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Caminho de Santiago, Dia 13: De Sarria para Palas de Rei

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Pinturas de parede na Igraje de Santa Maria, Sarria.

Bem-vindo ao post sobre o 13o. dia da nossa peregrinação de bicicleta pelo caminho de Santiago no dia 6 de junho de 2015. Completamos esta etapa de 50.57 Km de Sarria para Palas de Rei em 7h e 58m, das quais 4h 2m foram em movimento.

Este foi um belo dia de pedal na companhia de novos e velhos amigos. Marcelo, Alice e eu deixamos o albergue em Sarria por volta das 8:30 da manhã a procura de algum local para tomar café da manhã ao longo do caminho para sair da cidade. Estávamos empurrando nossas bicicletas na “Rúa Maior” e passamos ao lado de um café / restaurante chamado “La Taza Magica” (a Taça Magica) e decidimos ficar ali para o café da manhã. Fernando chegou uns 15 minutos depois vindo de Samos, onde ele havia pernoitado na noite anterior.

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Dr Guy Heron tirando uma selfie de estrada

Depois do nosso delicioso café da manhã, subimos nas bikes, mas paramos logo em seguida em um mercado popular onde Fernando comprou uma caixa de cerejas por apenas € 3,00.

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Ponte sobre o reservatório de Belesar, próximo a Portomarín.
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Transferindo a foto para a pagina do Facebook

Ao deixarmos a cidade, enquanto investigávamos o melhor caminho para sair dela, encontramos com Guy, um médico de Sydney, Austrália, que também estava fazendo o Caminho de Santiago de bicicleta desde Saint Jean.Eu entendi que Guy havia comprado um “pacote ciclístico” na Austrália o qual já incluía todas as acomodações, bem como a transferência da bagagem de uma cidade para outra ao longo do Caminho. Só o que ele precisava fazer era seguir o roteiro fornecido pela empresa de turismo. Estou mencionando isso aqui pois pode ser de interesse para outros peregrinos saber que tais opções existem e tornam a peregrinação ainda mais fácil. Creio que existem opções de pacotes similares para quem quer fazer o caminho a pé também.

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Cidade de Portomarín ao fundo

Bem, depois de um pouco de conversa, Guy se juntou ao nosso pequeno grupo de peregrinos fazendo com que esse grupo se tornasse o maior em que eu pedalei ao longo do caminho. Às vezes não é muito fácil pedalar em grupo, pois cada membro do grupo precisa respeitar as características e ritmos dos outros membros, mas nesse dia nosso grupo se deu muito bem. Como não estávamos com pressa, fizemos várias paradas também.

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Marcelo e Alice cruzando a ponte para Portomarín

Para falar a verdade, não há muito o que dizer sobre este dia. Mais ou menos 3/4 dos 50 Km que pedalamos neste dia foram na LU-633 (a mesma estrada que eu deveria ter pego ao chegar em O Cebreiro no dia anterior).

Depois de deixar Sarria fizemos uma pequena parada em um posto de gasolina em Paradela, que fica a uns 16 Km de Sarria e seguimos para Portomarín, uns 10 Km adiante (cerca de 26 Km de Sarria).

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Esta escadaria é tudo que restou da ponte Romana construída no século 2 e que foi destruida por Doña Urraca.

Em Portomarín fizemos uma parada mais longa para carimbar nossas credenciais de peregrino, tirar algumas fotos da igreja de San Juan (que se parece com uma fortaleza) e para comer algo juntamente com uma gelada cerveja espanhola. Portomarín é um lugar muito interessante e eu recomendaria uma parada mais longa se possível.

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A igreja de San Nicolás, construida no século 12. Da esquerda para direita, eu, Alice, Marcelo e Fernando.

Depois da nossa pequena parada em Portomarín, que durou algo como 30 min., seguimos pedalando na LU-633. Fizemos outra rápida parada em um vilarejo chamado Gonzar em um bar de beira de estrada chamado “Descanso del Peregrino”, para beber algo gelado e, entre nós 5, comemos praticamente todas as cerejas que o Fernando estava trazendo desde Sarria. Por alguns minutos se juntaram a nós também, duas peregrinas da Alemanha, que ao saberem que Guy era médico pediram alguns conselhos médicos.

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Sempre algo interessante para ver.

Uns 5 Km depois de Gonzar, em uma localidade conhecida como “O Hospital”, a LU-633 parece que acaba em uma rotatória. Cruzamos por cima da N-540 e pegamos uma pequena estrada no sentido de Ventas de Narón, cujo nome não consegui descobrir.

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Fotos das formigas típicas dessa região na Espanha. Aconselharia voce não mexer com elas.

Nesta pequena estrada cruzamos por vilarejos muito interessantes como Ligonde, Airexe, Portos (com suas esculturas de formigas gigantes), Lestedo e Os Valos. Este foi um trecho muito bonito com muitas arvores ao lado da estrada e muitas coisas interessantes para ver. Depois de Os Valos nós tomamos a N-547 até Palas de Rei que ficava apenas a 3 Km de distância.

Palas de Rei SignAo chegarmos em Palas de Rei, primeiramente fomos a um albergue chamado Albergue Buen Camino. Eu não entrei no Albergue, mas o Fernando e o Marcelo entraram e saíram um pouco decepcionados. Decidimos então pernoitar no Albergue municipal que cujo pernoite era 6 €. O albergue é bom e limpo.

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O Albergue Municipal de Palas de Rei

Uma vez que a acomodação em Palas de Rei já estava incluído como parte do pacote que Guy comprou na Austrália, ele não permaneceu no Albergue conosco, mas ele uniu-se a nós novamente no dia seguinte e pedalou junto conosco parte do nosso caminho para Santiago.

Bem, isso conclui o post sobre o 13. dia da peregrinação. Curto e grosso desta vez 🙂

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Day 13, Camino de Santiago, 6th Jun 2015
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Caminho de Santiago, Dia 12: Las Herrerías para Sarria

Albergue Las Herreíras
Albergue Las Herreíras (Hostel)

Bem-vindo ao post sobre o 12o. dia da minha peregrinação de bicicleta pelo caminho de Santiago no dia 5 de junho de 2015. Completei esta etapa de 63.82 Km de Las Herrerías para Sarria em 8h e 12m, dos quais 5h 14m foram em movimento.

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Subindo a montanha entre Las Herrerías e La Faba

Devo confessar que estava temendo ter que escrever sobre esse dia, pois foi nele que cometi o maior erro de navegação de toda peregrinação. Me senti (e ainda me sinto) como um tolo por ter cometido erros tão básicos, mas se este “post” e vídeos ajudarem a prevenir com que outros cometam os mesmos erros, então terá valido a pena. Meu ego terá que aceitar o impacto 🙂 Deixei o albergue in Las Herrerías por volta das 7:30 da manhã, uns 30 min antes do que estava acostumado nos dias anteriores. Eu sabia que o dia seria pesado e cansativo por causa das montanhas a minha frente. Fernando deixou o hotel uns 40 min antes, eu acho. Ele está acostumado a acordar com as galinhas.

