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Caminho de Santiago, Dia 11: El Acebo de San Miguel para Las Herreiras
Bem-vindo ao post sobre o 11o. dia da nossa peregrinação de bicicleta pelo caminho de Santiago no dia 4 de junho de 2015. Completamos esta etapa de 61,89 Km de El Accebo de San Miguel para Las Herrerías em 6h e 12m, dos quais 3h 58m foram em movimento.
Deixei o albergue de 5 estrelas “La casa del peregrino” por volta das 8 da manhã, como de habito. Como de habito também, o Fernando já havia deixado o albergue 1 hora antes. De acordo com meu Garmin, El Acebo está situado a uma altitude de 1130m e em um período de apenas 15 min eu desci quase que 500 m de altitude e cobri mais de 10 Km de distância. A única coisa que me impediu de pedalar ainda mais rápido foram as constantes curvas fechadas na estrada, uma das quais quase me “traiu” me forçando a ir para a pista contraria da estrada. Graças a Deus não havia trafego no sentido contrário, senão poderia ter sido um problema. Em Molinaseca a altitude se nivelou e se manteve mais ou menos constante durante toda a pedalada nesse dia.
Ao chegar no vilarejo de Molinaseca, parei apenas por alguns instantes para tirar algumas fotos sobre a antiga ponte de pedra sobre o rio Meruelo, que foi construída nos tempos Romanos.
A próxima cidade foi Ponferrada. Ao chegar no centro da cidade encontrei o Fernando tirando fotos. Esta cidade tem uma interessante mistura de novo com antigo e teria valido a pena se pudesse ter ficado um dia lá. Acredito que uma das maiores atrações na cidade é o antigo castelo dos templários.
Ele está muito bem preservado e é uma estrutura medieval muito impressionante, tendo todas as características que se pode esperar de um castelo fortificado dessa época.
Fernando e eu fizemos uma parada para o café da manhã em um dos restaurantes em frente ao castelo.
Depois de Ponferrada, pedalamos através de pequenas cidades e vilarejos como Camponaraya, Cacabelos, Pieros e Villafranca del Bierzo, onde paramos novamente por uns 15 min para descansar um pouco e comer e beber algo.
Villafranca del Bierzo é uma antiga cidade medieval com uma arquitetura muito interessante. Destaque para o Castelo de Villafranca, a igreja San Juan e outros prédios religiosos como o colegiado de Santa Maria e os conventos, assim como a estreita ponte sobre o rio Burbia que oferece uma bela paisagem da cidade.
A rota então seguiu por um caminho tortuoso, como uma serpente, na estrada N-VI que permeia a magnifica autoestrada A-6 (Autovia del Noroeste), cruzando por baixo da autoestrada várias vezes. Com muitos tuneis e grandes pontes sobre os vales abaixo, cujas pilastras de sustentação são bastante visíveis a partir da estrada que estávamos, a N-VI.
Esta estrada também segue ao longo do pequeno rio Valcarce que empresta seu nome a vários vilarejos e cidades ao longo do caminho. A N-VI tem uma ciclo-faixa compartilhada com pedestres e protegida por um muro de concreto. Ao pedalar por esse trecho a medida que olhava para o rio logo abaixo e a exuberante vegetação nas suas margens me veio à cabeça que as pessoas que atravessam essa região a 120 Km/h na autoestrada acima não fazem nem ideia da beleza natural que está logo abaixo deles. Este tipo de experiência só é possível em formas mais lentas de transporte, como ciclismo, ou para aqueles que fazem o caminho a pé.
Ao longo desse caminho cruzamos por vilarejos ou pequenas cidades como Pereje, Trabadelo, La Portela de Valcarce, Ambasmestas, Vega de Valcarce, Ruitelán até chegarmos em Las Herrerías onde decidimos parar.
Las Herrerías é um pequeno vilarejo que fica antes da subido ao “El Cebreiro”, uma das montanhas mais desafiantes do caminho. Nós também já víamos ao longe uma tempestade se formando no horizonte, por isso fazia todo o sentido parar lá. Até onde eu sei existe apenas 1 albergue de peregrinos em Las Herrerías é o nome é… Albergue Las Herrerías.
