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EyeCycled Bike Vlog: Via Francigena
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Caminho de Santiago, Dia 8: De León para Astorga
Camino de Santiago, Day 8: From León to Astorga [GPX File]
Bem-vindo ao post sobre o oitavo dia da nossa peregrinação de bicicleta pelo caminho de Santiago no dia 1o. de junho de 2015. Completamos esta etapa de 50 Km León para Astorga em 4h e 35m, dos quais 3h 22m foram em movimento.
Deixei o albergue as 8 da manhã e resolvi pedalar até a catedral. Na verdade, eu não precisava pedalar até lá, mas eu queria dar uma última olhada nela. Ao chegar lá reparei que havia um casal de ciclistas olhando para um mapa e ao me aproximar deles notei que também eram brasileiros.
Marcelo e Alice são de Recife e também estavam fazendo o Caminho de Santiago de bicicleta. Conversamos por alguns minutos e decidimos juntos procurar a saída da cidade.
Pouco sabia eu naquele momento que eles completariam comigo e com Fernando a peregrinação. Nossa amizade se deu início naquele momento e se mantém até hoje graças a Internet.
León é uma cidade relativamente grande e levamos 1h e 20 min para chegar a La Virgen del Camino, que ainda faz parte da região metropolitana de León e se situa bem próximo ao aeroporto. Paramos em um local chamado Cafeteria Miravelles para tomar café da manhã e 50 min depois já estávamos de volta nas bicicletas pedalando na familiar estrada N-120 em direção a Astorga. Pedalamos nessa estrada o dia inteiro nesse dia, até chegarmos a Astorga.
Ao chegarmos no pequeno vilarejo de Valverde de la Virgen nos deparamos com algo interessante. A Espanha é cheia de torres de sinos (na falta de uma palavra melhor, pois não sei exatamente como se chamam estas estruturas). Em muitas dessas torres cegonhas brancas fazem seus ninhos.
Nesta em particular um peregrino havia resolvido passar a noite junto aos pássaros e havia acordado na hora que passávamos. Alguns peregrinos acampam durante toda peregrinação, sem usarem albergues ou hotéis uma única vez, especialmente aqueles que trazem consigo animais. Não sei se esse foi o caso daquele peregrino em particular, mas achei interessante a escolha que ele fez do local para passar a noite, se é que ele conseguiu dormir ali.
Depois de Valverde de la Virgen cruzamos por vários pequenos vilarejos como San Miguel del Camino, Villadangos del Paramo e San Martín del Camino até chegarmos e mais um marco no Caminho de Santiago:
A ponte de pedra medieval do século 13 sobre o rio Órbigo, na cidade de Hospital de Órbigo, que deve seu nome devido ao antigo hospital de peregrinos que lá existia. A ponte parece ser muito grande para o tamanho atual do rio, mas antes da construção da represa de Barrios de Luna o rio tinha um grande afluxo de agua. A ponte tem 19 arcos e é bem preservada.
Nós fizemos um rápido pit-stop para descanso e agua depois de atravessarmos a ponte e continuamos na N-120 na direção de Astorga. O resto do caminho até Astorga ocorreu sem maiores acontecimentos.
Ao chegarmos em Astorga, o Marcelo e a Alice decidiram já ficar no Albergue municipal e eu fui ao centro da cidade para encontrar com o Fernando. Havíamos combinado de nos encontrarmos lá para prosseguirmos com a viagem juntos no dia seguinte.
Depois de encontrar com Fernando nós dois retornamos ao Albergue Municipal e ficamos em um quarto no mesmo andar em que estavam o Marcelo e a Alice.
Eu recomendo este Albergue. O pernoite custa 5 € e ele é limpo e bem organizado. A maioria dos quartos possui apenas 2 beliches (4 camas) e dividimos o nosso quarto com 2 peregrinos da Alemanha.
Esteja preparado(a) para subir muitas escadas se, como nós, você ficar hospedado no último andar (as bicicletas ficam no porão). A vista do nosso quarto era fantástica, no entanto. O albergue tem uma cozinha completa e uma lavanderia com um grande varal para secar roupas no jardim de trás.