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Momento de decisão… La Faba ou La Laguna? Deveria ter ido por La Laguna, mas fui por La Faba.

Cheio de energia e disposição comecei a pedalar morro acima, mas sem meu navegador ao meu lado para indicar o caminho (meu senso de direção deixa muito a desejar), não demorou muito para eu cometer o primeiro erro. Quando cheguei a uma encruzilhada e tive que decidir se continuava na pequena estrada que vinha pedalando (a CV-125/1) na direção de La Faba ou se pegava outra pequena estrada na direção de Laguna (a CV-125/15), decidi continuar no sentido de La Faba (não havia nenhuma seta amarela indicando qual caminho seguir).

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Voce conseguiria pedalar morro acima aqui com uma bicicleta de touring carregada?
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Apenas um dos muitos obstaculos que o peregino de bicicleta tem que sobrepor entre La Faba e La Laguna.

Devo acrescentar que este erro diz respeito apenas aqueles peregrinos que estão fazendo a peregrinação de bicicleta. O caminho que eu tomei foi essencialmente o mesmo que os peregrinos a pé tomam, o qual, após passar pelo vilarejo de La Faba é totalmente inadequado para a maioria dos ciclistas (ou Bicigrinos, como alguns os chamam). É uma trilha de 4 Km morro acima cheia de pedras e obstáculos. Eu acho que até mesmo aqueles que vão a pé, com uma pesada mochila nas costas, devem sentir muita dificuldade neste trecho, que dirá aqueles que se metem a fazê-lo de bicicleta. Para todos aqueles lendo este artigo e planejando fazerem a peregrinação de bicicleta, façam a vocês próprios um favor e peguem a pequena estrada para La Laguna. Ela é uns 2 Km mais longa, mas vale a pena, acreditem.

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A materia marrom deixada pelos cavalos ao longo deste trecho e as “megaziliões” de moscas em torno deles

A pior parte desses 4 Km na verdade não foi nem ter que empurrar a bicicleta morro acima. Foi a enorme quantidade de moscas devido à grande quantidade de bosta de cavalo no caminho. Em Las Herrerías é possível se alugar cavalos para carregar as mochilas e outras cargas (não é uma chantagem uma vez que o peregrino sobe o Cebreiro a pé de qualquer forma… os cavalos apenas levem a carga). Obvio que os cavalos deixam “traços” para trás. Cheguei em La Laguna com um sentimento de vitória, mas estava realmente cansado de empurrar a bicicleta por 4 Km e por isso foi também uma subida demorada. Tao devagar, de fato, que naquele ponto alguns peregrinos que estavam a pé e que haviam deixado o albergue depois de mim me alcançaram em La Laguna, pois eu havia parado por alguns minutos para beber um suco de laranja e comer uma banana. La Laguna, entretanto, ainda não é o topo do Cebreiro. Depois que La Laguna existem ainda uns 2 Km para se chegar ao topo e a subida foi íngreme o suficiente para me fazer desmontar da bicicleta e ter que empurra-la novamente (eu diria que em alguns trechos a inclinação é de aprox. 12%… São 150 metros de Ascenção em 2 Km).

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Este foi o maior erro de navegação que cometi durante toda preregrinação. Eu não vi a seta amarela.
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A vista a partir do Cebreiro é espetacular.

Finalmente ao chegar no vilarejo de O Cebreiro eu parei para admirar a paisagem e tirar algumas fotos. Assim que terminei com as fotos decidi não entrar no vilarejo (o que eu devia ter feito) e seguir adiante. Infelizmente eu não vi a seta amarela que indicava para dentro do vilarejo, o qual deve-se cruzar para pegar a estrada LU-633 na direção a Liñares. Eu continuei na pequena CV-125/1 e com toda felicidade passei a pedalar morro abaixo no sentido errado por mais de 6 Km, até um ponto em que uma senhora fez u típico gesto de “não” com os dedos. Devo confessar que naquele momento eu já estava desconfiado do caminho que havia tomado, mas sabe-la Deus quando até onde eu teria continuado não fosse aquela senhora me avisar do meu erro. Ela explicou meu erro e pacientemente me instruiu sobre a melhor maneira de voltar para o caminho.

Google Earth, Wrong and Right Way, O Cebreiro
Em AZUL o caminhei que eu tomei. Em VERMELHO o caminho que eu devia ter tomado 🙁

Anjos existem de várias maneiras e formas. Nos 6 Km que desci o morro até chegar a ela, não havia visto uma única viva alma pela estrada. Ela estava à beira da estrada, como que esperando por algo, vestida de camiseta branca e assim que me explicou o caminho certo foi embora. Todos somos anjos quando ajudamos a outras pessoas, mas para mim esse momento me tocou muito (depois, porque na hora fiquei muito puto comigo mesmo). Acreditem no que quiserem, mas para mim foi Deus que colocou aquela pessoa ali naquele momento para me avisar sobre o erro e me mandar de volta para o caminho certo. Por isso deixo aqui o meu “Muito obrigado senhor!”.

Bom, como você pode imaginar a frustração de ter que aceitar o meu erro, só foi menor pela realização que de agora teria que subir os 6 Km de volta morro acima, depois de uma manhã já bem cansativa, mas se era isso que o universo havia preparado para mim, era isso que eu tinha que fazer, e o fiz! Felizmente as instruções dadas pelo meu anjo foram claras e precisas e com algumas verificações pelo caminho não foi necessário voltar diretamente ao Cebreiro. Voltei ao caminho correto, próximo ao vilarejo de Liñares 1h e 38 min depois. Resultado do erro foi a “perda” de 2 h de viagem e a necessidade de pedalar uns 10 Km a mais nesse dia desnecessariamente, dos quais uns 8 Km foram morro acima.

Depois disso você poderia pensar que o resto do dia foi moleza… bem, não foi tão ruim, mas como passei a prestar mais atenção as setas amarelas, depois da localidade de Hospital, elas me levaram novamente a alguns trechos inadequados para bicicletas (elas têm em mente o peregrino que está a pé). Mesmo assim estes foram relativamente curtos se comparados aos que tive que fazer nestas condições pela manhã. Eu aconselharia que se você estiver pedalando neste trecho, você permaneça na estrada (LU-633) até aproximadamente 1 Km depois do vilarejo de Fonfria, onde então você pode voltar a seguir as setas amarelas se desejar, pois o caminho dos andarilhos a partir deste ponto é plano e sem maiores obstáculos e você “economizará” por volta de 2 Km em relação ao mesmo trecho no asfalto.

