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Caminho de Santiago: Dia 3 - De Puente la Reina para Viana

Este post é sobre o 3o. dia da nossa peregrinação de bicicleta pelo caminho de Santiago.

Puente la Reina (The Queen´s Bridge)
Puente la Reina (Ponte da Rainha)

Antes de dar início devo avisar que o vídeo (Time-Lapse) inicia 2 Km após deixarmos Puente la Reina, onde havíamos parado no dia anterior. Eu achei que havia ligado a câmera ao sair do Albergue, mas descobri que não. Infelizmente o dia não iniciou com um “Time-Lapse” e sim com um “Memory-Lapse” 🙂

Completamos esta etapa de 63.67 Km de Puenta la Reina a Viana em 8h e 11m, dos quais 4h 55m foram em movimento.

Ao deixar o albergue enquanto estávamos arrumando a carga nas bikes conhecemos a Paula de São Paulo. Ela também estava pedalando o Caminho de Santiago, mas já estava na estrada a muito mais tempo, pois deu início a sua peregrinação na catedral de Notre Dame em Paris. Nós encontramos com ela várias vezes ao longo do caminho nesse dia e algumas outras vezes até Santiago de Compostela.

Fields near Cirauqui
Campos próximos a Cirauqui

Deixamos Puente la Reina por volta das 7:40 de manhã não sabendo direito onde iriamos parar nesse dia. O clima melhorou muito como podem ver e tivemos um lindo dia de sol o dia todo. Como em dias anteriores deixamos o albergue sem ter tomado café da manhã. Paramos 47 min mais tarde em um pequeno vilarejo chamado Cirauqui, aprox. 10 Km de Puente la Reina.

Poppies everywhere
Papoulas vermelhas em todo lugar

Na Espanha o café da manhã não é uma refeição grande. As pessoas geralmente só tomam uma xicara de café e comem uma torrada ou algum doce de massa folhada. Minha estratégia, no entanto, era a de comer apenas 1 vez por dia durante a pedalada e jantar mais cedo ao chegar no meu destino. Eu não gosto de pedalar logo após ter comido muito. Me sinto pesado e cansado e meu desempenho é ruim.

Depois do pequeno café da manhã continuamos pedalando na NA-1110 que foi a estrada que rodamos o dia inteiro, com exceção do percurso que eu fiz na trilha dos peregrinos depois que deixamos Irache, mas estou me adiantando.

Water Fountain in Estella
Chafariz de água em Estella

Ao chegarmos a Estella, após atravessarmos o rio Ega, decidimos entrar nessa cidade histórica para dar uma olhada em volta. Alguns minutos depois encontramos novamente com a Paula e tiramos algumas fotos juntos.

Paula, Fernando and Me in Estella
Paula, Fernando e eu em Estella

Pouco depois de deixar Estella chegamos em outro marco ao longo do caminho de Santiago: A vinícola conhecida como “Bodegas Irache” onde fica a famosa fonte de vinho. A vinícola fica ao lado do mosteiro de Irache que também é um marco ao longo do caminho.

Irache Monastery
Mosteiro de Irache

O mosteiro foi inicialmente utilizado como um hospital de peregrinos e entre 1615 e 1824 foi também uma universidade pontifica, a primeira Universidade do Reino de Navarra.

A pesar de ser chamada de fonte de vinho, o vinho não flui continuamente. Como em bebedouros de agua modernos você tem que pressionar um botão para o vinho tinto fluir. O vinho vem em temperatura natural e não foi muito do meu gosto.

Wine and Water fountains of Bodegas Irache
Fontes de Vinho e água das Bodegas Irache

Esse lugar está sempre cheio de gente tentando provar o vinho ou tirando fotos deles próprios e da fonte.

Depois de Irache, eu queria experimentar pedalar um trecho na trilha dos peregrinos que vão a pé, por isso Fernando e eu nos separamos. Eu peguei a trilha e ele continuou na estrada e combinamos nos encontrar mais tarde em uma cidade chamada Los Arcos.

Riding the walker´s path
Pedalando pelo caminho dos andarilhos

Os primeiros 2 Km foram ao longo de uma trilha estreita com vários graus de dificuldade dentro de uma floresta. Tive que empurrar minha bicicleta várias vezes por causa das grandes pedras e outros obstáculos. O legal é que a floresta cobria o sol forte e tornava muito agradável a pedalada.