O pernoite no Albergue custou 8 € e o albergue pertence a uma jovem e agradável senhora que fala muitos idiomas (escutei ela conversando em Espanhol, Alemão, Inglês e Frances) e estritamente vegetariana. Ela oferece refeições no Albergue também, mas sem carne alguma.
Ela prepara a comida ela própria e não existe escolha (o menu é um só). Acredito que pagamos 12 € pela janta que teve sopa, um tipo de salada como prato principal e de sobremesa um pedaço de torta de cenoura que ela fez no mesmo dia. Estava delicioso, mesmo para quem, como eu, não é vegetariano. Acho que além do albergue existe apenas 1 outro local no vilarejo onde se possa fazer uma refeição.
O albergue tem essencialmente apenas 2 quartos na parte superior. Um grande quarto com algo como 10 beliches e um pequeno quarto separado para um par ou casal de peregrinos que custa um pouco mais (acho que 12 €). Na parte de baixo encontram-se as áreas sociais como uma pequena recepção, 2 banheiros / toaletes (limpos e com boas duchas), uma lavanderia com máquina de lavar e secar e a sala de jantar com uma mesa grande e uma pequena.
Depois de tomar um banho e lavar algumas peças de roupa a mão fui dar uma caminhada pelo vilarejo e tirei algumas fotos do riacho “Las Ramas” que passa ao longo da vila. Pouco depois veio a tempestade e um raio aparentemente deixou a vila inteira sem energia por mais de 1 hora. Gastamos o tempo conversando com os outros peregrinos de várias partes do mundo e jogando cartas. Foi uma noite muito agradável. A política “No Wi-Fi” do albergue funciona.
As pessoas deixam seus telefones celulares de lado a passam a conversar umas com as outras.
E assim encerramos o 11o. dia de peregrinação. Por favor deixe comentários, perguntas ou pelo menos indique se você gostou ou não ao clicar nas estrelas abaixo.
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EyeCycled agora é PRO! (de uma certa maneira, quer dizer...)
Caminho de Santiago, Dias 9 e 10: De Astorga para El Acebo de San Miguel
Bem-vindo a mais um post sobre nossa peregrinação de bicicleta pelo Caminho de Santiago. Este artigo é especial pois cobre 2 dias da nossa peregrinação, o nono e décimo dia (bem, essencialmente não houve peregrinação no 10o. dia). No dia 2 de junho de 2015 completamos a rota de 39.5 Km de Astorga para o vilarejo de El Acebo de San Miguel em 4h e 30m, dos quais 3h 21m foram em movimento. No dia seguinte, 3 de junho, resolvemos fazer uma pausa na peregrinação. Acordamos tarde e permanecemos praticamente o dia todo no Albergue com apenas uma pequena caminhada pelo vilarejo para almoço.
Dia 9: De Astorga para El Acebo de San Miguel.
Fui o último a deixar o albergue em Astorga nesse dia, nenhuma surpresa. Fernando já havia deixado a mais de 1 hora e eu sai uns 15 minutos depois do Marcelo e da Alice. Simplesmente levei mais tempo para arrumar as coisas na bike, mas e daí? Eu não estava com pressa.
Eu acho que a rota de Astorga a El Acebo foi uma das mais bonitas do Caminho. Foi meio desafiante em alguns trechos, uma vez que depois de Rabanal del Camino existe uma longa subida de 8 Km de extensão com uma altimetria de 500m (de 1000m em Rabanal até mais ou menos 1500m pouco antes da Cruz de Ferro), mas eu estou me adiantando novamente.
Logo após sair de Astorga na rodovia LE-142 passei por uma capela chamada “Ermita del Ecce Homo” (Capela de Jesus Cristo), uma casa do século 17 onde peregrinos podem descansar e encher suas garrafas de água.
Depois de Murias de Rechivaldo, deixei a rodovia para pegar um caminho de terra, o mesmo usado pelos peregrinos que andam a pé. O transito de peregrinos nesse trecho estava intenso o que me forçou a ir devagar, mas não precisei permanecer no caminho de terra por muito tempo. Depois de 3 Km encontrei com a rodovia vicinal LE-6304 e continuei no asfalto até a vila de Santa Catalina de Somoza.
