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Caminho de Santiago: Dia 4 - De Viana para Santo Domingo de la Calzada

Church in Viana
Igreja Matriz em Viana

Demorou, mas saiu. Este post é sobre o 4o. dia da nossa peregrinação de bicicleta pelo caminho de Santiago que aconteceu no dia 28 de maio de 2015. Completamos esta etapa de 64.24 Km de Viana a Santo Domingo de la Calzada em 8h e 19m, dos quais 4h 54m foram em movimento.

Deixamos o Albergue pouco antes das 8 da manhã e estava um lindo dia de sol.

Entrance to the Albergue (hostel)
Entrada para o Albergue (Viana)

Assim como em dias anteriores não sabíamos ao certo onde iriamos parar neste dia. Estávamos tentando ma nter uma média de 60 Km por dia ou, se isso não fosse possível, parar por volta das 5 da tarde de forma a encontrar um albergue cedo suficiente com camas para escolher, tomar banho e sair para jantar mais cedo.

Stork´s Nest in the outskirts of Logroño.
Ninho de Cegonhas em Logroño

Estávamos perto de Logroño, a próxima grande cidade no Caminho. Os 5 Km iniciais foram na NA-111, com outros 3 Km pedalados em uma ótima ciclovia com um asfalto plano e largo (a “rua” vermelha que você pode ver no vídeo).

Logroño´s Cathedral
Catedral de Logroño

Ao chegarmos em Logroño, nós cruzamos a ponto sobre o rio Ebro para chegar ao centro da cidade e paramos rapidamente em um albergue que encontramos no caminho para pedir direções e carimbar nossas credenciais de peregrino. Depois disso procuramos por um lugar para tomar café da manhã e encontramos este ótimo e hospitaleiro café debaixo dos arcos da Calle Portales, chamado Calenda.

Breakfast at Calenda
Café da Manhã no Calenda

Enquanto estávamos esperando nosso café da manhã ser servido entramos em contato com a Paula através do Facebook Messenger, que, ao contrário de nós, havia pedalado até Logroño no dia anterior. Ela estava perto de onde estávamos. Foi um prazer revê-la e ter sua companhia durante nosso café da manhã. Depois do delicioso café, nós 3 caminhamos um pouco, empurrando as bicicletas, até ao escritório de turismo da cidade onde carimbamos mais uma vez nossas credenciais de peregrino. Na frente do escritório de turismo havia uma pequena feira de artesanato com música e muitos jovens.

Marcelino´s Hermitage
Eremita do Peregrino Passante, Marcelino.

De volta as nossas bicicletas, cruzamos Logroño pedalando juntos por outros 8 ou 9 Km até chegar ao eremitério do Marcelino (Ermita del Peregrino Pasante – Eremita do Peregrino Passante).  Cara muito legal o Marcelino. Eu recomendaria que se passarem por lá comprassem alguma recordação ou suvenir para ajudá-lo a manter o local.

Marcelino and me
Marcelino e eu

A pedalada até ao eremitério do Marcelino foi muito bonita, em parte em uma ciclovia compartilhada com pedestres e corredores que, devido ao grande número, exige cuidado ao se pedalar. A próxima parada foi na pequena cidade de Navarrete e para chegar lá pegamos uma mistura de estrada asfaltada, estrada de terra e trilhas. Em alguns lugares tivemos que puxar nossas bicicletas pois não havia condições de prosseguir pedalando. Em Navarrete paramos para descansar, tomar agua e comer algo. De Navarrete continuamos na NA-120 por outros 5 ou 6 Km onde pegamos uma estradinha de terra paralela a autoestrada A-12 por uns 2 ou 3 Km e daí dobramos a direita em direção a Ventosa. Depois de Ventosa tivemos que enfrentar umas trilhas de terra meio difíceis também. O engraçado é que esta trilha de terra nos levou de volta a estradinha de terra que estávamos pedalando ao longo da autoestrada A-12. Descobrimos que se tivéssemos continuado nesta estradinha de terra teríamos economizado uma boa distância e talvez não tivéssemos precisa empurrar as bikes. Neste dia pedalamos a maioria do tempo pelo mesmo caminho que os peregrinos a pé fazem, o que tem um certo apelo, mas em retrospecto, se tivéssemos ficado na NA-120 nós teríamos possivelmente chegado ao nosso destino mais cedo, a pesar de talvez ter que pedalar uns quilômetros a mais.

Hostel in Najera
Albergue em Najera

A próxima cidade foi Najera, onde paramos rapidamente em um albergue para carimbar nossas credenciais e descansar por uns minutos. Najera tem uma interessante formação rochosa, quase como que uma parede de pedra de um lado da cidade o que nos levou a algumas subidas em estradas de terra, que, entretanto, estavam em boas condições.

Rocky wall in Najera
Parede de pedra em Najera

Pela primeira vez começamos a ver sinais (a cada 5 Km) indicando a distância que faltava para Santiago. Eu tentei tirar uma foto em um deles (o que indicava 580 Km para Santiago). Esta região é marcada pelas plantações de oliveiras, que são os pequenos arbustos que vocês podem ver no vídeo.