Depois de tomar banho decidimos explorar a cidade. Astorga é muito legal, como uma arquitetura muito interessante. Eu sei que escrevi isso antes, mas Astorga é uma cidade pequena que transmite a sensação de cidade grande e que tem uma história muito antiga. Astorga foi fundado 875 antes de León e de acordo com a Wikipedia foram encontrados artefatos que datam de 2750 BC (antes de cristo). Os povos celtas locais, que se chamavam de os Astures e os Cantabri, habitam essa região por volta de 75 antes de cristo, e mais tarde em 146 antes de Cristo, Astorga se tornou um importante local Romano chamado Asturica.
Como em muitas cidades Espanholas, Astorga tem uma impressionante catedral, mas tem também um edifício intitulado Palácio Episcopal de Astorga que foi projetado e parcialmente construído por Gaudi, o mesmo arquiteto que projetou a famosa igreja da Sagrada Família em Barcelona. A edificação hospeda hoje em dia um Museu de Arte religiosa chamado “Museo de los Caminos”, dedicado inteiramente ao Caminho de Santiago.
Ao passearmos pelo centro da cidade, Marcelo, Alice, Fernando e eu decidimos não jantar em um restaurante naquela noite e assim compramos o alimento para cozinhar na cozinha do Albergue. O Marcelo é um grande “Chef” e é dono de vários restaurantes em Recife e, obviamente, um grande cozinheiro. Foi muito uma noite muito legal, preparando nossa janta e compartilhando histórias com os outros peregrinos que estavam no Albergue, tudo regado a um bom vinho de Galícia.
E assim encerramos o 8o. dia de peregrinação. Por favor deixe comentários, perguntas ou pelo menos indique se você gostou ou não ao clicar nas estrelas abaixo.
Caminho de Santiago, Dia 7: De Calzadilla de la Cueza para León
Camino de Santiago, Day 7, Calzadilla de la Cueza to León [GPX File]
Bem-vindo ao post sobre o sétimo dia da minha peregrinação de bicicleta pelo caminho de Santiago no dia 31 de maio de 2015. Completei esta etapa de 81 Km do pequeno vilarejo de Calzadilla de la Cueza para a cidade de León em 6h e 24m, dos quais 5h 16m foram em movimento.
Deixei o albergue as 8 da manhã como de costume. Os primeiros 18 Km na estrada N-120 foram sem maiores acontecimentos. Passei por outros vilarejos como Ledigos, Terradillos de los Templarios, San Nicolas del Real Camino em uma boa cadência.
Ao me aproximar de Sahagún, entretanto, imediatamente após cruzar o rio Valderaduey, eu vi uma das típicas setas amarelas que guiam os andarilhos e decidi segui-las, saindo da estrada.
Poucos metros depois cheguei a um local onde havia uma pequena ponte levando a uma igrejinha chamada “Ermita de la Virgen del Puente” e neste ponto havia novamente uma seta amarela apontando em direção a igreja.
Eu não entendo até hoje o que me levou a ignorar a seta e seguir adiante. Este erro me custou um atraso de pelo menos 35 minutos e 7.28 Km pedalados para chegar a Sahagún ao invés de 2 Km se eu tivesse me mantido na estrada N-120.
É a prova que até mesmo durante uma peregrinação, se você deixar seu pensamento solto e não prestar atenção no que estava fazendo você vai pagar pelo erro com o suor do seu corpo.
Felizmente não existe erro que não possa ser corrigido e ao chegar a uma pequena estrada, a LE-6707, notei que estava errado e peguei a estrada para retornar a Sahagún. No ponto que a LE-6707 cruzava com a N-120 não havia nenhum ponto de entrada e por isso tive que adentrar a cidade para daí deixa-la de volta a N-120.
Esse não foi nem de perto o maior erro que cometi, mas isso é assunto para um Post futuro. Mesmo assim fiquei bem chateado com o erro.
Dessa forma fica aqui o alerta de que se você estiver baixando meus arquivos GPX com intenção de usa-los na sua peregrinação, lembre-se que ao cruzar o rio Valderaduey simplesmente continue pedalando na N-120 (se você estiver a pé aconselho seguir as setas amarelas para evitar as estradas).
Cerca de 5 Km depois que eu retomei a N-120 eu a deixei na direção de Calzada del Coto. No final do vilarejo eu tomei uma pequena estrada de terra que o Google Maps identifica como Via Trajana. Neste ponto não existem boas alternativas por estradas, pois a N-120 segue em direção ao sul (León é ao norte) e é proibido o trafego de bicicletas e pedestres na autoestrada (a autoestrada A-231 corre em paralelo a via trajana, alguns quilômetros ao sul).