Se você decidir pegar o caminho dos andarilhos depois de Fonfria, conforme eu aconselho, mais ou menos 1 Km depois do vilarejo de Fillobal você terá a oportunidade de voltar a LU-633 novamente. Deste ponto em diante eu decidi que já tinha sofrido o suficiente para um dia e que iria permanecer na estrada, independentemente para onde as setas amarelas apontassem. Eu sabia que essa estrada me levaria a Samos e Sarria. Eu não sabia ao certo em qual dessas duas cidades eu me hospedaria, mas a intenção era de pedalar pelo menos até Sarria.

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No reboque que ele puxava, estava o cachorro dele.
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Monastério de Samos

Ao longo dessa estrada passei por pequenos vilarejos e cidades como Pasantes, Triacastela (onde encontrei com um peregrino em um triciclo reclinado, puxando atrás de si um trailer que continha uma caixa onde viajava seu cachorro), San Cristovo do Real, Renche, San Martiño do Real e Samos. Eu não sabia naquele momento, mas foi em Samos que o Fernando havia decidido parar naquele dia. Cheguei em Samos ainda as 2 da tarde e achei que estava muito cedo para parar e por isso decidi seguir para Sarria. Parei apenas por alguns minutos para carimbar meu passaporte de peregrino no albergue municipal se segui viagem. Adiciono aqui algumas fotos tiradas pelo Fernando, a pesar de eu próprio não tem vivenciado a cidade. De Samos para Sarria foram mais 12 Km, mas eu estava bem cansado de tanta subida neste dia, por isso decidi parar mais cedo em Sarria para descansar. No caminho a Sarria passei por pequenas vilas com nomes gauleses bem distintos, como A Ferrería, Teiguín, O Vao até chegar a Sarria por volta das 3 da tarde. Sarria é uma cidade bem desenvolvida e eu segui as setas amarelas na esperança que me levariam a um albergue.

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Pinturas ao longo do muro da igreja de Santa Marina em Sarria.

Por pura sorte, ao pedalar por uma rua da cidade passei ao lado de uma loja de souvenires e dei uma olhadinha para dentro, sem intenção de parar. Nesse momento em vi Marcelo e Alice dentro da loja. Resolvi parar para dar um “oi” e perguntar onde eles tinham a intenção de permanecer naquele dia. Eles ainda não sabiam se ficariam em Sarria ou seguiriam mais uns Km adiante, mas quando lhes falei que iria ficar ali decidiram parar também e me fazer companhia. Perto da loja de souvenires havia um albergue particular chamado Casa Peltre. Alice entrou no albergue para dar uma olhada e voltou dizendo que achava que era muito bom. O pernoite foi € 10 e o albergue é limpo e confortável com uma fascinante decoração (deem uma olhadinha no site deles para mais fotos). Maria, a “hospitaleiro” que nos recepcionou é uma pessoa super legal.

O albergue é pequeno e dispõe de apenas 22 leitos distribuídos em 3 quartos. Um grande quarto com 14 camas (6 beliches) e mais 2 quartos com 4 camas cada (2 beliches). O albergue dispõe de 2 espaçosos e muito limpos banheiros, com duchas de pressão e ótima água quente. Também dispõe de uma cozinha completa e uma área de refeições no andar de cima.

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Uma recompensa bem merecida. Marcelo, um amigo que fiz no Caminho.

Depois de um banho, o Marcelo e eu saímos para procurar algo para comer. Alice estava se sentindo muito cansada e resolveu ficar no Albergue. Achamos um restaurante de Kebabs no calçadão do rio Sarria e enchemos a barriga de Kebabs. Saímos de lá para caminhar mais um pouco por volta da cidade até encontrarmos um “tapas bar” chamado “Mesón O Tapas” e tomamos umas deliciosas cervejas espanholas bem geladas.

IMAG1456Foi um dia de emoções variadas: O aspecto físico do desafio de empurrar a bicicleta no caminho entre La Faba e o Cebreiro, as frustrações dos erros de navegação que eu cometi nesse dia, a benção de ter tido em meu caminho um anjo que me trouxe novamente ao caminho certo e a alegria de ter encontrado no final do dia bons amigos da Caminho. Com certeza o dia teria sido melhor sem os erros que eu cometi, mas daí eu não teria aprendido a errar e não teria essa oportunidade de passar a experiência para frente. Foi um dia bom, no final das contas. Bem, isso conclui o post sobre o 12. dia da peregrinação. Por favor deixe comentários, perguntas ou pelo menos indique se você gostou ou não ao clicar nas estrelas abaixo.

Day 12, Camino de Santiago, 5 Jun 2015
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Caminho de Santiago, Dia 11: El Acebo de San Miguel para Las Herreiras

If there is such a thing as a "5-Star" Pilgrim's hostel, this must be it.
Se existir algo como uma albergue de peregrinos de 5 estrelas, esse aqui se qualifica.

Bem-vindo ao post sobre o 11o. dia da nossa peregrinação de bicicleta pelo caminho de Santiago no dia 4 de junho de 2015. Completamos esta etapa de 61,89 Km de El Accebo de San Miguel para Las Herrerías em 6h e 12m, dos quais 3h 58m foram em movimento.

Picture taken from the old stone bridge over the Meruelo river in Molinaseca.
Foto itrada de cima da ponte de pedra sobre o rio Meruelo em Molinaseca.

Deixei o albergue de 5 estrelas “La casa del peregrino” por volta das 8 da manhã, como de habito. Como de habito também, o Fernando já havia deixado o albergue 1 hora antes. De acordo com meu Garmin, El Acebo está situado a uma altitude de 1130m e em um período de apenas 15 min eu desci quase que 500 m de altitude e cobri mais de 10 Km de distância. A única coisa que me impediu de pedalar ainda mais rápido foram as constantes curvas fechadas na estrada, uma das quais quase me “traiu” me forçando a ir para a pista contraria da estrada. Graças a Deus não havia trafego no sentido contrário, senão poderia ter sido um problema. Em Molinaseca a altitude se nivelou e se manteve mais ou menos constante durante toda a pedalada nesse dia.

Molinaseca Stone Bridge
Ponte de Pedra em Molinaseca.

Ao chegar no vilarejo de Molinaseca, parei apenas por alguns instantes para tirar algumas fotos sobre a antiga ponte de pedra sobre o rio Meruelo, que foi construída nos tempos Romanos.

City Hall of Ponferrada
Prefeitura de Ponferrada.

A próxima cidade foi Ponferrada. Ao chegar no centro da cidade encontrei o Fernando tirando fotos. Esta cidade tem uma interessante mistura de novo com antigo e teria valido a pena se pudesse ter ficado um dia lá. Acredito que uma das maiores atrações na cidade é o antigo castelo dos templários.

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Castelo dos Templarios em Ponferrada.