580 Km to Santiago
580 Km para Santiago

Depois de Azofra o caminho foi essencialmente apenas em estradas de terra e ao se aproximar de Cirueña existe uma grande subida em que tivemos que empurrar as bicicletas por uma boa distância por causa das pedras e das condições da estrada. Com o sol a pino nas nossas cabeças e nenhuma sombra para se esconder essa subida não foi muito fácil.

Near Cirueña
Perto de Cirueña

Cirueña é pequena mas tem um grande e luxuoso (aparentemente) campo de golfe no qual o restaurante aceita peregrinos e oferece preços especiais (nós não paramos, mas o almoço estava indicado custar 6€ e o café da manhã 3€). Nós paramos rapidamente em um restaurante no centrinho do vilarejo para descansar um pouco e tomar um pouco de agua. Deixamos Cirueña pedalando na LR-204, uma estrada vicinal, que nos levou diretamente a Santo Domingo de la Calzada onde paramos para pernoitar. Quase que ao mesmo tempo que nós, a Paula também chegou em Santo Domingo e nos encontramos com ela ao chegarmos lá. Se tivesses combinado provavelmente não teria dado tão certo.

Bike Pilgrims are nothing new.
Bicigrinos não são novidade. Existem desde que bicicletas existem.

Paula, Fernando e eu pernoitamos no mesmo albergue, o da “Abadia Cisterciense“, administrado pelas irmãs do mosteiro de Nossa Senhora da Anunciação. O albergue é bem básico e os quartos pareciam ser meio apertados, com quartos nos quais era necessário passar por outros quartos para se chegar a eles. A edificação foi construída em 1609 tendo, portanto, mais de 330 anos, o que explica o design estranho. Os quartos que eu vi não tinham beliches, apenas camas. O custo do pernoite neste albergue é 5€.

Paula, Elenice and Fernando
Paula, Elenice e Fernando

Depois de nos assentarmos, tomar banho e tudo mais, a Paula, o Fernando e eu saímos para procurar um lugar para jantar. Foi no restaurante que encontramos com a Elenice, também de São Paulo. Depois da janta saímos, nós 4, para caminhar pela cidade. A Elenice estava fazendo o caminho a pé e por isso, infelizmente, não nos encontramos mais, mas continuamos a manter contato através do Facebook. Por incrivel que parece fiquei sabendo que a Paula e a Elenice acidentalmente se encontraram uma pequena cidade chamada São Paulo depois que retornaram da peregrinação. Mundo pequeno esse, não?

View of Santo Domingo´s Cathedral
Vista para Catedral de Santo Domingo

Se você visitar Santo Domingo, assegure-se de entrar na catedral pois ao lado do altar existe pequeno galinheiro com uma galinha e um galo vivos, o que pode parecer esquisito, até que você lê sobre a lenda da galinha que cantou depois de assada. Dizem que se o galo cantar ao voce entrar, o seu caminho será bem sucedido… 🙂

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Caminho de Santiago: Dia 3 - De Puente la Reina para Viana

Este post é sobre o 3o. dia da nossa peregrinação de bicicleta pelo caminho de Santiago.

Puente la Reina (The Queen´s Bridge)
Puente la Reina (Ponte da Rainha)

Antes de dar início devo avisar que o vídeo (Time-Lapse) inicia 2 Km após deixarmos Puente la Reina, onde havíamos parado no dia anterior. Eu achei que havia ligado a câmera ao sair do Albergue, mas descobri que não. Infelizmente o dia não iniciou com um “Time-Lapse” e sim com um “Memory-Lapse” 🙂

Completamos esta etapa de 63.67 Km de Puenta la Reina a Viana em 8h e 11m, dos quais 4h 55m foram em movimento.

Ao deixar o albergue enquanto estávamos arrumando a carga nas bikes conhecemos a Paula de São Paulo. Ela também estava pedalando o Caminho de Santiago, mas já estava na estrada a muito mais tempo, pois deu início a sua peregrinação na catedral de Notre Dame em Paris. Nós encontramos com ela várias vezes ao longo do caminho nesse dia e algumas outras vezes até Santiago de Compostela.

Fields near Cirauqui
Campos próximos a Cirauqui

Deixamos Puente la Reina por volta das 7:40 de manhã não sabendo direito onde iriamos parar nesse dia. O clima melhorou muito como podem ver e tivemos um lindo dia de sol o dia todo. Como em dias anteriores deixamos o albergue sem ter tomado café da manhã. Paramos 47 min mais tarde em um pequeno vilarejo chamado Cirauqui, aprox. 10 Km de Puente la Reina.

Poppies everywhere
Papoulas vermelhas em todo lugar

Na Espanha o café da manhã não é uma refeição grande. As pessoas geralmente só tomam uma xicara de café e comem uma torrada ou algum doce de massa folhada. Minha estratégia, no entanto, era a de comer apenas 1 vez por dia durante a pedalada e jantar mais cedo ao chegar no meu destino. Eu não gosto de pedalar logo após ter comido muito. Me sinto pesado e cansado e meu desempenho é ruim.