Aproximadamente 9 Km depois, por volta das 11 da manhã, cheguei ao vilarejo de Calzadilla de los Hermanillos a parei para tomar um café da manhã tarde ou um almoço adiantado, conforme preferir chamar.
Depois de Calzadilla de los Hermanillos pedalei por mais 4 Km em asfalto (o asfalto não estava em boas condições) até ao cruzamento com a LE-6620 onde voltei a tomar uma estrada de terra por mais 14 Km até o vilarejo de Reliegos.
Esses 14 Km foram meio chatos por causa do sol forte e das pedras no caminho que causavam muita vibração na bike e me faziam trocas de trilha de pneu com muita frequência na procura de um caminho com menos pedras. Foi em um desses momentos que eu parei por uns instantes pensando como essas trilhas são uma analogia as nossas vidas e decidi naquele momento capturar esses pensamentos em voz. A intenção era compartilhar os pensamentos em palavras escritas mais tarde, mas acabei decidindo por me expor e compartilhar a gravação original com vocês. Espero que não fiquem com a impressão que sou um tolo ao fazer isso. Houveram muitos momentos nessa peregrinação em que me emocionei e esta foi apenas um deles. A gravação, entretanto, está em Inglês.
Depois de Reliegos os 24 Km restantes até León foram em bom asfalto na LE-6615 e plano praticamente o percurso inteiro. Mesmo assim levei pouco mais de 2h para chegar a León pois estava me sentido cansado com a constante vibração causada pelas pedras e o sol forte.
Em León me hospedei no Albergue del Monasterio de las Benedictinas (Carbajalas) que custa 5€ por pernoite. O albergue é mantido por voluntários e você precisa ter sua credencial de peregrino para poder se hospedar. Ele é essencialmente uma grande sala dividida por paredes finas de plástico em espaços de 6 beliches cada.
O albergue tem 132 camas (ou 66 beliches) e o número de banheiros não pareceu ser suficiente. Em termos de higiene também deixou um pouco a desejar, mas foi aceitável.
Se você espera encontrar uma tomada para recarregar seus aparelhos eletrônicos, boa sorte. Não encontrei nenhuma próxima a minha cama e o lugar de alguma maneira não me inspirou confiança para deixar meus aparelhos longe. Existe WiFi na área da recepção do lado de fora, mas não há recepção dentro do quarto. Também não existem armários onde deixar seus pertences e tudo fica acumulado ao longo do corredor. Acredito que é possível que alguém pegue seus pertences por engano naquela confusão, mas felizmente não tive nenhum problema.
Eu jantei no restaurante da hospedaria que abre somente depois das 7 da noite. O menu do peregrino custou 9€ e a comida estava razoável (nada excepcional, entretanto).
Antes do jantar eu sai para caminhar pela cidade por 2 horas.
León é incrível. Eu me senti muito bem lá. Possui uma arquitetura gótica muito interessante e muitas flores pela cidade. Eu não entrei na catedral por acreditar que eu não estava vestido de maneira adequada e eu não queria desrespeitar os fiéis locais que estavam entrando na igreja para assistir à missa que ia começar. Do lado de fora, entretanto, a igreja é muito impressionante.
Eu vou adicionar, ao final deste post, algumas fotos da minha caminhada por León. O próximo vídeo é na praça da catedral ao tocar dos sinos que chamava os fiéis para a missa.
Bem, assim encero meu post sobre o dia 7 da minha peregrinação. Por favor deixe comentários, perguntas ou pelo menos indique se você gostou ou não ao clicar nas estrelas abaixo (depois das fotos). Às vezes fico pensando se não estou perdendo meu tempo ao produzir estes vídeos e escrever sobre minha peregrinação, mas aí observo que independente deles serem uteis para outras pessoas eles são úteis para mim próprio. É uma maneira que tenho de viajar de volta ao tempo e reviver esses incríveis momentos no caminho.
Fotos de León
A Casa Botines. Projetada pelo architeto Gaudi.
Antes da e-Bikes existiam as de petroleo.
Impressionante Catedral de León.
Vista lateral direita da Catedral
Chafariz na Plaza de Santo Domingo
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