Este trecho de terra foi provavelmente o maior de todos o dia (mais alguns outros que de tão pouca extensão não vale nem a pena mencionar). Depois de Santa Catalina de Somoza cruzei através do vilarejo de “El Ganso” seguindo na LE-6304 rumo a Rabanal del Camino, onde encontrei com Fernando e parei para beber e comer algo.
Poucos minutos depois chegaram o Marcelo e a Alice também e permanecemos ali mais algum tempo descansando e conversando. Foi nesse tempo que uma “figura” do Caminho passou por nós a pé. Eu não quem esse peregrino era e acredito que ele não caminhou o percurso todo até Santiago, pois o encontramos em outras ocasiões ao longo do Caminho e até mesmo ao chegarmos em Santiago, mas nas porções que ele caminhou ele o fez vestido como soldado templário e carregando uma grande bandeira nas costas. Isso deve explicar porque eu o chamei de “figura” do caminho antes.
Depois de Rabanal a longa subida, como mencionado, foi gratificada pela maravilhosa vista das montanhas e pelas multicoloridas flores e vegetação silvestres na beira da estrada. A subida é longa, mas não é muito inclinada, com exceção de um pequeno trecho uns 500m passando de Foncebadón, onde a inclinação aumenta para talvez algo em torno de 15%. Eu e Fernando tivemos que empurrar as bicicletas neste trecho, mas ele não é muito longo.
Depois de Foncebadón chegou a outro marco do Caminho de Santiago, a Cruz de Ferro. É um monumento que consiste de um poste de madeira de aprox. 10m com uma cruz de ferro no topo. Na sua base existe um monte de pedras que foi formado pelas pedras trazidas pelos peregrinos e lá deixadas ao longo dos anos. Diz a lenda que quando a catedral de Santiago estava sendo construída, os peregrinos eram solicitados a trazem uma pedra para contribuir na sua construção.
A tradição agora é trazer uma pedra da região de origem do peregrino e deixa-la lá, simbolizando as coisas que o peregrino quer deixar para trás na vida e o ato de nascer de novo ao longo do resto do percurso até Santiago.
Eu não trouxe nenhuma pedra comigo, mas acredito que deixei algo lá e ganhei a satisfação de ter alcançado esse local com as forças de minhas próprias pernas. Fernando e eu chegamos lá juntos e alguns minutos depois reuniram-se a nós o Marcelo e a Alice também.
Ficamos todos ali por um bom tempo, descansando, conversando e observando a chegada dos outros peregrinos ao local.
Depois da Cruz de Ferro o caminho foi de uma longa e prazerosa descida até El Accebo com vistas magnificas das montanhas ao longo do caminho.
Fernando e eu acabamos nos separando de Marcelo e Alice que pararam em Manjarin, provavelmente atraídos pela bandeira Brasileira e pelas muitas placas e sinais que ali estavam.
Ao chegarmos em El Acebo eu vi um cartaz anunciando um albergue que havia sido recentemente construído e as fotos no cartaz eram muito convidativas. Decidimos ir dar uma olhada no Albergue e ao chegarmos lá quase não acreditamos nos nossos olhos. Se existe algo como um albergue de peregrinos de 5 estrelas, com certeza este se qualifica, mas vou deixar as explicações para o texto sobre o dia 10.
O vídeo abaixo em uma compilação do trecho da subida até a Cruz de Ferro.
Video da vista a partir da Cruz de Ferro e testemunho do Fernando.
Dia 10: Sem pedal, só descansando na “La Casa del Peregrino“, um recém construído Albergue de “5 estrelas” no Caminho.
Bem, dadas as excelentes instalações desse albergue e o preço decidimos nos presentear com um dia sem peregrinação depois dos 520 Km que já havíamos percorrido até aquele ponto.
Nós sabíamos que podíamos nos dar esse presente tanto do ponto de vista financeiro quanto de tempo, pois ainda tínhamos 11 dias de férias pela frente e apenas mais 300 Km para percorrer até Santiago.
Até aquele ponto nos havíamos nos hospedado em Albergues de Peregrinos bem simples com pernoite custando entre 5 € a 22 € (o primeiro albergue em Saint Jean). A grande maioria custou entre 8€ a 10 €.
Neste albergue o pernoite também era 10 €, mas o custo benefício dele foi muito superior. Não deixou de ser um Albergue, no sentido de que os quartos eram coletivos com vários beliches em cada um deles, mas até isso foi especial.