Depois do pequeno café da manhã continuamos pedalando na NA-1110 que foi a estrada que rodamos o dia inteiro, com exceção do percurso que eu fiz na trilha dos peregrinos depois que deixamos Irache, mas estou me adiantando.

Water Fountain in Estella
Chafariz de água em Estella

Ao chegarmos a Estella, após atravessarmos o rio Ega, decidimos entrar nessa cidade histórica para dar uma olhada em volta. Alguns minutos depois encontramos novamente com a Paula e tiramos algumas fotos juntos.

Paula, Fernando and Me in Estella
Paula, Fernando e eu em Estella

Pouco depois de deixar Estella chegamos em outro marco ao longo do caminho de Santiago: A vinícola conhecida como “Bodegas Irache” onde fica a famosa fonte de vinho. A vinícola fica ao lado do mosteiro de Irache que também é um marco ao longo do caminho.

Irache Monastery
Mosteiro de Irache

O mosteiro foi inicialmente utilizado como um hospital de peregrinos e entre 1615 e 1824 foi também uma universidade pontifica, a primeira Universidade do Reino de Navarra.

A pesar de ser chamada de fonte de vinho, o vinho não flui continuamente. Como em bebedouros de agua modernos você tem que pressionar um botão para o vinho tinto fluir. O vinho vem em temperatura natural e não foi muito do meu gosto.

Wine and Water fountains of Bodegas Irache
Fontes de Vinho e água das Bodegas Irache

Esse lugar está sempre cheio de gente tentando provar o vinho ou tirando fotos deles próprios e da fonte.

Depois de Irache, eu queria experimentar pedalar um trecho na trilha dos peregrinos que vão a pé, por isso Fernando e eu nos separamos. Eu peguei a trilha e ele continuou na estrada e combinamos nos encontrar mais tarde em uma cidade chamada Los Arcos.

Riding the walker´s path
Pedalando pelo caminho dos andarilhos

Os primeiros 2 Km foram ao longo de uma trilha estreita com vários graus de dificuldade dentro de uma floresta. Tive que empurrar minha bicicleta várias vezes por causa das grandes pedras e outros obstáculos. O legal é que a floresta cobria o sol forte e tornava muito agradável a pedalada.

Os 8 Km restantes foram em estradinhas de terra, cheias de pedras, areia e de maneira geral difícil de pedalar com uma bicicleta touring carregada. Infelizmente esse trecho também era em sua maioria subida levando a alturas de mais de 700 m em alguns lugares, o que é mais alto que a subida ao Alto del Perdón do dia seguinte. Se você for fazer o caminho pela trilha dos andarilhos, faça-o sabendo das consequências antes de você optar por ele.

Levei 1,5h para fazer apenas 10 Km até um vilarejo chamado Luquin, onde encontrei com o asfalto de novo. Outros 1.5 Km e eu estava de volta na estrada NA-1110 na qual eu decidi ficar pois achei que já havia sofrido o suficiente neste dia.

Los Arcos indeed
Los Arcos, de fato.

Para fazer os 10 Km que separavam este ponto de Los Arcos levou apenas 35 minutos.

Quando eu cheguei em Los Arcos, O Fernando e a Paula já estavam lá a algum tempo. Como meu café da manhã tinha sido pobre, eu estava faminto e a Paella do restaurante em que a Paula e o Fernando estavam sentados se mostrou irresistível 🙂

Paula and Fernando in Los Arcos
Paula e Fernando em Los Arcos

Ficamos ali quase 1h… comemos, conversamos, tomamos um monte de suco e um sorvete. Foi realmente uma parada muito agradável na companhia de um velho e um novo amigo(a).

Ao voltarmos para a estrada depois dessa ótima parada em Los Arcos nosso objetivo era dormir em Logroño, mas o dia tinha se tornado muito quente e com as subidas e descidas para Viana acabamos cansando bastante.

Church in Viana
Igreja Matriz em Viana

Chegamos em Viana pouco antes da 5 da tarde e tínhamos intenção de apenas carimbar nossas credenciais e seguir adiante. Porém, o escritório de turismo da cidade estava fechado e só abriria as 5:30. Resolvemos sentar um pouco para descansar a acabamos decidindo pernoitar lá mesmo.

View from the ruins of the San Pedro Church
Visão a partir das ruina da igreja de San Pedro.

Viana foi oficialmente fundada em 1219 com um claro objetivo defensivo contra o reinado de Castile. Se situa no topo de um morro e o layout urbano é de um quadrado fortificado, com ruas estreitas cercadas por parte de seus espessos muros medievais.. Nós caminhamos um pouco ao redor da cidade antes de nos dirigirmos para o albergue e uma das partes mais interessantes da cidade foram as ruinas de Igreja de San Pedro, que desmoronou em 1844 devido aos estragos causados durante 2 guerras entre 1808 e 1840.