Ele está muito bem preservado e é uma estrutura medieval muito impressionante, tendo todas as características que se pode esperar de um castelo fortificado dessa época.

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Portão principal do Castelo dos Templarios.

Fernando e eu fizemos uma parada para o café da manhã em um dos restaurantes em frente ao castelo.

Breakfast is served.
Café da Manhã.

Depois de Ponferrada, pedalamos através de pequenas cidades e vilarejos como Camponaraya, Cacabelos, Pieros e Villafranca del Bierzo, onde paramos novamente por uns 15 min para descansar um pouco e comer e beber algo.

A Wolf on a bike
Um lobo em uma bicicleta (o sobrenome dele é Wolf).
Villafranca Castle. Michael, one of our "Camino" friends can be seen riding his bicicle in this picture.
Castelo de Villafranca. É possivel ver o Michael, um dos amigos que fizemos no Caminho, pedalando nessa foto.

Villafranca del Bierzo é uma antiga cidade medieval com uma arquitetura muito interessante. Destaque para o Castelo de Villafranca, a igreja San Juan e outros prédios religiosos como o colegiado de Santa Maria e os conventos, assim como a estreita ponte sobre o rio Burbia que oferece uma bela paisagem da cidade.

Picture taken from the narrow bridge over the river Burbia.
Foto tirada a partir da ponte estreita sobre o rio Burbia.

A rota então seguiu por um caminho tortuoso, como uma serpente, na estrada N-VI que permeia a magnifica autoestrada A-6 (Autovia del Noroeste), cruzando por baixo da autoestrada várias vezes. Com muitos tuneis e grandes pontes sobre os vales abaixo, cujas pilastras de sustentação são bastante visíveis a partir da estrada que estávamos, a N-VI.

Mix of old and new in Vega de Valcarce.
Mistura de novo e antigo em Vega de Valcarce.

Esta estrada também segue ao longo do pequeno rio Valcarce que empresta seu nome a vários vilarejos e cidades ao longo do caminho. A N-VI tem uma ciclo-faixa compartilhada com pedestres e protegida por um muro de concreto. Ao pedalar por esse trecho a medida que olhava para o rio logo abaixo e a exuberante vegetação nas suas margens me veio à cabeça que as pessoas que atravessam essa região a 120 Km/h na autoestrada acima não fazem nem ideia da beleza natural que está logo abaixo deles. Este tipo de experiência só é possível em formas mais lentas de transporte, como ciclismo, ou para aqueles que fazem o caminho a pé.

Ao longo desse caminho cruzamos por vilarejos ou pequenas cidades como Pereje, Trabadelo, La Portela de Valcarce, Ambasmestas, Vega de Valcarce, Ruitelán até chegarmos em Las Herrerías onde decidimos parar.

Albergue Las Herreíras (Hostel)
Albergue Las Herreíras

Las Herrerías é um pequeno vilarejo que fica antes da subido ao “El Cebreiro”, uma das montanhas mais desafiantes do caminho. Nós também já víamos ao longe uma tempestade se formando no horizonte, por isso fazia todo o sentido parar lá. Até onde eu sei existe apenas 1 albergue de peregrinos em Las Herrerías é o nome é… Albergue Las Herrerías.

Detail in Las Herreíras.
Detalhe em Las Herreíras.

O pernoite no Albergue custou 8 € e o albergue pertence a uma jovem e agradável senhora que fala muitos idiomas (escutei ela conversando em Espanhol, Alemão, Inglês e Frances) e estritamente vegetariana. Ela oferece refeições no Albergue também, mas sem carne alguma.

Las Herreíras
Las Herreíras

Ela prepara a comida ela própria e não existe escolha (o menu é um só). Acredito que pagamos 12 € pela janta que teve sopa, um tipo de salada como prato principal e de sobremesa um pedaço de torta de cenoura que ela fez no mesmo dia. Estava delicioso, mesmo para quem, como eu, não é vegetariano. Acho que além do albergue existe apenas 1 outro local no vilarejo onde se possa fazer uma refeição.

Two Pilgrims of different species
Dois peregrinos de espécies diferentes.

O albergue tem essencialmente apenas 2 quartos na parte superior. Um grande quarto com algo como 10 beliches e um pequeno quarto separado para um par ou casal de peregrinos que custa um pouco mais (acho que 12 €). Na parte de baixo encontram-se as áreas sociais como uma pequena recepção, 2 banheiros / toaletes (limpos e com boas duchas), uma lavanderia com máquina de lavar e secar e a sala de jantar com uma mesa grande e uma pequena.

Willy is an 8 year old daschund pilgrim.
Willy é um daschund peregrino de 8 anos.

Depois de tomar um banho e lavar algumas peças de roupa a mão fui dar uma caminhada pelo vilarejo e tirei algumas fotos do riacho “Las Ramas” que passa ao longo da vila. Pouco depois veio a tempestade e um raio aparentemente deixou a vila inteira sem energia por mais de 1 hora. Gastamos o tempo conversando com os outros peregrinos de várias partes do mundo e jogando cartas. Foi uma noite muito agradável. A política “No Wi-Fi” do albergue funciona.

No Wi-FI in the Albergue
Sem Wi-FI no Albergue. “We want you to talk to each other” (Nós queremos que voces conversem uns com os outros).

As pessoas deixam seus telefones celulares de lado a passam a conversar umas com as outras.

E assim encerramos o 11o. dia de peregrinação. Por favor deixe comentários, perguntas ou pelo menos indique se você gostou ou não ao clicar nas estrelas abaixo.

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Caminho de Santiago, Dias 9 e 10: De Astorga para El Acebo de San Miguel

Episcopal Palace of Astorga
Palácio Episcopal de Astorga

Bem-vindo a mais um post sobre nossa peregrinação de bicicleta pelo Caminho de Santiago. Este artigo é especial pois cobre 2 dias da nossa peregrinação, o nono e décimo dia (bem, essencialmente não houve peregrinação no 10o. dia). No dia 2 de junho de 2015 completamos a rota de 39.5 Km de Astorga para o vilarejo de El Acebo de San Miguel em 4h e 30m, dos quais 3h 21m foram em movimento. No dia seguinte, 3 de junho, resolvemos fazer uma pausa na peregrinação. Acordamos tarde e permanecemos praticamente o dia todo no Albergue com apenas uma pequena caminhada pelo vilarejo para almoço.

Dia 9: De Astorga para El Acebo de San Miguel.

Ermita del Ecce Homo Astorga just outside of Astorga
Capela do homem Jesus (Ermita del Ecce Homo) pouco depois de Astorga

Fui o último a deixar o albergue em Astorga nesse dia, nenhuma surpresa. Fernando já havia deixado a mais de 1 hora e eu sai uns 15 minutos depois do Marcelo e da Alice. Simplesmente levei mais tempo para arrumar as coisas na bike, mas e daí? Eu não estava com pressa.