Os 8 Km restantes foram em estradinhas de terra, cheias de pedras, areia e de maneira geral difícil de pedalar com uma bicicleta touring carregada. Infelizmente esse trecho também era em sua maioria subida levando a alturas de mais de 700 m em alguns lugares, o que é mais alto que a subida ao Alto del Perdón do dia seguinte. Se você for fazer o caminho pela trilha dos andarilhos, faça-o sabendo das consequências antes de você optar por ele.

Levei 1,5h para fazer apenas 10 Km até um vilarejo chamado Luquin, onde encontrei com o asfalto de novo. Outros 1.5 Km e eu estava de volta na estrada NA-1110 na qual eu decidi ficar pois achei que já havia sofrido o suficiente neste dia.

Los Arcos indeed
Los Arcos, de fato.

Para fazer os 10 Km que separavam este ponto de Los Arcos levou apenas 35 minutos.

Quando eu cheguei em Los Arcos, O Fernando e a Paula já estavam lá a algum tempo. Como meu café da manhã tinha sido pobre, eu estava faminto e a Paella do restaurante em que a Paula e o Fernando estavam sentados se mostrou irresistível 🙂

Paula and Fernando in Los Arcos
Paula e Fernando em Los Arcos

Ficamos ali quase 1h… comemos, conversamos, tomamos um monte de suco e um sorvete. Foi realmente uma parada muito agradável na companhia de um velho e um novo amigo(a).

Ao voltarmos para a estrada depois dessa ótima parada em Los Arcos nosso objetivo era dormir em Logroño, mas o dia tinha se tornado muito quente e com as subidas e descidas para Viana acabamos cansando bastante.

Church in Viana
Igreja Matriz em Viana

Chegamos em Viana pouco antes da 5 da tarde e tínhamos intenção de apenas carimbar nossas credenciais e seguir adiante. Porém, o escritório de turismo da cidade estava fechado e só abriria as 5:30. Resolvemos sentar um pouco para descansar a acabamos decidindo pernoitar lá mesmo.

View from the ruins of the San Pedro Church
Visão a partir das ruina da igreja de San Pedro.

Viana foi oficialmente fundada em 1219 com um claro objetivo defensivo contra o reinado de Castile. Se situa no topo de um morro e o layout urbano é de um quadrado fortificado, com ruas estreitas cercadas por parte de seus espessos muros medievais.. Nós caminhamos um pouco ao redor da cidade antes de nos dirigirmos para o albergue e uma das partes mais interessantes da cidade foram as ruinas de Igreja de San Pedro, que desmoronou em 1844 devido aos estragos causados durante 2 guerras entre 1808 e 1840.

Door to the ruins of the San Pedro Church
Porta das ruinas da igreja de San Pedro

Nós ficamos no albergue municipal, chamado Albergueira Andrés Muñóz que é bom e não estava cheio. Pagamos 8€ pelo pernoite. Haviam várias camas vazias no quarto em que dormimos. Ficamos no quarto de baixo, logo após a cozinha / sala de jantar. O quarto tinha 4 beliches com capacidade para 8 pessoas e tinha também armários de metal com chave que necessitavam uma moeda de 1€ para operar.

Entrance to the Albergue (hostel)
Entrada do Albergue.

O banheiro/toalete ficava logo ao lado do quarto e era limpo com uma boa ducha quente. As bicicletas ficaram na lavanderia. Haviam 2 maquinas de lavar roupa e uma de secar na lavanderia e aproveitamos para lavar roupa (eu acho que custou 4€ inc.. O sabão em pó). Havia WiFi gratuito no albergue e funcionava no nosso quarto, a pesar do sinal ser fraco.

View from Viana
Visão de Viana

Jantamos em um dos muitos restaurantes da cidade e pagamos 8€ pelo menu do peregrino, mas 3€ por um copo de cerveja uma vez que declinamos a oferta de vinho.

View from Viana
Visão a partir de Viana

Eu havia tomado muito sol durante o dia e acabei ficando com insolação (febre solar) naquela noite. Ao sair do restaurante a brisa fresca mais parecia como um vento ártico para mim, por isso enquanto o Fernando foi caminhar um pouco eu voltei imediatamente para o Albergue para navegar um pouco na internet antes de dormir.

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