Door to the ruins of the San Pedro Church
Porta das ruinas da igreja de San Pedro

Nós ficamos no albergue municipal, chamado Albergueira Andrés Muñóz que é bom e não estava cheio. Pagamos 8€ pelo pernoite. Haviam várias camas vazias no quarto em que dormimos. Ficamos no quarto de baixo, logo após a cozinha / sala de jantar. O quarto tinha 4 beliches com capacidade para 8 pessoas e tinha também armários de metal com chave que necessitavam uma moeda de 1€ para operar.

Entrance to the Albergue (hostel)
Entrada do Albergue.

O banheiro/toalete ficava logo ao lado do quarto e era limpo com uma boa ducha quente. As bicicletas ficaram na lavanderia. Haviam 2 maquinas de lavar roupa e uma de secar na lavanderia e aproveitamos para lavar roupa (eu acho que custou 4€ inc.. O sabão em pó). Havia WiFi gratuito no albergue e funcionava no nosso quarto, a pesar do sinal ser fraco.

View from Viana
Visão de Viana

Jantamos em um dos muitos restaurantes da cidade e pagamos 8€ pelo menu do peregrino, mas 3€ por um copo de cerveja uma vez que declinamos a oferta de vinho.

View from Viana
Visão a partir de Viana

Eu havia tomado muito sol durante o dia e acabei ficando com insolação (febre solar) naquela noite. Ao sair do restaurante a brisa fresca mais parecia como um vento ártico para mim, por isso enquanto o Fernando foi caminhar um pouco eu voltei imediatamente para o Albergue para navegar um pouco na internet antes de dormir.

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Caminho de Santiago: Dia 2 - De Roncesvalles para Puente la Reina.

Se você é do tipo de pessoa que não gosta de ler, eu facilitei as coisas para você. O vídeo abaixo é uma transcrição praticamente completa deste texto, com algumas pequenas diferenças. Fique a vontade, portanto, para assistir ao video e pular o artigo se você quiser.

Então você gosta de ler? Que bom para você pois eu menti… 🙂 Inclui mais informações no texto que no video. Para complementar a leitura adicionei alguns links para paginas que achei enquanto estava fazendo uma pesquisa para este artigo.

Leaving Roncesvalles
Deixando Roncesvalles

Completamos essa etapa no dia 26 de maio de 2015 e de acordo com meu Garmin levamos 8 horas e meia para completar os 80 Km que separam Roncesvalles, de onde partimos nesse dia, até Puente la Reina onde decidimos pernoitar. Comigo estava Fernando, meu parceiro na peregrinação.

Tendo feito apenas 30 Km no dia anterior nós queríamos nos puxar um pouco neste 2o. dia para nos aproximarmos da meta média de 60 Km por dia que havíamos estabelecido. Esta meta provou ser desnecessária mais tarde, mas tínhamos que considerar algum tempo de folga para o caso de termos problemas durante a jornada. Tínhamos também a intenção de pedalar até o Cabo Finisterra caso chegássemos em Santiago com tempo para isso.

Deixamos Roncesvalles pouco antes da 8 da manhã. Não sabíamos naquele momento exatamente onde iriamos parar nesse dia. Puente la Reina era uma das opções que estamos considerando, mas não queríamos nos ater a um plano rígido. O dia começou bastante chuvoso. De acordo com o Garmin a temperatura as 8 da manhã era de 12C caindo para 5C uma hora mais tarde à medida que começamos a subir o Alto do Erro. A temperatura máx. do dia foi de 19C por volta das 2:30 da tarde. Não estava necessariamente frio, mas com o vento era necessário vestir uma blusa de pedalar.

Alto de Erro, 801m.
Alto de Erro, 801m.

Roncesvalles está ainda situada em um ponto médio da montanha (Pirineus). Depois de uma descida total de uns 200m, com algumas subidas ao longo do primeiros 17 Km, começamos uma longa subida de 3 Km para chegar no Alto do Erro que está a 801m acima do nível do mar. Nós paramos lá por alguns minutos para tirar algumas fotos.

River Arga, crossing Zubiri.
Rio Arga em Zubiri.

Eu tinha comido apenas uma banana e uma barra de cereais ao sair de Roncesvalles. Isso se tornou mais ou menos normal para mim durante toda a jornada, com uma parada para café da manhã 1 ou 2h depois ao longo caminho. Depois de sairmos do Erro pedalamos outros 7 Km e decidimos parar para comer em Zubiri, um lindo vilarejo. Este foi o local onde encontramos com o Rio Arga pela primeira vez que flui por quase 20 Km em paralelo com a estrada até Pamplona.