Eu acho que a rota de Astorga a El Acebo foi uma das mais bonitas do Caminho. Foi meio desafiante em alguns trechos, uma vez que depois de Rabanal del Camino existe uma longa subida de 8 Km de extensão com uma altimetria de 500m (de 1000m em Rabanal até mais ou menos 1500m pouco antes da Cruz de Ferro), mas eu estou me adiantando novamente.

One of the most interesting pilgrims we encountered, at least from a dressing code point of view.
Um dos mais interessantes peregrinos que encontramos no caminho, pelo menos do ponto de vista do vestuario.

Logo após sair de Astorga na rodovia LE-142 passei por uma capela chamada “Ermita del Ecce Homo” (Capela de Jesus Cristo), uma casa do século 17 onde peregrinos podem descansar e encher suas garrafas de água.

Depois de Murias de Rechivaldo, deixei a rodovia para pegar um caminho de terra, o mesmo usado pelos peregrinos que andam a pé. O transito de peregrinos nesse trecho estava intenso o que me forçou a ir devagar, mas não precisei permanecer no caminho de terra por muito tempo. Depois de 3 Km encontrei com a rodovia vicinal LE-6304 e continuei no asfalto até a vila de Santa Catalina de Somoza.

Marcelo made a new friend.
Marcelo fez um novo amigo.

Este trecho de terra foi provavelmente o maior de todos o dia (mais alguns outros que de tão pouca extensão não vale nem a pena mencionar). Depois de Santa Catalina de Somoza cruzei através do vilarejo de “El Ganso” seguindo na LE-6304 rumo a Rabanal del Camino, onde encontrei com Fernando e parei para beber e comer algo.

His rucksack was behind the cape.
A mochila estava atras da capa

Poucos minutos depois chegaram o Marcelo e a Alice também e permanecemos ali mais algum tempo descansando e conversando. Foi nesse tempo que uma “figura” do Caminho passou por nós a pé. Eu não quem esse peregrino era e acredito que ele não caminhou o percurso todo até Santiago, pois o encontramos em outras ocasiões ao longo do Caminho e até mesmo ao chegarmos em Santiago, mas nas porções que ele caminhou ele o fez vestido como soldado templário e carregando uma grande bandeira nas costas. Isso deve explicar porque eu o chamei de “figura” do caminho antes.

Long climb to the Cruz de Ferro.
Longa subida para a Cruz de Ferro

Depois de Rabanal a longa subida, como mencionado, foi gratificada pela maravilhosa vista das montanhas e pelas multicoloridas flores e vegetação silvestres na beira da estrada. A subida é longa, mas não é muito inclinada, com exceção de um pequeno trecho uns 500m passando de Foncebadón, onde a inclinação aumenta para talvez algo em torno de 15%. Eu e Fernando tivemos que empurrar as bicicletas neste trecho, mas ele não é muito longo.

EyeCycled to the Cruz de Ferro.
Cruz de Ferro.

Depois de Foncebadón chegou a outro marco do Caminho de Santiago, a Cruz de Ferro. É um monumento que consiste de um poste de madeira de aprox. 10m com uma cruz de ferro no topo. Na sua base existe um monte de pedras que foi formado pelas pedras trazidas pelos peregrinos e lá deixadas ao longo dos anos. Diz a lenda que quando a catedral de Santiago estava sendo construída, os peregrinos eram solicitados a trazem uma pedra para contribuir na sua construção.

Proud of myself.
Orgulhoso de mim mesmo.

A tradição agora é trazer uma pedra da região de origem do peregrino e deixa-la lá, simbolizando as coisas que o peregrino quer deixar para trás na vida e o ato de nascer de novo ao longo do resto do percurso até Santiago.

Proud of my friend.
Orgulhoso de meu amigo.

Eu não trouxe nenhuma pedra comigo, mas acredito que deixei algo lá e ganhei a satisfação de ter alcançado esse local com as forças de minhas próprias pernas. Fernando e eu chegamos lá juntos e alguns minutos depois reuniram-se a nós o Marcelo e a Alice também.

I hounor to me children, who will always be with me, no matter where I am.
Em celebração aos meus filhos que vão sempre estar comigo independente de onde eu estiver.

Ficamos todos ali por um bom tempo, descansando, conversando e observando a chegada dos outros peregrinos ao local.

Depois da Cruz de Ferro o caminho foi de uma longa e prazerosa descida até El Accebo com vistas magnificas das montanhas ao longo do caminho.

Manjarin
Manjarin

Fernando e eu acabamos nos separando de Marcelo e Alice que pararam em Manjarin, provavelmente atraídos pela bandeira Brasileira e pelas muitas placas e sinais que ali estavam.

Ao chegarmos em El Acebo eu vi um cartaz anunciando um albergue que havia sido recentemente construído e as fotos no cartaz eram muito convidativas. Decidimos ir dar uma olhada no Albergue e ao chegarmos lá quase não acreditamos nos nossos olhos. Se existe algo como um albergue de peregrinos de 5 estrelas, com certeza este se qualifica, mas vou deixar as explicações para o texto sobre o dia 10.

O vídeo abaixo em uma compilação do trecho da subida até a Cruz de Ferro.

Video da vista a partir da Cruz de Ferro e testemunho do Fernando.

Dia 10: Sem pedal, só descansando na “La Casa del Peregrino“, um recém construído Albergue de “5 estrelas” no Caminho.

Entrance to the El Acebo Pilgrim's Hostel.
Entrada do albergue de El Acebo de San Miguel

Bem, dadas as excelentes instalações desse albergue e o preço decidimos nos presentear com um dia sem peregrinação depois dos 520 Km que já havíamos percorrido até aquele ponto.

If there is such a thing as a "5-Star" Pilgrim's hostel, this must be it.
Se existe algo como um albergue de peregrinos de 5 estrelas, este aqui se qualifica.

Nós sabíamos que podíamos nos dar esse presente tanto do ponto de vista financeiro quanto de tempo, pois ainda tínhamos 11 dias de férias pela frente e apenas mais 300 Km para percorrer até Santiago.

Até aquele ponto nos havíamos nos hospedado em Albergues de Peregrinos bem simples com pernoite custando entre 5 € a 22 € (o primeiro albergue em Saint Jean). A grande maioria custou entre 8€ a 10 €.

Good life.
Boa vida.

Neste albergue o pernoite também era 10 €, mas o custo benefício dele foi muito superior. Não deixou de ser um Albergue, no sentido de que os quartos eram coletivos com vários beliches em cada um deles, mas até isso foi especial.

Dinning Room
Sala de Refeições.

Por 10 € você recebe em troca uma cama com sua luz individual e 2 tomadas de energia apenas para você (um luxo de comparado aos antigo Albergues que havíamos nos hospedado antes) assim como seu próprio armário (a recepção fornece a chave do armário).