Por 10 € você recebe em troca uma cama com sua luz individual e 2 tomadas de energia apenas para você (um luxo de comparado aos antigo Albergues que havíamos nos hospedado antes) assim como seu próprio armário (a recepção fornece a chave do armário).
Wi-Fi também está disponível e parece que cobre todo o Albergue (bom pelo menos nos lugares que tentei acessar, como no nosso quarto e nas áreas comuns, mas não na piscina).
Você também ganha as fantásticas vista do Albergue, serviço de lavanderia (a um custo de 4 € por máquina – existem também tanques de lavar roupa fora com grandes varais para secar), um pequeno supermercado na parte de baixo, playground infantil, uma grande churrasqueira, muitas áreas para sentar do lado e fora e apreciar a vista, assim como um bar, recepção permanente e, acredite se quiser, uma piscina “olímpica” com uma agua cristalina, mas muito fria, proveniente diretamente das montanhas.
As toaletes, banheiros, duchas estavam impecavelmente limpos, eram modernos e com uma ótima pressão de água quente. Tudo controlado eletronicamente, desde o fluxo de água até os sensores de presença e as chaves de luz sensíveis ao toque (é meu lado “geek” tomando conta agora).
O quarto em que pernoitamos tinha 4 beliches (8 camas), mas na primeira noite não precisamos dividir o quarto com ninguém. Na 2a. noite dividimos o quarto com mais 4 peregrinos.
Sem querer diminuir os albergues que havíamos pernoitado nas noites anteriores ao longo do Caminho, foi muito bom ficar em um local onde tudo era novinho e com todos os benefícios do século 21 a nossa disposição.
Quanto a comida… Assim como em outros locais, o menu do peregrino do Albergue oferecia 3 opções de refeição incluindo entrada, prato principal e sobremesa, tudo acompanhado por Pão, água e vinho. Acho que vou deixar as fotos falarem por si e simplesmente dizer que estava tudo delicioso. Por 10 € a qualidade desta refeição é provavelmente imbatível em qualquer lugar do mundo.
Neste dia sem pedalar acordamos tarde e subimos até o topo da vila caminhando (o Albergue se situa uns 200 m depois do vilarejo), rua abaixo.
O vilarejo de El Acebo de San Miguel é bem pequeno, com apenas poucas casas ao longo da rua principal.
As casas são muito antigas com algumas poucas parecendo estar em péssimo estado de conservação (simplesmente uma pilha de pedras, na verdade). Caminhamos até ao topo do vilarejo, junto a fonte de água, e almoçamos em um local chamado “La Tienda”, que também oferece quartos a peregrinos. Como muitos outros vilarejos ao longo do Caminho de Santiago, El Acebo é extremamente dependente do turismo gerado pelos peregrinos e provavelmente durante o período de alta estação o número de peregrinos que permanece ali é muito superior ao número de habitantes.
Bem, aqui se encerra o relato do 9o. e 10o. dias da nossa peregrinação. Por favor compartilhe a página no Facebook, Twitter, etc e deixe comentários e perguntas ou pelo menos indique se você gostou ou não ao clicar nas estrelas abaixo (depois das fotos).
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Caminho de Santiago, Dia 8: De León para Astorga
Camino de Santiago, Day 8: From León to Astorga [GPX File]
Bem-vindo ao post sobre o oitavo dia da nossa peregrinação de bicicleta pelo caminho de Santiago no dia 1o. de junho de 2015. Completamos esta etapa de 50 Km León para Astorga em 4h e 35m, dos quais 3h 22m foram em movimento.
Deixei o albergue as 8 da manhã e resolvi pedalar até a catedral. Na verdade, eu não precisava pedalar até lá, mas eu queria dar uma última olhada nela. Ao chegar lá reparei que havia um casal de ciclistas olhando para um mapa e ao me aproximar deles notei que também eram brasileiros.
Marcelo e Alice são de Recife e também estavam fazendo o Caminho de Santiago de bicicleta. Conversamos por alguns minutos e decidimos juntos procurar a saída da cidade.
Pouco sabia eu naquele momento que eles completariam comigo e com Fernando a peregrinação. Nossa amizade se deu início naquele momento e se mantém até hoje graças a Internet.