Tortillas de Patatas (Potato Omelet)
Tortillas de Patatas (Omelete de Batatas)

Pela quantidade de albergues e hotéis que vi para um lugar tão pequeno, aparentemente o vilarejo vive exclusivamente do turismo promovido pelos peregrinos. Meu café da manhã incluiu 2 fatias de um delicioso omelete com batatas (Tortillas de Patatas) alguns croissants e um rolo de chocolate acompanhado de café e suco de laranjas espremido na hora. Tem muitas coisas do caminho que eu sinto falta

Zubiri viewed from the Stone bridge
Zubiri visto da Ponto de Pedra

agora, mas o suco de laranja fresquinho, espremido na hora, é uma das coisas que estão no topo da lista. Na Inglaterra isso simplesmente não existe e até mesmo em lugares que oferecem sucos de laranjas naturais o sabor não chega nem perto ao das laranjas espanholas, doces e pouco acidas. De barriga cheia fizemos uma pequena caminhada até a antiga ponte sobre o rio Arga e tiramos algumas fotos. Também carimbamos nossa credencial de peregrino e continuamos seguindo em direção a Pamplona.

River Arga on the outskirts of Pamplona
Rio Arga nos suburbios de Pamplona

Seguimos ao longo da estrada N-135, ou “carretera” como dizem em espanhol, até próximo a Pamplona onde pegamos uma ciclo faixa ao longo do rio. O Arga também cruza uma parte de Pamplona. Ao chegarmos próximos a Pamplona paramos por um minuto para contemplar as cenas serenas que o rio proporcionava e tirar algumas fotos.

Bull running Monument (Encierro)
Monumento à corrida de Touros (Encierro)

Nossa passagem por Pamplona foi muito rápida. Pamplona é a cidade onde a famosa corrida de touros ocorre, também chamada de Encierro. Em Pamplona nós apenas paramos por alguns minutos no centro para tirar fotos junto ao monumento da corrida de touros e no escritório do peregrino para carimbar nossas credenciais. Neste ponto da nossa jornada nós estávamos com um pouco de pressa e não queríamos nos ater a um lugar por muito tempo. Nós também sabíamos que iriamos voltar a Pamplona pois era lá que iriamos ter que devolver o carro de aluguel que havíamos reservado para o retorno de Santiago.

The Citadel in Pamplona
A Cidadela de Pamplona

Nós cruzamos a cidade e nos perdemos um pouco no parque onde fica a Cidadela, mas isso nos permitiu tirar algumas fotos deste impressionante e antigo complexo militar. Ao deixarmos a cidade para cenas mais rurais nós encontramos com um ciclista local que nos aconselhou a não subir o “Alto del Perdón” (Morro do Perdão) pelo caminho dos andarilhos. O Alto del perdon é um grande marco ao longo do caminho de Santiago. A companhia

Alto del Perdón
Alto del Perdón

que opera as turbinas de vento nesta montanha instalou uma séria de esculturas em bronze homenageando os peregrinos que por lá passam. A rota pela estrada é uns 4 Km mais longa que pelo caminho dos andarilhos. Apesar de eu entender perfeitamente porque Fernando estava relutante em pegar o caminho dos andarilhos eu confesso que fiquei um pouco desapontado. Eu só entendi o tamanho da dificuldade ao chegar no topo e ver outros peregrinos empurrando suas bicicletas. Para chegar ao Perdon pegamos a NA-6004, dobramos a esquerda na NA-1110, na direção de Astrain, que é paralela a autoestrada N-12 . A subida foi longa mais perfeitamente pedalavel, até mesmo quando você deixa a NA-1110 para pegar a NA-6056 que é a estradinha que sobe o morro ao longo das turbinas de vento.

Panoramic View from Alto del Perdón
Visão panorâmica do Alto del Perdón

Eu acredito que a chegada ao topo do Perdão provem ao peregrino a primeira grande sensação de realização. A altitude registrada pelo Garmin foi de 683m o que de longe não é a mais alta montanha do caminho, mesmo assim, talvez por ser tão famoso ou pela longa subida, algo nesse local causou uma grande impressão em mim e em ambas os lados da vista.

Alto del Perdón
Alto del Perdón

De um lado vê-se a cidade de Pamplona ao longe e do outro tem se uma maravilhosa vista do vale onde Puente la Reina está situada. As vistas são magnificas, mas eu acho que as imagens valem mais que mil palavras. Ah, e se por sinal você estiver se perguntando porque existem tantas turbinas de vento na Espanha o barulho que você vai escutar em um momento deve ajudar a explicar porque. Como diz o ditado, tudo que sobe desce, não é uma surpresa que depois do Perdão você encara uma longa descida. A estradinha pela qual subimos ao longo das turbinas é meio esburacada e requer cuidados, as depois que você chega a perfeita pista de rodagem da estrada principal dá para soltar a bicicleta com confiança. De fato, foi neste trecho que registrei a velocidade mais alta em uma bicicleta de todo o caminho e provavelmente de toda minha vida: 74.8 Km/h de acordo com meu Garmin. Uma grande adrenalina.

Arriving in Puente la Reina
Chegada em Puente la Reina

A distância entre o Alto del Perdón e Puente la Reina é de aprox. 10 Km e é na sua maioria descida por isso chega-se a Puente la Reina relativamente rápido. Que graciosa esta pequena cidade é… e seu marco principal: A ponte românica sobre o rio Arga (sim, o mesmo que cruza Pamplona). A ponte foi construída por ordem da rainha Mayor (por isso o nome “Puente la Reina” ou Ponte da Rainha) para permitir que os peregrinos cruzassem o rio em segurança.