Hostel Bedroom.
Quarto do Albergue

Wi-Fi também está disponível e parece que cobre todo o Albergue (bom pelo menos nos lugares que tentei acessar, como no nosso quarto e nas áreas comuns, mas não na piscina).

One individual light and 2 power sockets for each Pilgrim... a luxury.
Luz individual e 2 tomadas de energia para cada peregrino… um luxo.

Você também ganha as fantásticas vista do Albergue, serviço de lavanderia (a um custo de 4 € por máquina – existem também tanques de lavar roupa fora com grandes varais para secar), um pequeno supermercado na parte de baixo, playground infantil, uma grande churrasqueira, muitas áreas para sentar do lado e fora e apreciar a vista, assim como um bar, recepção permanente e, acredite se quiser, uma piscina “olímpica” com uma agua cristalina, mas muito fria, proveniente diretamente das montanhas.

View from the swimming pool.
Vista da Piscina

As toaletes, banheiros, duchas estavam impecavelmente limpos, eram modernos e com uma ótima pressão de água quente. Tudo controlado eletronicamente, desde o fluxo de água até os sensores de presença e as chaves de luz sensíveis ao toque (é meu lado “geek” tomando conta agora).

Crystal clear, but very cold water.
Água cristalina, mas muito fria.

O quarto em que pernoitamos tinha 4 beliches (8 camas), mas na primeira noite não precisamos dividir o quarto com ninguém. Na 2a. noite dividimos o quarto com mais 4 peregrinos.

Pilgrim's Menu
Menu do Peregrino.

Sem querer diminuir os albergues que havíamos pernoitado nas noites anteriores ao longo do Caminho, foi muito bom ficar em um local onde tudo era novinho e com todos os benefícios do século 21 a nossa disposição.

Quanto a comida… Assim como em outros locais, o menu do peregrino do Albergue oferecia 3 opções de refeição incluindo entrada, prato principal e sobremesa, tudo acompanhado por Pão, água e vinho. Acho que vou deixar as fotos falarem por si e simplesmente dizer que estava tudo delicioso. Por 10 € a qualidade desta refeição é provavelmente imbatível em qualquer lugar do mundo.

Starter, Main Course and Desert.
Entrada, prato principal e sobremesa.

Neste dia sem pedalar acordamos tarde e subimos até o topo da vila caminhando (o Albergue se situa uns 200 m depois do vilarejo), rua abaixo.

Main street of El Acebo
Rua principal de El Acebo

O vilarejo de El Acebo de San Miguel é bem pequeno, com apenas poucas casas ao longo da rua principal.

El Acebo
El Acebo

As casas são muito antigas com algumas poucas parecendo estar em péssimo estado de conservação (simplesmente uma pilha de pedras, na verdade). Caminhamos até ao topo do vilarejo, junto a fonte de água, e almoçamos em um local chamado “La Tienda”, que também oferece quartos a peregrinos. Como muitos outros vilarejos ao longo do Caminho de Santiago, El Acebo é extremamente dependente do turismo gerado pelos peregrinos e provavelmente durante o período de alta estação o número de peregrinos que permanece ali é muito superior ao número de habitantes.

View from the Hostel's Balcony
Vista do balcão do albergue.

Bem, aqui se encerra o relato do 9o. e 10o. dias da nossa peregrinação. Por favor compartilhe a página no Facebook, Twitter, etc e deixe comentários e perguntas ou pelo menos indique se você gostou ou não ao clicar nas estrelas abaixo (depois das fotos).

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Caminho de Santiago, Dia 8: De León para Astorga

León's impressive Cathedral
A impressionante Catedral de León

Bem-vindo ao post sobre o oitavo dia da nossa peregrinação de bicicleta pelo caminho de Santiago no dia 1o. de junho de 2015. Completamos esta etapa de 50 Km León para Astorga em 4h e 35m, dos quais 3h 22m foram em movimento.

Deixei o albergue as 8 da manhã e resolvi pedalar até a catedral. Na verdade, eu não precisava pedalar até lá, mas eu queria dar uma última olhada nela. Ao chegar lá reparei que havia um casal de ciclistas olhando para um mapa e ao me aproximar deles notei que também eram brasileiros.

Leon Cathedral at 10 past 8 in the morning.
Catedral de León as 10 para 8 da manhã.

Marcelo e Alice são de Recife e também estavam fazendo o Caminho de Santiago de bicicleta. Conversamos por alguns minutos e decidimos juntos procurar a saída da cidade.

5 Star Hotel Parador in León, for Pilgrims with a lot of cash.
Hotel Parador em León. Cinco estralas para peregrinos com muito dinheiro.

Pouco sabia eu naquele momento que eles completariam comigo e com Fernando a peregrinação. Nossa amizade se deu início naquele momento e se mantém até hoje graças a Internet.

León é uma cidade relativamente grande e levamos 1h e 20 min para chegar a La Virgen del Camino, que ainda faz parte da região metropolitana de León e se situa bem próximo ao aeroporto. Paramos em um local chamado Cafeteria Miravelles para tomar café da manhã e 50 min depois já estávamos de volta nas bicicletas pedalando na familiar estrada N-120 em direção a Astorga. Pedalamos nessa estrada o dia inteiro nesse dia, até chegarmos a Astorga.

This Pilgrim slept with the birds.
Este peregrino dormiu com os pássaros.

Ao chegarmos no pequeno vilarejo de Valverde de la Virgen nos deparamos com algo interessante. A Espanha é cheia de torres de sinos (na falta de uma palavra melhor, pois não sei exatamente como se chamam estas estruturas). Em muitas dessas torres cegonhas brancas fazem seus ninhos.

Stork's Nest in Hospital de Órbigo.
Ninho de Cegonhas Brancas em Hospital de Órbigo.

Nesta em particular um peregrino havia resolvido passar a noite junto aos pássaros e havia acordado na hora que passávamos. Alguns peregrinos acampam durante toda peregrinação, sem usarem albergues ou hotéis uma única vez, especialmente aqueles que trazem consigo animais. Não sei se esse foi o caso daquele peregrino em particular, mas achei interessante a escolha que ele fez do local para passar a noite, se é que ele conseguiu dormir ali.

The bridge of the honoured step (La Puente del Passo Honroso), Hospital de Órbigo
A ponte do passo honroso (La Puente del Passo Honroso), Hospital de Órbigo

Depois de Valverde de la Virgen cruzamos por vários pequenos vilarejos como San Miguel del Camino, Villadangos del Paramo e San Martín del Camino até chegarmos e mais um marco no Caminho de Santiago:

Medieval Bridge over the River Órbigo.
Ponte medieval sobre o rio Órbigo.

