois lados. Muito apropriado para um pedal em família. Deve se apenas observar que a ciclovia é de chão batido por isso, por isso pode ficar meio barrenta depois de uma chuva forte.

Picture of the bicycle, half way there
Metade do caminho…

Ao me aproximar de Farnham, o rio Blackwater corre para o norte e meu destino era sul, por isso tive que deixar a ciclovia e pegar a estrada, que inicialmente tinha bem pouco trafego de veículos, mas depois de Farnham Google Maps indicou que eu devia entrar na A325 onde o trafego era bastante intenso, não apenas de veículos de passeio, como também de caminhões. Se você for pedalar nesta estrada vicinal, seja muito cuidadoso e certifique-se que sua bike tenha espelhos retrovisores de maneira que estejas ciente dos veículos que estão vindo atrás.

A A325 não é uma estrada principal de forma que não existe muito espaço de acostamento e na maioria do tempo terás que pedalar no pavimento de rodagem e muitos veículos as vezes vem em alta velocidade. Definitivamente não é um lugar para pedalar com as crianças. O trafego se mantive intenso até o ponto onde cheguei próximo da A3, que a pesar de ser uma rodovia maior tem em parte ciclovias as suas margens.

Ao entrar na A3 eu notei que a camera estava desligada. Esqueci de ligar ela ao sair de casa e meu planejamento de criar um video mostrando o pedal inteiro foi por agua abaixo.

O video abaixo é desse ponto em diante até a chegada no Hover Port. Sao umas 3 horas e meia de pedal comprimidas em 5 minutos (fotos tiradas a cada 5 segundos).

Depois de alguns quilômetros beirando a A3, o Google Maps me instruiu a atravessar e pegar umas ruazinhas rurais bem estreitas por onde passam apenas 1 veículo por vez, mas de baixo trafego. Um dos problemas que se encontra quando se confia exclusivamente em tecnologia para navegar o caminho é a dependência de sinal de celular e acesso a internet e a menos que os map tenha sido armazenado na memória do celular (cached) você também perde a navegação. Foi exatamente isso que aconteceu nessas estradinhas rurais, quando reparei que o Google Maps não estava mais indicando o caminho e eu não sabia qual direção pegar na próxima encruzilhada.

Obviamente, como de acordo com a lei de Murphy, eu peguei a errada, mas por sorte nao demorou muito para que eu notasse que estava indo na direção errada e o sinal voltou pouco depois no topo de um morro. Se você fizer um “zoom” no mapa acima você perceberá o pequeno “calombo” de aprox. 2 Km depois de cruzar a A3.

Muddy Path
Pé na lama

Para corrigir este erro o Google indicou que eu devia pegar o que na Inglaterra é conhecido como “Bridal Path”, que são caminhos usados por pedestres, cavaleiros e ciclistas apenas, que com frequência por causa dessa mistura de usuários se transformam em grandes lamaçais o que não é legal se você está pedalando em uma bicicleta com 20 Kg de carga no bagageiro. Por sorte apenas alguns metros eram ruins com muita lama o resto estava seco e ciclavel.

Sunset
Por do sol em Portsmouth

A medida que me aproximava de Porthsmouth, em uma região chamada Cosham, o sol começou a ser por e justamente onde existe uma bela ciclovia ao longo dos canais de entrada da baia. Foi um trecho muito legal, a pesar do forte vento frio. O resto do pedal no sentido a porto do Hovercraft cruzou praticamente pelo centro de Porthsmouth, mas em sua maioria existiam ciclovias seguras, com apenas alguns trechos a serem pedalados em ruas.

Cycleways around Portsmouth
Varias ciclovias em Portsmouth

Nesse momento a noite já estava caindo e por sorte escapei da hora do “rush” de Porthsmouth. O serviço de translado por Hovercraft para ilha é bem frequente. A cada 15 ou 30 minutos sai uma embarcação, por isso nao precisei esperar muito. Foi o tempo necessário para retirar os alforjes e bolsas da bicicleta que foi carregada na embarcação pelas funcionários da empresa e chegou do outro lado sem problema algum. Levei um tempinho para encontrar o “B&B” onde iria ficar hospedado, mesmo estando bem próximo ao porto em Ryde, pois ao programar o endereço no Google Maps sem querer foi selecionado o trajeto por carro e o B&B ficava em uma rua de mão única, contraria a minha direção, fazendo com o que Google Maps me indicasse uma grande volta para chegar até lá Foi um bom desafio para mim, por causa das condições não ideais do tempo. Ventou muito forte, chuva e até chuva de granizo enquanto eu pedalava, mas foi legal mesmo assim.

Eu não recomendo esse pedal para iniciantes.

Obrigado por ler meu post. Abaixo mais algumas fotos do dia de pedal.

Light at the end of the Tunnel
Sempre ha uma luz no fim do tunel.
Hovercraft
Embarcando no Hovercraft a sentido de Ryde

Translado para Ryde a bordo do Hovercraf.

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