León é uma cidade relativamente grande e levamos 1h e 20 min para chegar a La Virgen del Camino, que ainda faz parte da região metropolitana de León e se situa bem próximo ao aeroporto. Paramos em um local chamado Cafeteria Miravelles para tomar café da manhã e 50 min depois já estávamos de volta nas bicicletas pedalando na familiar estrada N-120 em direção a Astorga. Pedalamos nessa estrada o dia inteiro nesse dia, até chegarmos a Astorga.
Ao chegarmos no pequeno vilarejo de Valverde de la Virgen nos deparamos com algo interessante. A Espanha é cheia de torres de sinos (na falta de uma palavra melhor, pois não sei exatamente como se chamam estas estruturas). Em muitas dessas torres cegonhas brancas fazem seus ninhos.
Nesta em particular um peregrino havia resolvido passar a noite junto aos pássaros e havia acordado na hora que passávamos. Alguns peregrinos acampam durante toda peregrinação, sem usarem albergues ou hotéis uma única vez, especialmente aqueles que trazem consigo animais. Não sei se esse foi o caso daquele peregrino em particular, mas achei interessante a escolha que ele fez do local para passar a noite, se é que ele conseguiu dormir ali.
Depois de Valverde de la Virgen cruzamos por vários pequenos vilarejos como San Miguel del Camino, Villadangos del Paramo e San Martín del Camino até chegarmos e mais um marco no Caminho de Santiago:
A ponte de pedra medieval do século 13 sobre o rio Órbigo, na cidade de Hospital de Órbigo, que deve seu nome devido ao antigo hospital de peregrinos que lá existia. A ponte parece ser muito grande para o tamanho atual do rio, mas antes da construção da represa de Barrios de Luna o rio tinha um grande afluxo de agua. A ponte tem 19 arcos e é bem preservada.
Nós fizemos um rápido pit-stop para descanso e agua depois de atravessarmos a ponte e continuamos na N-120 na direção de Astorga. O resto do caminho até Astorga ocorreu sem maiores acontecimentos.
Ao chegarmos em Astorga, o Marcelo e a Alice decidiram já ficar no Albergue municipal e eu fui ao centro da cidade para encontrar com o Fernando. Havíamos combinado de nos encontrarmos lá para prosseguirmos com a viagem juntos no dia seguinte.
Depois de encontrar com Fernando nós dois retornamos ao Albergue Municipal e ficamos em um quarto no mesmo andar em que estavam o Marcelo e a Alice.
Eu recomendo este Albergue. O pernoite custa 5 € e ele é limpo e bem organizado. A maioria dos quartos possui apenas 2 beliches (4 camas) e dividimos o nosso quarto com 2 peregrinos da Alemanha.
Esteja preparado(a) para subir muitas escadas se, como nós, você ficar hospedado no último andar (as bicicletas ficam no porão). A vista do nosso quarto era fantástica, no entanto. O albergue tem uma cozinha completa e uma lavanderia com um grande varal para secar roupas no jardim de trás.
Depois de tomar banho decidimos explorar a cidade. Astorga é muito legal, como uma arquitetura muito interessante. Eu sei que escrevi isso antes, mas Astorga é uma cidade pequena que transmite a sensação de cidade grande e que tem uma história muito antiga. Astorga foi fundado 875 antes de León e de acordo com a Wikipedia foram encontrados artefatos que datam de 2750 BC (antes de cristo). Os povos celtas locais, que se chamavam de os Astures e os Cantabri, habitam essa região por volta de 75 antes de cristo, e mais tarde em 146 antes de Cristo, Astorga se tornou um importante local Romano chamado Asturica.
Como em muitas cidades Espanholas, Astorga tem uma impressionante catedral, mas tem também um edifício intitulado Palácio Episcopal de Astorga que foi projetado e parcialmente construído por Gaudi, o mesmo arquiteto que projetou a famosa igreja da Sagrada Família em Barcelona. A edificação hospeda hoje em dia um Museu de Arte religiosa chamado “Museo de los Caminos”, dedicado inteiramente ao Caminho de Santiago.
Ao passearmos pelo centro da cidade, Marcelo, Alice, Fernando e eu decidimos não jantar em um restaurante naquela noite e assim compramos o alimento para cozinhar na cozinha do Albergue. O Marcelo é um grande “Chef” e é dono de vários restaurantes em Recife e, obviamente, um grande cozinheiro. Foi muito uma noite muito legal, preparando nossa janta e compartilhando histórias com os outros peregrinos que estavam no Albergue, tudo regado a um bom vinho de Galícia.