A ponte de pedra medieval do século 13 sobre o rio Órbigo, na cidade de Hospital de Órbigo, que deve seu nome devido ao antigo hospital de peregrinos que lá existia. A ponte parece ser muito grande para o tamanho atual do rio, mas antes da construção da represa de Barrios de Luna o rio tinha um grande afluxo de agua. A ponte tem 19 arcos e é bem preservada.

Bridge over the River Órbigo (the Honourable Step Bridge)
História da ponte sobre o rio Órbigo (a ponte do passo honroso)

Nós fizemos um rápido pit-stop para descanso e agua depois de atravessarmos a ponte e continuamos na N-120 na direção de Astorga. O resto do caminho até Astorga ocorreu sem maiores acontecimentos.

Ao chegarmos em Astorga, o Marcelo e a Alice decidiram já ficar no Albergue municipal e eu fui ao centro da cidade para encontrar com o Fernando. Havíamos combinado de nos encontrarmos lá para prosseguirmos com a viagem juntos no dia seguinte.

Astorga's Municipal Hostel
Albergue municipal de Astorga.

Depois de encontrar com Fernando nós dois retornamos ao Albergue Municipal e ficamos em um quarto no mesmo andar em que estavam o Marcelo e a Alice.

Eu recomendo este Albergue. O pernoite custa 5 € e ele é limpo e bem organizado. A maioria dos quartos possui apenas 2 beliches (4 camas) e dividimos o nosso quarto com 2 peregrinos da Alemanha.

Town hall of Astorga
Prefeitura de Astorga

Esteja preparado(a) para subir muitas escadas se, como nós, você ficar hospedado no último andar (as bicicletas ficam no porão). A vista do nosso quarto era fantástica, no entanto. O albergue tem uma cozinha completa e uma lavanderia com um grande varal para secar roupas no jardim de trás.

Astorga's Cathedral
Catedral de Astorga

Depois de tomar banho decidimos explorar a cidade. Astorga é muito legal, como uma arquitetura muito interessante. Eu sei que escrevi isso antes, mas Astorga é uma cidade pequena que transmite a sensação de cidade grande e que tem uma história muito antiga. Astorga foi fundado 875 antes de León e de acordo com a Wikipedia foram encontrados artefatos que datam de 2750 BC (antes de cristo). Os povos celtas locais, que se chamavam de os Astures e os Cantabri, habitam essa região por volta de 75 antes de cristo, e mais tarde em 146 antes de Cristo, Astorga se tornou um importante local Romano chamado Asturica.

Episcopal Palace of Astorga
Palacio Episcopal de Astorga (Hoje museu dos caminhos)

Como em muitas cidades Espanholas, Astorga tem uma impressionante catedral, mas tem também um edifício intitulado Palácio Episcopal de Astorga que foi projetado e parcialmente construído por Gaudi, o mesmo arquiteto que projetou a famosa igreja da Sagrada Família em Barcelona. A edificação hospeda hoje em dia um Museu de Arte religiosa chamado “Museo de los Caminos”, dedicado inteiramente ao Caminho de Santiago.

Cathedral and Epicopal Palace of Astorga
Catedral e Palácio Episcopal de Astorga

Ao passearmos pelo centro da cidade, Marcelo, Alice, Fernando e eu decidimos não jantar em um restaurante naquela noite e assim compramos o alimento para cozinhar na cozinha do Albergue. O Marcelo é um grande “Chef” e é dono de vários restaurantes em Recife e, obviamente, um grande cozinheiro. Foi muito uma noite muito legal, preparando nossa janta e compartilhando histórias com os outros peregrinos que estavam no Albergue, tudo regado a um bom vinho de Galícia.

E assim encerramos o 8o. dia de peregrinação. Por favor deixe comentários, perguntas ou pelo menos indique se você gostou ou não ao clicar nas estrelas abaixo.

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Pedalada de meados de Outono para Windsor

O maravilhoso Outono Britânico, com suas folhas amarelas, vermelhas e caindo no chão.

A última vez que gravei minhas pedaladas para Windsor era inicio do Outono e provavelmente ninguem assistiu tudo pois a gravação foi de mais de 1h, desta forma pensei que seria legal gravar o pedal de hoje, mas usando a técnica de intervalo fotográfico que comprime a pedalada inteira em apenas alguns minutos.

Para não ficar muito longo eu tambem separei os videos de ida para Windsor e retorno a Bracknell.

De Bracknell para Windsor

De Windsor para Bracknell

Fiz um caminho ligeiramente diferente hoje… um pouco mais rápido (por ruas e estradas).

Espero que gostem dos videos e se gostarem por favor curtam e compartilhem, ou pelo menos cliquem nas estrelas abaixo para eu ter uma idéia se esta valendo a pena produzi-los.

Obrigado pelo seu tempo!

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Caminho de Santiago, Dia 7: De Calzadilla de la Cueza para León

Municipal Hostel in Calzadilla de la Cueza
Albergue Municipal de Calzadilla de la Cueza

Bem-vindo ao post sobre o sétimo dia da minha peregrinação de bicicleta pelo caminho de Santiago no dia 31 de maio de 2015. Completei esta etapa de 81 Km do pequeno vilarejo de Calzadilla de la Cueza para a cidade de León em 6h e 24m, dos quais 5h 16m foram em movimento.

Deixei o albergue as 8 da manhã como de costume. Os primeiros 18 Km na estrada N-120 foram sem maiores acontecimentos. Passei por outros vilarejos como Ledigos, Terradillos de los Templarios, San Nicolas del Real Camino em uma boa cadência.

About 2 Km from Sahagún. Immediately after crossing the river Valderaduey.
Na N-120, a cerca de 2 Km de Sahagún. Imediatamente após cruzar o rio Valderaduey.

Ao me aproximar de Sahagún, entretanto, imediatamente após cruzar o rio Valderaduey, eu vi uma das típicas setas amarelas que guiam os andarilhos e decidi segui-las, saindo da estrada.

Stone bridge leading to the Ermita de la Virgen del Puente. Can you see the clear yellow signs?
Ponte de pedra que da acesso a Ermita de la Virgen del Puente. As setas amarelas indicando o sentido em direção a capela são bem claras, mas por alguma razão eu as ignorei.

Poucos metros depois cheguei a um local onde havia uma pequena ponte levando a uma igrejinha chamada “Ermita de la Virgen del Puente” e neste ponto havia novamente uma seta amarela apontando em direção a igreja.

Eu não entendo até hoje o que me levou a ignorar a seta e seguir adiante. Este erro me custou um atraso de pelo menos 35 minutos e 7.28 Km pedalados para chegar a Sahagún ao invés de 2 Km se eu tivesse me mantido na estrada N-120.

A mistake with a nice view.
Um erro com uma bela vista. Campos de papoulas vermelhas.