Puente la Reina (The Queen´s Bridge)
Puente la Reina (Ponte da Rainha)

Nos pernoitamos no “Albergue de peregrinos de los padres reparadores” que custou apenas €5. O albergue é bem simples e se você foi do tipo chato você pode ter problemas com os banheiros/chuveiros e com o fato que existem pouco tomadas nos quartos o que causa um pouco de conflito entre aqueles que querem carregar seus celulares e outras engenhocas. Um peregrino deixou seu telefone carregando no banheiro úmido ficou lá por quase 1h enquanto o telefone carregava, algo que eu nunca faria.

Puente la Reina
Puente la Reina

No dia seguinte, ao deixarmos o albergue, encontramos com a Paula pela primeira vez. A Paula é de São Paulo e também estava fazendo o caminho de bicicleta com a diferença que ela havia partido da catedral de Notre Dame em Paris. Bom, por hora é isso. Tentarei produzir um artigo por semana. Apesar de eu estar me beneficiando do exercicio de escrever tudo em tres idiomas não tem sido fácil encontrar tempo de fazer isso. Eu vou completar esse série sobre o Caminho nos 3 idiomas que me propus escrever, mas no futuro talvez venha me concentrar a escrever apenas em Inglês.

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Caminho de Santiago: Dia 0 e 1 - Bracknell para Saint Jean Pied de Port e Roncesvalles

 

Este é o primeiro post referente a minha peregrinação do Caminho de Santiago. Eu pretendo escrever pelo menos 1 para cada dia da peregrinação. Decidi incluir neste post algumas informações sobre o “Dia Zero” do caminho. Estou chamando de dia zero o dia que viajamos de carro da Inglaterra para a França. Talvez outras pessoas na Inglaterra possam se beneficiar desta experiência também (mas se não, eu simplesmente perdi meu tempo então). Sinta se a vontade para rolar o texto para baixo e começar direto do dia 1 se quiser. Também estou tentando algo novo para mim: Narração em voz durante o vídeo. Isto, definitivamente, está me tirando da minha zona de conforto, portanto pega leve.

Dia 0, Domingo, 24 de maio de 2015

Partimos de Bracknell por volta das 5:30 da manhã pois tínhamos que embarcar no trem das 7:30 para fazer a travessia pelo Eurotúnel. Todos os detalhes estão no vídeo abaixo:

Levou o dia inteiro para chegarmos a Saint Jean. Chegamos em Biarritz por volta das 20:00 h e em Saint Jean por volta das 21:00h. Uma jornada de mais de 15h dirigindo. Apesar que na maioria do tempo foi o Fernando que dirigiu, eu estava exausto. Dirigir não é mais para mim uma atividade tão prazerosa, como costumava ser no passado. Saint Jean Pied de Port foi onde demos início ao que é conhecido como Caminho Frances de Santiago, o qual se tornou popular nas ultimas centenas de anos por causa dos conflitos no norte da Espanha. O caminho pelo Norte hoje é conhecido como Caminho Primitivo. O caminho Frances tem algo como 820Km de extensão, dependendo da rote que você pega (caminho dos andarilhos ou estradas) e não levando em consideração possíveis distancias a mais que tenhas que percorrer se você se perder. Nós ficamos hospedados no albergue Gite Ultreia. O albergue é simples, mas cordial. Bernard, nosso hospedeiro fez nos sentirmos em casa. As camas eram confortáveis, tinham lençóis limpos e o albergue oferecia um cobertor de lã (a maioria não oferece, por isso é imprescindível levar seu próprio saco de dormir, mesmo que não venhas a acampar). O preço do pernoite foi 22€ inc. café da manhã, com reserva feita a partir da Inglaterra. Com exceção do albergue que nos hospedamos no primeiro dia que chegamos em Santiago esse foi o mais caro que pagamos. O albergue fechava as 22:00h (como a maioria), desta forma deixamos nossas bicicletas e bagagens lá e fomos procurar algo para comer. Felizmente havia um bar bem em frente, mas a cozinha deles já havia fechado. Tudo que tinham para oferecer era um sanduiche de presunto Bayonne (um tipo de presunto Ibérico), que honestamente não estava muito bom, pois tinha um monte de pedaços de ossos no meio, mas foi o suficiente para acalmar a fome. No nosso quarto haviam 4 camas e nós compartilhamos o espaço com uma senhora Brasileira do Rio e um senhor da Austrália. De barriga cheia fomos direto para cama, com o alarme programado para 6 da manhã do dia seguinte.