E assim encerramos o 8o. dia de peregrinação. Por favor deixe comentários, perguntas ou pelo menos indique se você gostou ou não ao clicar nas estrelas abaixo.
Pedal Noturno ao redor de Bracknell
Pedalada em volta de Bracknell com as crianças.
Pedalada de meados de Outono para Windsor
O maravilhoso Outono Britânico, com suas folhas amarelas, vermelhas e caindo no chão.
A última vez que gravei minhas pedaladas para Windsor era inicio do Outono e provavelmente ninguem assistiu tudo pois a gravação foi de mais de 1h, desta forma pensei que seria legal gravar o pedal de hoje, mas usando a técnica de intervalo fotográfico que comprime a pedalada inteira em apenas alguns minutos.
Para não ficar muito longo eu tambem separei os videos de ida para Windsor e retorno a Bracknell.
De Bracknell para Windsor
De Windsor para Bracknell
Fiz um caminho ligeiramente diferente hoje… um pouco mais rápido (por ruas e estradas).
Espero que gostem dos videos e se gostarem por favor curtam e compartilhem, ou pelo menos cliquem nas estrelas abaixo para eu ter uma idéia se esta valendo a pena produzi-los.
Obrigado pelo seu tempo!
Caminho de Santiago, Dia 7: De Calzadilla de la Cueza para León
Camino de Santiago, Day 7, Calzadilla de la Cueza to León [GPX File]
Bem-vindo ao post sobre o sétimo dia da minha peregrinação de bicicleta pelo caminho de Santiago no dia 31 de maio de 2015. Completei esta etapa de 81 Km do pequeno vilarejo de Calzadilla de la Cueza para a cidade de León em 6h e 24m, dos quais 5h 16m foram em movimento.
Deixei o albergue as 8 da manhã como de costume. Os primeiros 18 Km na estrada N-120 foram sem maiores acontecimentos. Passei por outros vilarejos como Ledigos, Terradillos de los Templarios, San Nicolas del Real Camino em uma boa cadência.
Ao me aproximar de Sahagún, entretanto, imediatamente após cruzar o rio Valderaduey, eu vi uma das típicas setas amarelas que guiam os andarilhos e decidi segui-las, saindo da estrada.
Poucos metros depois cheguei a um local onde havia uma pequena ponte levando a uma igrejinha chamada “Ermita de la Virgen del Puente” e neste ponto havia novamente uma seta amarela apontando em direção a igreja.
Eu não entendo até hoje o que me levou a ignorar a seta e seguir adiante. Este erro me custou um atraso de pelo menos 35 minutos e 7.28 Km pedalados para chegar a Sahagún ao invés de 2 Km se eu tivesse me mantido na estrada N-120.
É a prova que até mesmo durante uma peregrinação, se você deixar seu pensamento solto e não prestar atenção no que estava fazendo você vai pagar pelo erro com o suor do seu corpo.
Felizmente não existe erro que não possa ser corrigido e ao chegar a uma pequena estrada, a LE-6707, notei que estava errado e peguei a estrada para retornar a Sahagún. No ponto que a LE-6707 cruzava com a N-120 não havia nenhum ponto de entrada e por isso tive que adentrar a cidade para daí deixa-la de volta a N-120.
Esse não foi nem de perto o maior erro que cometi, mas isso é assunto para um Post futuro. Mesmo assim fiquei bem chateado com o erro.
Dessa forma fica aqui o alerta de que se você estiver baixando meus arquivos GPX com intenção de usa-los na sua peregrinação, lembre-se que ao cruzar o rio Valderaduey simplesmente continue pedalando na N-120 (se você estiver a pé aconselho seguir as setas amarelas para evitar as estradas).
Cerca de 5 Km depois que eu retomei a N-120 eu a deixei na direção de Calzada del Coto. No final do vilarejo eu tomei uma pequena estrada de terra que o Google Maps identifica como Via Trajana. Neste ponto não existem boas alternativas por estradas, pois a N-120 segue em direção ao sul (León é ao norte) e é proibido o trafego de bicicletas e pedestres na autoestrada (a autoestrada A-231 corre em paralelo a via trajana, alguns quilômetros ao sul).