É a prova que até mesmo durante uma peregrinação, se você deixar seu pensamento solto e não prestar atenção no que estava fazendo você vai pagar pelo erro com o suor do seu corpo.

Felizmente não existe erro que não possa ser corrigido e ao chegar a uma pequena estrada, a LE-6707, notei que estava errado e peguei a estrada para retornar a Sahagún. No ponto que a LE-6707 cruzava com a N-120 não havia nenhum ponto de entrada e por isso tive que adentrar a cidade para daí deixa-la de volta a N-120.

Esse não foi nem de perto o maior erro que cometi, mas isso é assunto para um Post futuro. Mesmo assim fiquei bem chateado com o erro.

Dessa forma fica aqui o alerta de que se você estiver baixando meus arquivos GPX com intenção de usa-los na sua peregrinação, lembre-se que ao cruzar o rio Valderaduey simplesmente continue pedalando na N-120 (se você estiver a pé aconselho seguir as setas amarelas para evitar as estradas).

Via Trajana. Pilgrim's resting place amongst the trees to the right.
Via Trajana. Havia um local de descanço para peregrinos entre as árvores a direita.

Cerca de 5 Km depois que eu retomei a N-120 eu a deixei na direção de Calzada del Coto. No final do vilarejo eu tomei uma pequena estrada de terra que o Google Maps identifica como Via Trajana. Neste ponto não existem boas alternativas por estradas, pois a N-120 segue em direção ao sul (León é ao norte) e é proibido o trafego de bicicletas e pedestres na autoestrada (a autoestrada A-231 corre em paralelo a via trajana, alguns quilômetros ao sul).

Aproximadamente 9 Km depois, por volta das 11 da manhã, cheguei ao vilarejo de Calzadilla de los Hermanillos a parei para tomar um café da manhã tarde ou um almoço adiantado, conforme preferir chamar.

After Calzadilla de los Hermanillos in the direction to Reliegos.
Após Calzadilla de los Hermanillos em direção à Reliegos.

Depois de Calzadilla de los Hermanillos pedalei por mais 4 Km em asfalto (o asfalto não estava em boas condições) até ao cruzamento com a LE-6620 onde voltei a tomar uma estrada de terra por mais 14 Km até o vilarejo de Reliegos.

Dirt road littered with stones.
Estrada de terra cheia de pedras.

Esses 14 Km foram meio chatos por causa do sol forte e das pedras no caminho que causavam muita vibração na bike e me faziam trocas de trilha de pneu com muita frequência na procura de um caminho com menos pedras. Foi em um desses momentos que eu parei por uns instantes pensando como essas trilhas são uma analogia as nossas vidas e decidi naquele momento capturar esses pensamentos em voz. A intenção era compartilhar os pensamentos em palavras escritas mais tarde, mas acabei decidindo por me expor e compartilhar a gravação original com vocês. Espero que não fiquem com a impressão que sou um tolo ao fazer isso. Houveram muitos momentos nessa peregrinação em que me emocionei e esta foi apenas um deles. A gravação, entretanto, está em Inglês.

Wild Poppies on the streets of Reliegos.
Papoulas nativas nas ruas de Reliegos.

Depois de Reliegos os 24 Km restantes até León foram em bom asfalto na LE-6615 e plano praticamente o percurso inteiro. Mesmo assim levei pouco mais de 2h para chegar a León pois estava me sentido cansado com a constante vibração causada pelas pedras e o sol forte.

Em León me hospedei no Albergue del Monasterio de las Benedictinas (Carbajalas) que custa 5€ por pernoite. O albergue é mantido por voluntários e você precisa ter sua credencial de peregrino para poder se hospedar. Ele é essencialmente uma grande sala dividida por paredes finas de plástico em espaços de 6 beliches cada.

Pilgrims's resting place near Mansilla de las Mulas
Local de descanço para peregrinos próxima a Mansilla de las Mulas

O albergue tem 132 camas (ou 66 beliches) e o número de banheiros não pareceu ser suficiente. Em termos de higiene também deixou um pouco a desejar, mas foi aceitável.

Se você espera encontrar uma tomada para recarregar seus aparelhos eletrônicos, boa sorte. Não encontrei nenhuma próxima a minha cama e o lugar de alguma maneira não me inspirou confiança para deixar meus aparelhos longe. Existe WiFi na área da recepção do lado de fora, mas não há recepção dentro do quarto. Também não existem armários onde deixar seus pertences e tudo fica acumulado ao longo do corredor. Acredito que é possível que alguém pegue seus pertences por engano naquela confusão, mas felizmente não tive nenhum problema.

Arrival in León
Chegada em León.

Eu jantei no restaurante da hospedaria que abre somente depois das 7 da noite. O menu do peregrino custou 9€ e a comida estava razoável (nada excepcional, entretanto).

Antes do jantar eu sai para caminhar pela cidade por 2 horas.

Pilgrims' Menu
Menu do Peregrino.

León é incrível. Eu me senti muito bem lá. Possui uma arquitetura gótica muito interessante e muitas flores pela cidade. Eu não entrei na catedral por acreditar que eu não estava vestido de maneira adequada e eu não queria desrespeitar os fiéis locais que estavam entrando na igreja para assistir à missa que ia começar. Do lado de fora, entretanto, a igreja é muito impressionante.

Eu vou adicionar, ao final deste post, algumas fotos da minha caminhada por León. O próximo vídeo é na praça da catedral ao tocar dos sinos que chamava os fiéis para a missa.

Bem, assim encero meu post sobre o dia 7 da minha peregrinação. Por favor deixe comentários, perguntas ou pelo menos indique se você gostou ou não ao clicar nas estrelas abaixo (depois das fotos). Às vezes fico pensando se não estou perdendo meu tempo ao produzir estes vídeos e escrever sobre minha peregrinação, mas aí observo que independente deles serem uteis para outras pessoas eles são úteis para mim próprio. É uma maneira que tenho de viajar de volta ao tempo e reviver esses incríveis momentos no caminho.

Fotos de León

Old city wallsAntigas muralhas da cidade

Plaza Sta Maria del Camino.Plaza Sta Maria del Camino.

Where to?Para onde?

Plaza San MarceloPlaza San Marcelo

Plaza San Marcelo Plaza San Marcelo

3D map of LeónMapa 3D de León

The Botines Building. Designed by Gaudi.A Casa Botines. Projetada pelo architeto Gaudi.

Before e-Bikes there were petrol head bikes.Antes da e-Bikes existiam as de petroleo.

León's impressive CathedralImpressionante Catedral de León.

10 to 610 para as 6

Right side of the CathedralVista lateral direita da Catedral

Basilica de San IsidoroBasilica de San Isidoro

Water Fountain at the Plaza de Santo DomingoChafariz na Plaza de Santo Domingo

CuteLindas

Wonder how they taste Como será o gosto…

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