Dia 1, Segunda, 25 de maio de 2015

Se você chegou a ler um de meus artigos anteriores, você saberá que eu normalmente deixo a câmera rolando, tirando fotos a cada 5 segundos, para produzir um curto vídeo da pedalada depois. Essa também era minha intenção durante a peregrinação e consegui fazer isso todos os dias, exceto no primeiro dia. Na verdade, a câmera fotografou o 1o. dia da jornada, mas por uma bobeira perdi todas as fotos da câmera neste dia 🙁

O vídeo abaixo é uma compilação das fotos que fiz durante o dia com outra câmera e com meu telefone, assim como trechos gravados pela GoPRO na bicicleta do Fernando.

No dia seguinte o café da manhã incluiu além de café, vários tipos de pão, geleias e alguns bolinhos. Esteja você andando ou pedalando eu recomendo muito que leves contigo algo para comer no caminho, especialmente se você estiver fazendo a rota dos andarilhos.

Parking sorted
Estacionamento resolvido. Quando retornarmos o carro estava exatamente como gaviamos deixado.

Como iriamos deixar o carro estacionado em Saint Jean por 3 semanas, o Bernard recomendou que não o deixasse estacionado no centro da cidade. Ele nos falou sobre uma rua residencial bem tranquila e segura e que não teria problema deixar o carro estacionado lá. Ele estava certo! Ao retornarmos 3 semanas depois o carro estava exatamente como o havíamos deixado (com exceção das muitas folhas sobre o capo, pois eu havia estacionado em baixo de uma arvore – talvez algo que devesse ser evitado, mas estava pensando em proteção contra o sol).

The ancient stone wall that protected the town in medieval times.
O antigo muro medieval que protegia a cidade.

Depois de café tomado, estacionamento resolvido e os alforjes prontos e carregados na bicicleta o que era para ser cedo acabou se tornando 10 da manhã, entretanto ainda tínhamos que ir à oficina do peregrino para pegar nossas credenciais. Como tinha um pouco de fila 10 da manhã viraram 11 da manhã, incluindo uma rápida entrada na igreja para alguns minutos de orações.

Town Gate
Antigo portico da cidade

Achar o caminho para sair de Saint Jean foi fácil. A cidade é pequena e bem sinalizada. Pegamos algumas pequenas subidas no começo, mas a maioria dos primeiros 5 Km foram relativamente planos. Tendo visto comentários de pessoas que fizeram o caminho dos andarilhos de bicicletas, nós estávamos cientes que tínhamos que evitar e ir pela estrada. O caminho para quem vai a pé é cheio de pedras,

Old bridge over the river Nive
Antiga ponte sobre o rio Nive.

areia e obstáculos que dificultariam a subida mesmo para quem o fizesse com uma bicicleta vazia, quem diria para quem está com uma carregada. Talvez profissionais do ciclismo conseguissem subi-la com facilidade, mas não é o nosso caso. O vídeo abaixo é algo que encontrei no YouTube produzido por uma pessoa que subiu o caminho a pé e dá uma ideia da dificuldade (vídeo usado com permissão).

Desta forma resolvemos ir pela estrada, que presumivelmente é mais fácil comparado a alternativa, mas isso não significa que foi

Pushing my bike up the Mountain
Empurrando a bicicleta montanha acima.

fácil. Depois dos 5 Km iniciais a estrada é praticamente apenas subida com inclinações que podem variar de 5 a 15% em alguns lugares. Eu estimo que fomos capazes de pedalar (devagar) uns 80% do caminho e 20% tivemos que empurrar. Nós nos encontramos muitos peregrinos de bicicleta naquele dia, pois era feriado nacional na França o que foi vantajoso pois havia pouco trafego na estrada. O dia foi essencialmente nublado e parcialmente chuvoso. Encontramos com um grupo de ciclistas em bicicletas “speed” e sem alforjes (eles contrataram um taxi para levar as malas de cidade a cidade). Em uma dessas subidas encontramos com o Michael, que já vinha pedalando desde a Alemanha, e cujo destino também era Santiago e Finstere. Nós jantamos todos juntos naquela noite e cruzamos com o Michael várias vezes depois, durante o caminho.

Summit of Pass Ibañeta
Topo do Passo Ibañeta

De acordo com o GPS levamos pouco menos de 5h para pedalar 30 Km o que parece ser bem típico para quem está cruzando os Pirineus. Confesso que quando estava planejando eu esperava pedalar mais que 30 Km no primeiro dia, mas as subidas são muito difíceis e no momento que você chega a Roncesvalles você já está bem cansado.

Hostel in Roncesvalles (Albergue)
Albergue em Roncesvalles

O albergue em Roncesvalles é uma experiência que você não deve perder. É na verdade um magnifico prédio do século 12 com grandes Halls comprido com 120 camas, distribuídas em “alcovas” alcovas com 2 beliches cada, onde 4 peregrinos dormem. Cada peregrino tem a disposição um armário com chave (requer uma moeda de 1€), mas existem apenas 2 tomadas por

Hostel in Roncesvalles. Large halls with 120 beds (60 bunk beds)
Albergue em Roncesvalles. Grandes corredores com 120 camas (60 beliches)

alcova. Foi provavelmente o maior albergue que ficamos durante todo o caminho. O prédio foi recentemente renovado. A equipe de voluntários que estava trabalhando quando chegamos era composta de Holandeses. De tempos em tempos os grupos de voluntários trocam por isso você pode pegar equipes diferentes dependendo da época do ano.