Aproximadamente 9 Km depois, por volta das 11 da manhã, cheguei ao vilarejo de Calzadilla de los Hermanillos a parei para tomar um café da manhã tarde ou um almoço adiantado, conforme preferir chamar.
Depois de Calzadilla de los Hermanillos pedalei por mais 4 Km em asfalto (o asfalto não estava em boas condições) até ao cruzamento com a LE-6620 onde voltei a tomar uma estrada de terra por mais 14 Km até o vilarejo de Reliegos.
Esses 14 Km foram meio chatos por causa do sol forte e das pedras no caminho que causavam muita vibração na bike e me faziam trocas de trilha de pneu com muita frequência na procura de um caminho com menos pedras. Foi em um desses momentos que eu parei por uns instantes pensando como essas trilhas são uma analogia as nossas vidas e decidi naquele momento capturar esses pensamentos em voz. A intenção era compartilhar os pensamentos em palavras escritas mais tarde, mas acabei decidindo por me expor e compartilhar a gravação original com vocês. Espero que não fiquem com a impressão que sou um tolo ao fazer isso. Houveram muitos momentos nessa peregrinação em que me emocionei e esta foi apenas um deles. A gravação, entretanto, está em Inglês.
Depois de Reliegos os 24 Km restantes até León foram em bom asfalto na LE-6615 e plano praticamente o percurso inteiro. Mesmo assim levei pouco mais de 2h para chegar a León pois estava me sentido cansado com a constante vibração causada pelas pedras e o sol forte.
Em León me hospedei no Albergue del Monasterio de las Benedictinas (Carbajalas) que custa 5€ por pernoite. O albergue é mantido por voluntários e você precisa ter sua credencial de peregrino para poder se hospedar. Ele é essencialmente uma grande sala dividida por paredes finas de plástico em espaços de 6 beliches cada.
O albergue tem 132 camas (ou 66 beliches) e o número de banheiros não pareceu ser suficiente. Em termos de higiene também deixou um pouco a desejar, mas foi aceitável.
Se você espera encontrar uma tomada para recarregar seus aparelhos eletrônicos, boa sorte. Não encontrei nenhuma próxima a minha cama e o lugar de alguma maneira não me inspirou confiança para deixar meus aparelhos longe. Existe WiFi na área da recepção do lado de fora, mas não há recepção dentro do quarto. Também não existem armários onde deixar seus pertences e tudo fica acumulado ao longo do corredor. Acredito que é possível que alguém pegue seus pertences por engano naquela confusão, mas felizmente não tive nenhum problema.
Eu jantei no restaurante da hospedaria que abre somente depois das 7 da noite. O menu do peregrino custou 9€ e a comida estava razoável (nada excepcional, entretanto).
Antes do jantar eu sai para caminhar pela cidade por 2 horas.
León é incrível. Eu me senti muito bem lá. Possui uma arquitetura gótica muito interessante e muitas flores pela cidade. Eu não entrei na catedral por acreditar que eu não estava vestido de maneira adequada e eu não queria desrespeitar os fiéis locais que estavam entrando na igreja para assistir à missa que ia começar. Do lado de fora, entretanto, a igreja é muito impressionante.
Eu vou adicionar, ao final deste post, algumas fotos da minha caminhada por León. O próximo vídeo é na praça da catedral ao tocar dos sinos que chamava os fiéis para a missa.
Bem, assim encero meu post sobre o dia 7 da minha peregrinação. Por favor deixe comentários, perguntas ou pelo menos indique se você gostou ou não ao clicar nas estrelas abaixo (depois das fotos). Às vezes fico pensando se não estou perdendo meu tempo ao produzir estes vídeos e escrever sobre minha peregrinação, mas aí observo que independente deles serem uteis para outras pessoas eles são úteis para mim próprio. É uma maneira que tenho de viajar de volta ao tempo e reviver esses incríveis momentos no caminho.
Fotos de León
A Casa Botines. Projetada pelo architeto Gaudi.
Antes da e-Bikes existiam as de petroleo.
Impressionante Catedral de León.
Vista lateral direita da Catedral
Chafariz na Plaza de Santo Domingo
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