Bunk bed in the hostel. 2 bunk beds by alcove or cubicle.
Beliche no albergue. São 2 beliches por “alcova” ou cubiculo.

Ao final do hall existem banheiros masculinos e femininos. No banheiro masculino I consegui ver apenas 3 toaletes a esquerda, um conjunto de 4 lavabos (pias) no meio e 3 chuveiros fechados a direita. Apesar de parecer pouco para 120 pessoas, eu não tive que esperar para usar estas dependências naquele dia. Apesar de não ter usado, estou ciente que o albergue também tem uma cozinha totalmente equipada e uma sala de jantar bem grande. Uma coisa que foi meio chata, não para mim, pois dormi a noite inteira, mas para o Fernando, meu companheiro de peregrinação, foi que de 1 em 1 hora um dos voluntários holandeses caminhava ida e volta a distância toda do Hall. Provavelmente queria se assegurar que todo mundo estava se comportando de maneira apropriada. O barulho dos seus passos acordou o Fernando várias vezes durante a noite e sono é algo muito importante para aqueles que vão caminhar ou pedalar o dia inteiro no dia seguinte.

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Janta no Restaurante do Peregrino. O menu do peregrino é 10€. É um cardapio de 3 opções (prato inicial, principal e sobremesa) e incl. vinho.

Nós jantamos no restaurante do peregrino ao lado do albergue e o menu do peregrino custou 10€. Tive pasta como entrada e o prato principal foi de peixe e batatas com um iogurte de sobremesa. Tudo servido com agua e vinho. Estava delicioso. Normalmente o menu do peregrino tem 3 opções a escolher de combinações entre entrada, prato principal e sobremesa. Roncesvalles é uma pequena vila e não existem muitas opções, mas existem mais alguns locais onde se pode fazer uma refeição.

Catholic Mass in the Roncesvalles Chappel.
Missa Católica na capela de Roncesvalles.

Depois do jantar fomos a capela assistir à missa que é celebrada em vários idiomas diferentes. O albergue também fecha as 10 e por volta das 11 praticamente todo mundo na está dormindo.

 

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Camino de Santiago: Não desistam... tá vindo.

Camino de Santiago
Camino de Santiago Imagem do Evento

Oi Pessoal,

eu sei que já tem um tempo que não escrevo nada aqui. Infelizmente ainda vai levar um tempo até que eu consiga me dedicar de maneira integral a escrever sombre minhas experiencias no Camino.

Só para dar uma idéia eu coletei mais de 90.000 (é sim, 90 mil) fotos durante as 3 semanas da peregrinação (a camera simplesmente ficou ligada o tempo todo tirando fotos a cada 5 segundos) e tambem várias horas de video gravadas entre mim e meu parceiro de peregrinação.

Apenas para separar o excepcional do trivial vai levar algum tempo. Depois disso vem os trabalhos de “storyboarding”, edição e criação de vídeo (inclindo os “time-lapse” videos), carregar tudo no YouTube e escrever os textos (que eu espero limitar a apenas algumas linhas).

Caso voce ainda não saiba, este blog, assim como minhas atividades ciclisticas são apenas o meu hobby. Eu não ganho nada para fazer isso (de fato, me custa até uma quantia substancial de dinheiro e tempo manter o blog). Esse trabalho não paga as contas, por isso quando eu retornei tive que me dedicar ao trabalho chato que paga.

Se isso não fosse tudo, eu sai para a peregrinação com vários artigos a serem publicados pela metade e alguns deles eu quero terminar antes que eu me dedique inteiramente a escrever sobre o Camino. Desculpas, desculpas e mais desculpas… (mas todas muito boas).

No momento eu estou terminando o “post” sobre o 3o. e último dia da viagem de bicicleta que fiz a Ilha de Wight, que eu havia começado antes de sair para a peregrinação. Eu tambem vou postar um video mostrando a mim (é assim que escreve?) pedalando na minha bicicleta reclinada, pois foi um pedido de um membro da familia que esta interessado neste tipo de bicicleta (e talvez seja interessabte para outras pessoas tambem, não sei). Estas são as coisas que estão vindo antes dos artigos sobre o Camino.

Nesse meio tempo, se voce estiver interessado, a Cacá Strina, outra peregrina que fez o caminho de bicicleta, postou uma séria de videos bem humoradas sobre a experiência dela.

O blog dela pode ser acessado aqui: http://www.cacastrina.com/?cat=38  (sugiro que voce se dirija ao “fundo” da pagina e comece pelo episódio 1. O episódio 6 esta no topo).

Bom, de qualquer maneira espero que este “post” explique que estou trabalhando nos artigos sobre o Camino, mas que vai levar ainda algum tempo até que o primeiro e demais sejão produzidos.

Não desistam! Eles virão….

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